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Estado de Minas MUNDO

R�ssia avalia proposta de paz feita por Lula para Guerra da Ucr�nia

O petista enviou uma proposta para a cria��o de um grupo de pa�ses n�o envolvidos na Guerra da Ucr�nia para tentar mediar uma sa�da pac�fica para o conflito


23/02/2023 23:00 - atualizado 24/02/2023 09:54

O governo da R�ssia est� analisando a proposta feita pelo presidente brasileiro, Luiz In�cio Lula da Silva (PT), para a cria��o de um grupo de pa�ses n�o envolvidos na Guerra da Ucr�nia para tentar mediar uma sa�da pac�fica para o conflito que completa um ano nesta sexta (24/2).

 

A informa��o foi dada pelo vice-chanceler Mikhail Galuzin em uma entrevista � ag�ncia estatal russa Tass nesta quinta (23/2). Ele fez ressalvas �bvias � viabilidade da ideia, dizendo ser preciso levar em considera��o a evolu��o militar do conflito.

 

"N�s notamos as declara��es do presidente do Brasil sobre o tema de uma poss�vel media��o para tentar encontrar meios pol�ticos de evitar escalada na Ucr�nia, corrigindo erros de c�lculo no campo da seguran�a internacional com base no multilateralismo, e considerando os interesses de todo os atores", afirmou.

 

"N�s estamos examinando iniciativas, principalmente sob o ponto de vista da pol�tica equilibrada do Brasil e, claro, levando em considera��o a situa��o em campo", completou, lembrando que os russos s�o parceiros dos brasileiros, chineses, indianos e sul-africanos no grupo diplom�tico Brics.

Proposta de Lula

 

A proposta de Lula, feita inicialmente ao premi� alem�o Olaf Scholz em Bras�lia e levada ao presidente Joe Biden em Washington, prev� uma tentativa de solu��o do conflito por meio de um "clube de paz" que inclua pa�ses como a �ndia e a China.

 

Montagem: Lula x Putin
Lula envia proposta � R�ssia para mediar sa�da pac�fica da guerra (foto: Ag�ncia Brasil/Wikimedia Commons)
A ideia, claro, foi recebida de forma fria pelos l�deres, que mant�m a posi��o ocidental de buscar derrotar a R�ssia militarmente, o que � considerado imposs�vel mesmo pelo principal general americano, Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto das For�as Armadas.

 

Na semana que vem, o tema poder� ser explorado pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Ele estar� em Nova D�li (�ndia), onde ter� oportunidade de se encontrar com seus colegas russo, chin�s e indiano em reuni�o do G20.

 

 

 

 

Na primeira encarna��o de Lula como presidente, de 2003 a 2010, a pol�tica externa foi elevada a prioridade, n�o menos porque era boa vitrine para o momento econ�mico favor�vel pelo qual o pa�s passou, aproveitando o boom das commodities puxado pela China.

 

A reputa��o acabou arranhada pelo fracasso do acordo nuclear com o governo do Ir�, costurado pelo Brasil e pela Turquia, mas bombardeado pelos EUA, e pelo constante apoio a ditaduras de esquerda pr�ximas do PT.

 

China

 

A situa��o atual tem nuances complexas, a come�ar pela posi��o da China como eventual mediadora. Nesta quinta, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que "quer se encontrar" com os chineses e que gostaria de v�-los nesta posi��o.

 

A fala veio em tom de cobran�a. Na v�spera, o presidente Vladimir Putin encontrou-se com o principal diplomata chin�s, Wang Yi, que refor�ou a alian�a entre os dois pa�ses e preparou o caminho para um novo encontro entre o russo e o l�der Xi Jinping.

 

Vinte dias antes da guerra, Putin e Xi selaram a alian�a no contexto da Guerra Fria 2.0 e, embora n�o seja um acordo militar, a coopera��o dos dois pa�ses cresceu muito, com patrulhas e exerc�cios conjuntos. Nesta mesma quinta, as Marinhas da China e da R�ssia est�o em manobras in�ditas com a �frica do Sul, outro membro do Brics ali�s.

