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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Israel e Jord�nia se unem para recuperar rio Jord�o e mar Morto

O rio Jord�o est� contaminado e vem sumindo. �, segundo a B�blia, o cen�rio do batismo de Jesus, al�m de outros epis�dios centrais do livro


19/01/2023 08:28 - atualizado 19/01/2023 08:54

Homem caminha em formações de sal ao longo do Mar Morto
Homem caminha em forma��es de sal ao longo do Mar Morto (foto: GIL COHEN-MAGEN / AFP)

Os governos de Israel e da Jord�nia t�m se aproximado nos �ltimos meses para enfrentar um dos grandes desafios ambientais de sua regi�o.

Esses dois pa�ses -que no passado guerrearam- assinaram em novembro uma declara��o conjunta para cooperarem na recupera��o do rio Jord�o. A assinatura aconteceu na c�pula do clima COP27, no Egito.

O rio Jord�o est� contaminado e vem sumindo. �, segundo a B�blia, o cen�rio do batismo de Jesus, al�m de outros epis�dios centrais do livro. Turistas, em especial os religiosos, costumam visit�-lo para serem batizados e encher garrafinhas com essa �gua, de simbolismo tamanho.

A import�ncia do Jord�o vai al�m da B�blia, por�m. O rio desce do mar da Galileia, no norte de Israel, e desemboca no mar Morto. � uma pe�a fundamental para os ecossistemas do Oriente M�dio -uma das regi�es do mundo mais afetadas pela mudan�a clim�tica, segundo especialistas.

Isso sem mencionar a import�ncia pol�tica. O rio Jord�o passa pela Cisjord�nia, um territ�rio que Israel ocupa desde 1967. Sua bacia inclui a S�ria, em conflito com Israel, e tamb�m os palestinos, sob seu controle.

Segundo Elias Salameh, professor na Universidade da Jord�nia e especialista no tema, todos os pa�ses que fazem parte da bacia do rio contribu�ram -por exemplo, desviando �gua- � diminui��o do fluxo do Jord�o. Eram 1.400 milh�es de metros c�bicos anuais nos anos 1960; o n�mero caiu � taxa atual: de 100 milh�es a 150 milh�es de metros c�bicos anuais.

O incremento da atividade agr�cola e da urbaniza��o nos pa�ses da regi�o foi, ainda, respons�vel pela polui��o do Jord�o com dejetos e componentes qu�micos. Ademais, a intensa atividade humana levou a um aumento "dram�tico", da salinidade do rio, na avalia��o de Salameh.

O curso do rio Jord�o afeta tamb�m o mar Morto, um ecossistema �nico e bastante fr�gil -onde turistas v�o para flutuar na superf�cie, gra�as � excepcional composi��o salina da �gua. Segundo o professor Salameh, o n�vel desse mar baixou em quase 40 metros desde os anos 1970. O mar Morto corre o risco, assim, de fazer jus ao seu nome e realmente morrer.

A diminui��o da superf�cie do mar Morto resulta em diversos fen�menos, como a diminui��o da umidade do ar, afetando a vida ao redor. Crateras t�m surgido ao redor da costa, com risco a assentamentos.

O texto assinado por Israel e pela Jord�nia inclui planos para aumentar o fluxo de �gua que vem do rio Jord�o, limp�-lo, incentivar a agricultura sustent�vel na bacia e criar reservas ambientais em toda essa regi�o.

N�o est� claro qual ser� o impacto imediato, no entanto, e h� raz�es para ceticismo. Em primeiro lugar, porque o ministro israelense que firmou o acordo j� n�o faz mais parte do governo. Em segundo, porque os palestinos -que vivem na bacia- n�o foram fizeram parte da conversa.

Ainda assim, a assinatura � um marco importante. "Significa que Israel e Jord�nia entenderam as consequ�ncias do que est� acontecendo", diz Yana Abu-Taleb, uma das diretoras da Eco Peace, ONG que conecta israelenses, jordanianos e palestinos para a prote��o ambiental.

"Eles compreenderam que a mudan�a clim�tica afeta todos os lados e que eles precisam cooperar", ela afirma, refor�ando que "o ambiente n�o respeita fronteiras."

Para al�m do impacto ambiental, Abu-Taleb ressalta tamb�m a import�ncia dos planos de recupera��o do rio em termos econ�micos. O texto prev� o desenvolvimento sustent�vel ao redor do Jord�o, em especial nos territ�rios onde vivem jordanianos e palestinos.

Na vis�o de organiza��es como a Eco Peace, solu��es ambientais como a recupera��o do rio Jord�o t�m, inclusive, o potencial de promover a paz regional. "Ao reunir as partes para falar sobre a mudan�a clim�tica, n�s ajudamos a criar confian�a entre elas. S� com confian�a haver� paz."

Abu-Taleb diz, ainda, que a pr�pria degrada��o do rio Jord�o � uma das consequ�ncias dos conflitos e dos desentendimentos entre os pa�ses nessa regi�o. "N�o h� coopera��o, e � a� que o rio perde sua �gua. Os governos se apropriam h� d�cadas do quanto podem, sem negociar. Agora est�o enfrentando secas. Se a gente n�o colaborar, todos perdem."

Salameh diz algo parecido com a fala de Abu-Taleb. "Devido � situa��o delicada das fronteiras de diferentes pa�ses em conflito, as medidas adequadas n�o foram implementadas", afirma. "O rio Jord�o virou um local de dep�sito para dejetos. E ningu�m se sentiu respons�vel por ele."

 


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