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Estado de Minas MARCAS DA GUERRA

Acervo do EM mostra cenas de Kiev destru�da pela Segunda Guerra

A cidade ucraniana de Kiev revive dias de dor e destrui��o causadas pela invas�o russa, em cen�rio semelhante ao rastro deixado pela Segunda Guerra Mundial


20/03/2022 04:00 - atualizado 20/03/2022 09:03

Em 1943, durante a guerra, a Rua Khreschatyk, no Centro da cidade, bombardeada pelos alemães
Em 1943, durante a guerra, a Rua Khreschatyk, no Centro da cidade, bombardeada pelos alem�es (foto: O Cruzeiro/Arquivo EM)

Quase 80 anos separam as fotografias mostradas nesta p�gina das cenas dram�ticas registradas em mar�o de 2022 na cidade de Kiev, na Ucr�nia, a capital amea�ada de morte e destrui��o na invas�o das tropas russas.

Leia tamb�m: Viagem em tempos de paz sob a Cortina de Ferro

Nos registros do acervo do Estado de Minas, o retrato em preto e branco de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mostra a Rua Khreschatyk, bem no Centro da cidade, bombardeada pelos alem�es.

Área que abrigava, antes do conflito, prédios modernos e residências totalmente arrasada em 1948
�rea que abrigava, antes do conflito, pr�dios modernos e resid�ncias totalmente arrasada em 1948 (foto: O Cruzeiro/Arquivo EM)
 

Horizonte sinistro, poucas pedras sobre pedras restantes e algumas constru��es de p� como testemunhas da hist�ria.
 
A foto de 1948, no p�s-guerra, exibe as feridas urbanas provocadas pelas explos�es, numa �rea que abrigava, antes do conflito, pr�dios modernos e resid�ncias.
 
Est�o, no foco, escombros, desola��o, esculturas fantasmag�ricas das edifica��es e o vazio da presen�a humana.
 
Hoje, as imagens voltam a mostrar chagas abertas na cidade, constru�da no s�culo 5 e alvo do flagelo trazido pela guerra.

Março de 2022 e o terror está de volta, com cenas de um prédio atingido por ataque da Rússia
Mar�o de 2022 e o terror est� de volta, com cenas de um pr�dio atingido por ataque da R�ssia (foto: Sergei SUPINSKY/AFP)


Na primeira viagem do jornalista Cyro Siqueira (1956) � antiga Uni�o das Rep�blicas Socialistas Sovi�ticas (URSS), que saiu de cena em 1991, ele notou que os �nibus el�tricos circulavam abarrotados em Moscou, com grande movimento de carros em tr�s ou quatro filas. 

E ainda: que as filas se tornavam quilom�tricas para visitar os mausol�us dos l�deres comunistas Josef Stalin (1878-1953) e Vladimir Ulianov, que entrou para a hist�ria como Lenin ou Lenine (1870-1924).
 
Quase tr�s d�cadas mais tarde (1985), quando Cyro Siqueira (que morreu h� oito anos) retornou com a mulher, Anna Marina, tamb�m jornalista do EM, o casal notou algumas diferen�as e escreveu na s�rie de mat�rias publicadas no jornal.
 
O mausol�u estava fechado para reforma, causando decep��o �s milhares de pessoas que visitavam a cidade, muitas delas acostumadas a “ficar horas e horas, ao relento, na fila”, para prestar suas homenagens.

Vendo as fotografias de Kiev na d�cada de 1940, imposs�vel para muitos, como o autor desta reportagem, n�o sentir “uma pontada”, como se diz mineiramente, at� mesmo para quem nunca esteve na Europa, muito menos no teatro de opera��es ou teatro de guerra.
 
Melhor seria ver outros palcos ucranianos: a arte florescendo na ponta dos dedos, em forma de pintura, escultura, artesanato ou no aperto de m�o; o conhecimento pulsando nas escolas, do ensino fundamental � universidade; e vida em flor nos parques, com pessoas de todas as gera��es plantando a esperan�a e colhendo a paz.

Testemunhas oculares


» Em 1956
Por Cyro Siqueira

Reprodução de página de jornal com reportagem de 1956
Reprodu��o de p�gina de jornal com reportagem de 1956 (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D. A Press)

» “Depois de 30 horas de trem (expresso Helsinki-Moscou), e ap�s passarmos em Leningrado, da qual tivemos uma r�pida vis�o noturna, chegamos a Moscou na tarde do segundo dia (de viagem). Nosso hotel � o Nacional, na frente do Kremlin e do Museu da Revolu��o. Decorado, como tudo o mais, segundo um gosto florido e rococ�, conserva em sua entrada um tinteiro pesado, ornamentado com a estatueta de uma jovem trabalhadora.”

» "Estamos em Moscou. Nas ruas, multid�es circulam de um lado para o outro, apressadamente. Ao longo da Rua Gorki – muito larga –, os carros russos, em tudo semelhantes aos americanos, passam a grande velocidade, em tr�s, quatro filas. �nibus el�tricos superlotados – e grandes aglomera��es diante dos cartazes da ag�ncia Tass, alguns dos quais mostrando flagrantes do jogo, realizado no dia anterior, entre a Portuguesa, do Rio, e o D�namo, de Moscou, empatado de um.”

» “Ao fim da tarde, o movimento na Pra�a Vermelha continua sem interrup��o. De um lado, as gigantescas lojas Gum, do outro, contra os muros do Kremlin, o mausol�u de L�nin e Stalin. Rasgando o centro da pra�a e penetrando no mausol�u, uma fila enorme de pessoas aguarda o momento de ver, por tempo pouco superior a um minuto, os corpos embalsamados dos dois l�deres comunistas. A fila se estende por toda a pra�a, indo perder-se nos jardins laterais do Kremlin, com mais de um quil�metro de comprimento – e por todo o crep�sculo, noite, j� se via o lento caminhar dos povos pacientes, visitantes da Bulg�ria, Arm�nia, ucranianos, poloneses, moscovitas.”

» Em 1985
Por Anna Marina

Reprodução de página de jornal com reportagem de 1985
Reprodu��o de p�gina de jornal com reportagem de 1985 (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D. A Press)

» “O centro de atra��es tur�sticas da cidade (Moscou) forma um conjunto – Pra�a Vermelha, t�mulo de L�nin, Catedral, Kremlin. Podem-se transpor as vermelhas muralhas do Kremlin e, fora das reparti��es que funcionam l� dentro – e onde a chamada 'nomenklatura' burocratiza a vida das cidades – visitar a Catedral da Anuncia��o, constru�da em 1489, a do Arcanjo (1505) e a da Assun��o, datada de 1479, transformadas em museus de �cones.”

» “Al�m da Pra�a Vermelha e do Kremlin, que s�o logicamente os pontos de maior interesse (em Moscou), podem ser vistos tamb�m o Parque Gorki, o Monast�rio Novodevichi, transformado em museu; o Museu da Revolu��o (que exalta a gl�ria russa a partir de outubro de 1917); a Exposi��o das Conquistas Econ�micas, que tem 700 pavimentos mostrando arte, arquitetura, artesanato, viagens espaciais, o Bolshoi.”

» “O teatro (Bolshoi), um escr�nio de reposteiros de cetim lavrado vermelho e talha dourada, � o 'sancto-Sanctorum' da dan�a cl�ssica mundial. Lotado, internacional, quem ama a dan�a pode ter uma experi�ncia inesquec�vel: assistir a uma r�cita completa do 'Lago dos Cisnes', com bailarinos an�nimos, mas sem similar no mundo ocidental. Maravilha pura de sensibilidade, t�cnica, disciplina.”


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