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Estado de Minas GUERRA

Kiev: crian�as est�o traumatizadas ap�s destrui��o de escola

'� assustador', disse Anna-Maria Romantchouk, uma estudante de 14 anos


18/03/2022 14:33 - atualizado 18/03/2022 14:45

Criança no meio da destruição
Crian�as est�o traumatizadas ap�s destrui��o de escola (foto: Louisa GOULIAMAKI / AFP)
Os l�bios de Anna-Maria Romantchouk, uma estudante de 14 anos, ainda est�o tremendo depois que sua escola em Kiev, "Gymnasium N. 34", foi atingida por um m�ssil russo nesta sexta-feira (18).

"� assustador", diz ela em um ingl�s hesitante, com o rosto p�lido, apesar do carinho de sua m�e Oksana. "Eu s� espero que tudo fique bem", continua.

N�o muito longe, um corpo est� coberto com um len�ol, bem ao lado de uma enorme cratera causada por um m�ssil russo, que caiu entre esta escola, um jardim de inf�ncia e v�rios pr�dios de apartamentos.

O poder da explos�o estourou todas as janelas da escola, considerada uma das melhores do outrora vibrante distrito de Podil, no noroeste de Kiev.

O jardim de inf�ncia vizinho teve o mesmo destino: decorado com um lindo mural representando de um esquilo, as janelas explodiram e seu teto desabou.

Anna-Maria e Oskana estavam em casa no momento da explos�o. As escolas ucranianas est�o fechadas desde o in�cio da invas�o russa, em 24 de fevereiro.

Mas os moradores locais explicam que a escola era usada por civis para se proteger das bombas russas e n�o entendem por que foi alvo.

"Nosso diretor nos escreveu e pediu que vi�ssemos ajudar a limpar os cacos de vidro", diz Tetiana Tereshchenko, de 41 anos, com uma vassoura na m�o.

Sua filha, tamb�m de 14 anos, solu�a: "Est�vamos esperando voltar para a escola. Est�vamos tendo aulas online, agora n�o sabemos o que vai acontecer".

O prefeito de Kiev, o ex-boxeador Vitali Klitschko, informou que uma pessoa morreu e 19 ficaram feridas, incluindo quatro crian�as, no ataque desta sexta-feira.

- "Base militar?" -


Para o Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef), as crian�as ucranianas enfrentam "uma amea�a imediata e crescente".

Pelo menos 103 morreram desde o in�cio do conflito entre a Ucr�nia e a R�ssia, incluindo quatro na capital Kiev, segundo as autoridades ucranianas.

Pelo menos 10 escolas foram danificadas pelos combates e centenas de milhares de crian�as fugiram.

Apesar de tudo, milh�es de crian�as ainda est�o na Ucr�nia. A situa��o em Kiev n�o � t�o cr�tica quanto nas cidades sitiadas de Kharkiv, no nordeste, ou Mariupol, no sudeste.

Mas a capital � alvo h� v�rios dias de repetidos ataques do ex�rcito russo.

"� um absurdo total!", denuncia Vladimir Klitschko, irm�o do prefeito, no local do ataque. "Isso por um acaso � uma base militar?".

Cercado por guarda-costas, Klitschko vagueia entre os escombros e conversa com moradores cujos apartamentos foram afetados.

A explos�o destruiu parte de um pr�dio, revelando seu interior, como em uma casa de bonecas.

Do lado de fora, onde as crian�as costumavam brincar, peda�os de concreto se acumulam ao lado de �rvores e carros incendiados.

"Um soldado deve lutar contra um soldado, n�o contra civis. O pior � que crian�as e mulheres est�o sendo mortas", constata Roman Vassilenko, um morador de 53 anos cuja porta e janela foram arrancadas.

Ele mostra um certificado atestando seu trabalho como "liquidador", esses homens que intervieram imediatamente no local do desastre nuclear de Chernobyl em 1986, depois fotos de sua filha e netos, que deixaram o pa�s para a vizinha Rom�nia.

- "Por que devem sofrer?" -

Atrav�s dos buracos nas janelas da "Gymnasium N. 34", pode-se ter uma ideia da vida antes da guerra: um cartaz com o alfabeto na parede ao lado de um quadro.

No local, dezenas de volunt�rios limpam os escombros, na esperan�a de que a escola possa um dia reabrir.

Mas o som dos foguetes � um lembrete de que a escola est� a apenas alguns quil�metros da linha de frente onde est�o as tropas russas, que tentam h� v�rios dias cercar Kiev.

Para os ucranianos, esta guerra n�o tem sentido.

"Meu av� � russo, eu sou ucraniana. N�o entendo o prop�sito de tudo isso. Por que matar tanta gente?", pergunta Inna, de 33 anos, outra moradora cujas janelas explodiram.

"Uma pessoa foi morta no pr�dio. As crian�as est�o se abrigando na escola. Por que elas t�m que sofrer?", acrescenta.

O medo palp�vel de um ataque russo a Kiev j� esvaziou a capital de metade de sua popula��o de 3,5 milh�es, incluindo muitas crian�as.

Mas para Tetiana Tereshchenko, � imposs�vel partir: "Para onde ir�amos? Esta � a nossa cidade. N�o queremos sair dela".


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