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Estado de Minas R�SSIA-UCR�NIA

R�ssia cogita guerra nuclear contra escalada militar do Ocidente na Ucr�nia

Representante do Kremlin, Dmitri Medvedev publicou que 'a derrota de uma pot�ncia nuclear numa guerra convencional pode levar a uma guerra nuclear'


19/01/2023 22:32 - atualizado 19/01/2023 22:37

Guerra entre Rússia e Ucrânia
Guerra da Ucr�nia entra em sua 48� semana com um novo ponto de inflex�o no conflito entre a R�ssia, que invadiu o pa�s vizinho em fevereiro passado, e o Ocidente, que tem sustentado militarmente os esfor�os de Kiev em resistir (foto: Henning Bagger / Ritzau Scanpix / AFP)
A Guerra da Ucr�nia entra em sua 48ª semana com um novo ponto de inflex�o no conflito entre a R�ssia, que invadiu o pa�s vizinho em fevereiro passado, e o Ocidente, que tem sustentado militarmente os esfor�os de Kiev em resistir � agress�o.

Nesta quinta-feira (19/1), v�spera da reuni�o em que aliados ucranianos prometem um pacote robusto de novas armas que pode incluir tanques de guerra at� agora n�o enviados para o conflito, Moscou reagiu � movimenta��o amea�ando o emprego de sua bomba at�mica ret�rica: armas nucleares de verdade.

Representante da linha dura do Kremlin, Dmitri Medvedev, que presidiu o pa�s em nome de Vladimir Putin de 2008 a 2012, foi ao Telegram comentar o encontro desta sexta (20/1) do grupo de 50 pa�ses liderados pelas for�as da Otan, a alian�a militar ocidental, na base americana de Ramstein, na Alemanha.

"Baladeiros pol�ticos subdesenvolvidos repetem como mantra: 'Para obter a paz, a R�ssia precisa perder'. Nunca lhes ocorre trazer a seguinte conclus�o elementar disso: a derrota de uma pot�ncia nuclear numa guerra convencional pode levar a uma guerra nuclear. Pot�ncias nucleares n�o perdem conflitos em que seu destino est� em jogo", escreveu.

O comunicado � interessante. Se por um lado Medvedev repete o que j� disse outras vezes, apelando a uma linha que j� n�o comove tanto os pol�ticos ocidentais, por outro transparece uma franqueza inusitada: a admiss�o de que os russos podem ser derrotados.

J� no ambiente oficial do Kremlin, o porta-voz Dmitri Peskov foi numa linha semelhante ao comentar reportagem do jornal americano The New York Times, segundo a qual o governo de Joe Biden tem discutido apoiar uma eventual ofensiva ucraniana contra a Crimeia —pen�nsula anexada em 2014 pela R�ssia e joia da coroa expansionista de Putin, sede de sua Frota do Mar Negro.

Conflito nuclear


A reportagem �, no jarg�o pol�tico, um bal�o de ensaio: para tal ataque, Kiev precisaria retomar a prov�ncia de Kherson, algo que n�o parece t�o simples. Mas Peskov mordeu a isca e indicou a rea��o russa.

"Significaria elevar o conflito a um novo n�vel que n�o acabar� bem para a seguran�a europeia." Ele tamb�m endossou o coment�rio de Medvedev, dizendo que "est� de acordo com a doutrina nuclear russa", em refer�ncia a um dos preceitos para o emprego das armas inomin�veis: risco existencial para o Estado.

Por outro lado, um an�ncio significativo por parte da Su�cia sugere que o Ocidente est� disposto a testar novamente as linhas vermelhas constantemente redesenhadas pelo Kremlin. Tamb�m nesta quinta, o governo sueco, que negocia sua entrada na Otan, anunciou que vai colocar no megapacote militar de sexta um n�mero indeterminado de sistemas de artilharia Archer, do qual tem 48 unidades.

� um dos melhores obuseiros autopropulsados do mundo e, a depender da muni��o utilizada, pode atingir alvos a 50 quil�metros de dist�ncia. At� aqui, a Ucr�nia dependia nessa categoria acima de 150 mm de calibre dos mais antiquados Msta-S sovi�ticos, dos quais dispunha de 40 antes do in�cio da guerra.

Estocolmo tamb�m promete enviar 50 carros de combate leves. Assim, soma-se � ajuda que ser� liderada por at� US$ 2 bilh�es dos EUA —que j� anunciaram incluir 50 blindados Bradley, a coisa mais pr�xima de um tanque de guerra por eles prometida a Kiev, e sistemas antia�reos Patriot.

Aqui come�am os problemas dos ocidentais e de seus aliados, todos sob o guarda-chuva americano da Otan. O governo de Volodimir Zelenski quer 300 tanques para segurar a ofensiva russa no leste do pa�s, que nesta quinta parece ter chegado ainda mais perto da vital cidade de Bakhmut, em Donetsk (Donbass).

Especialistas falam que cem tanques novos j� ajudariam a equilibrar o jogo. At� aqui, a Otan evitava falar no envio desses ve�culos por temer a rea��o russa. Isso mudou, e o Reino Unido fez o primeiro an�ncio sobre armas do tipo nesta semana, prometendo 14 Challenger-2 para o pacote europeu, que inclui aliados como Austr�lia, de sexta.

Tudo isso elevou a press�o sobre a Alemanha, que produz o tanque moderno mais utilizado na Europa, o Leopard-2. N�o s� para enviar alguns dos seus 376 blindados, mas principalmente para autorizar os outros operadores a enviar seu produto para uma terceira parte.

Resist�ncia


Berlim resiste, apesar de a quest�o ter ajudado a derrubar sua ministra da Defesa, Christine Lambrecht, na segunda (16). O premi� Olaf Scholz foi cobrado no F�rum Econ�mico Mundial em Davos, na Su��a, por colegas europeus sobre o tema e voltou a dizer que � preciso cautela. Na quarta-feira (18), autoridades alem�s falaram anonimamente que Berlim s� liberaria os Leopard se Washington enviasse seus poderosos tanques M-1A2 Abrams para o conflito. A rea��o americana foi imediata.

"Acho que n�o estamos l� ainda. O Abrams � um equipamento complexo, caro, cujo uso � dif�cil de treinar", afirmou Colin Kahl, assessor do Pent�gono. O tanque usa um motor com turbina, como o T-80 russo, o que eleva o desempenho, mas o torna um beberr�o de combust�vel —algo que a Ucr�nia n�o tem sobrando.

Seja como for, h� otimismo. O governo da Litu�nia disse estar certo de que v�rios pa�ses ir�o anunciar o envio de Leopard-2 —12 na��es europeias o operam. O Reino Unido tamb�m disse que ir� fornecer, al�m de tanques, 600 m�sseis antiblindados Brimstone, uma arma poderosa.

Enquanto o debate ocorre, os ucranianos elevam a cobran�a com os russos atacando a leste. "N�o temos tempo. A quest�o dos tanques precisa ser resolvida o mais rapidamente poss�vel, estamos pagando pela demora com a vida do nosso povo", afirmou no Telegram o assessor presidencial Andrii Iermak.


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