 

 

 

 

Os EUA acusam a China de pretender enviar armas para ajudar os russos, o que Pequim nega. Nesta quinta, o secret�rio-geral da Otan, Jens Stoltenberg, foi na mesma linha: "N�s alertamos contra isso. A China n�o deve apoiar a guerra ilegal da R�ssia, � claro".

 

Por outro lado, os chineses t�m mostrado ambiguidade: n�o condenam os russos, mas insistem em que a guerra deve parar. Em debate na ONU nesta quinta, o embaixador-adjunto da China no �rg�o, Dai Bing, disse que "os fatos brutais oferecem ampla prova de que enviar armas n�o trar� paz", cutucando os EUA.

'Clube da paz'

 

 

Isso joga d�vidas sobre a validade de um "clube da paz", em especial sem seu ator mais musculoso. Mas tamb�m � not�vel que h� uma percep��o crescente no Ocidente de que a guerra pode ter unido o bloco de pa�ses liderados pelos EUA, mas que outras na��es n�o necessariamente alinhadas � China ou � R�ssia t�m postura independente.

 

"Estou muito impressionado com como estamos perdendo a confian�a do Sul Global", disse no s�bado (18) o presidente franc�s, Emmanuel Macron, na Confer�ncia de Seguran�a de Munique, sobre como se comportam na guerra pa�ses abarcados pelo termo, como Brasil e �ndia.

 

A defer�ncia russa a Lula � tamb�m tributo � posi��o brasileira na guerra, criticada nos EUA. Gulazin citou at� a negativa do petista de vender muni��o brasileira de tanques Leopard-1 para a Alemanha repassar � Ucr�nia, revelada pela Folha de S.Paulo em janeiro.

 

"Eu gostaria de enfatizar que a R�ssia valoriza a posi��o equilibrada do Brasil na atual situa��o internacional, sua rejei��o � medidas de coer��o tomadas pelos EUA e seus sat�lites contra nosso pa�s, e a recusa dos nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamento militar ou muni��o para o regime de Kiev", afirmou.

 

 

Brasil 'se colocar no lugar da Ucr�nia'

 

Na semana passada, uma alta funcion�ria da diplomacia americana, a subsecret�ria de Estado Victoria Nuland, disse que o Brasil deveria "se colocar no lugar da Ucr�nia". "Ao mesmo tempo, n�s vemos como Washington est� colocando press�o sobre o Brasil. Tal inst�ncia soberana merece respeito", disse Gulazin.

 

Lula segue a posi��o do antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que visitou Putin uma semana antes da guerra. Rivais, ambos os pol�ticos mantiveram a tradi��o do Itamaraty em caso de conflitos internacionais: a busca por solu��es pac�ficas e distanciamento, procurando preservar seus interesses.

 

Assim, o Brasil foi 1 dos 141 pa�ses que condenaram a invas�o russa em vota��o na ONU, mas recusou-se a adotar o draconiano regime de san��es econ�micas liderado pelo Ocidente contra a R�ssia. Ficou, desta forma, fora da lista de do Kremlin de pa�ses hostis e garantiu seu interesse principal: manter o fornecimento de fertilizantes russos, que dominam 30% do mercado brasileiro.

 

Nesta quinta, foi novamente 1 dos 141 pa�ses a apoiar a resolu��o pedindo o fim do conflito, e teve participa��o espec�fica no par�grafo 5º do texto, que reitera a necessidade de desocupa��o da Ucr�nia. Buscando estabelecer equidist�ncia, foi a �nica na��o dos Brics a n�o votar contra ou se abster.

 

 

Bolsonaro

 

Bolsonaro tamb�m negou ajudar a mesma Alemanha a obter muni��o para os blindados de defesa antia�rea Gepard, que o Brasil opera, enviados por Berlim a Kiev. Com efeito, antes do segundo turno de 2022 no Brasil, Putin disse � Folha de S.Paulo que tinha boas rela��es tanto com o petista quanto com o ent�o presidente.

 

J� na campanha eleitoral, Lula causou pol�mica ao dizer que Zelenski era t�o culpado pela guerra quanto Putin. Presidente, modulou o tom dizendo que a R�ssia n�o deveria ter invadido, mas instou ambos a negociar. Cr�ticos do petista afirmam que a postura brasileira desconsidera a trag�dia humana iniciada pela R�ssia.


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