O governo do presidente peruano Pedro Castillo decretou toque de recolher durante grande parte da ter�a-feira em Lima e no porto vizinho de Callao, ap�s uma greve parcial de motoristas que provocou bloqueios nas estradas e dist�rbios na segunda-feira.
"Diante dos atos de viol�ncia que alguns grupos tentaram criar (...) e para restabelecer a paz a ordem interna (...) o Conselho de Ministros aprovou declarar a imobilidade cidad� (toque de recolher) das 2h00 da manh� at� 23h59 da noite do dia 5 de abril para resguardar a seguran�a cidad�", afirmou o esquerdista Castillo em uma mensagem ao pa�s exibida na televis�o perto da meia-noite de segunda-feira.
A medida, que provocou muitas cr�ticas nas redes sociais, significa que os 10 milh�es de habitantes de Lima e Callao devem permanecer em suas casas durante o dia.

Diversos atos de viol�ncia, incluindo inc�ndios em postos de ped�gio nas estradas, saques em algumas lojas e confrontos entre manifestantes e policiais, foram registrados na segunda-feira em v�rios pontos do pa�s, na primeira greve enfrentada pelo governo Castillo, que assumiu o poder h� oito meses.
Os protestos, motivados pelo aumento dos pre�os dos combust�veis e alimentos, aconteceram em Lima e nas regi�es de Piura, Chiclayo, La Libertad, Jun�n, Ica, Arequipa, San Mart�n, Amazonas e Ucayali, entre outras. As aulas foram suspensas devido �s restri��es nos transportes p�blicos.
"Fa�o um apelo por calma, serenidade. O protesto social � um direito constitucional, mas deve acontecer dentro da lei", afirmou Castillo.
Diversos atos de viol�ncia, incluindo inc�ndios em postos de ped�gio nas estradas, saques em algumas lojas e confrontos entre manifestantes e policiais, foram registrados nessa segunda-feira (4/4) em v�rios pontos do Peru
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A Uni�o de Sindicatos de Transporte Multimodal do Peru critica a alta dos pre�os dos combust�veis e dos ped�gios. A greve de seus afiliados deveria prosseguir at� esta ter�a-feira.
Castillo, um professor rural de 52 anos, anunciou o toque de recolher uma semana depois de evitar um processo de afastamento pelo Congresso, onde os opositores o acusam de "falta de rumo" no governo e de permitir a corrup��o em seu entorno.
Preju�zos com a COVID-19
A medida ser� v�lida no momento em que a economia peruana tenta superar os preju�zos provocados pela pandemia de COVID-19 e em coincid�ncia com o 30º anivers�rio do autogolpe de Estado do ex-presidente Alberto Fujimori, atualmente preso, em 5 de abril de 1992.A restri��o de movimento, sob prote��o do estado de emerg�ncia na capital peruana, recebeu imediatamente manifesta��es de rep�dio.
"Toque de recolher para restabelecer a ordem, uma medida autorit�ria do governo Pedro Castillo que demonstra in�pcia, incapacidade para governar. � como acabar com os acidentes de tr�nsito proibindo a circula��o de ve�culos", disse � AFP o analista pol�tico Luis Benavente.
"Medida inconstitucional"
"A medida determinada pelo presidente Pedro Castillo � abertamente inconstitucional, desproporcional e viola o direito � liberdade individual das pessoas", tuitou o advogado Carlos Rivera, um dos defensores das v�timas do governo Fujimori.A jornalista Rosa Mar�a Palacios tamb�m criticou: "Perto da meia-noite n�o h� como informar e ser informado. Uma medida t�o radical, que viola todos os direitos e � desproporcional, revela apenas que o governo perdeu todo o controle da ordem p�blica.
Em uma tentativa de reduzir as cr�ticas, o governo eliminou no fim de semana o imposto sobre os combust�veis.
Castillo tamb�m decretou o aumento de 10% do sal�rio m�nimo, que subir� para 1.025 'soles' (US$ 277) a partir de 1º de maio.
A Confedera��o Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), principal central sindical do pa�s, rejeitou o percentual do aumento, considerado insuficiente, e convocou protestos para quinta-feira.
Castillo registra �ndice de desaprova��o de 66%, segundo uma pesquisa do instituto Ipsos.