
O deputado George Santos se mostrou confiante de que vai conseguir enfrentar as 13 acusa��es de crimes financeiros do governo federal apresentadas contra ele num tribunal de Long Island, em Nova York, nesta quarta-feira (10/5).
Santos falou � Folha de S.Paulo com exclusividade depois de uma ca�tica coletiva na porta do tribunal federal e afirmou que tem documenta��o para refutar algumas acusa��es, mas admitiu que ele e sua defesa precisam examinar melhor os detalhes das den�ncias, que envolvem lavagem de dinheiro e fraudes.
O republicano, filho de brasileiros, � acusado de receber de forma irregular aux�lio-desemprego durante a pandemia, quando, de acordo com o indiciamento do Departamento de Justi�a, ele recebia um sal�rio anual de US$ 120 mil. Santos afirma que o aux�lio foi perfeitamente legal, mas excedeu o limite do governo em duas parcelas de US$ 564 e citou esta acusa��o e a soma pequena como exemplo de que � v�tima de persegui��o pol�tica. A Folha de S.Paulo n�o tem confirma��o independente desta alega��o.
Na entrevista, Santos disse ainda que encorajou seus parentes e amigos, contatados por promotores federais, a responder francamente a quaisquer perguntas. Ele insiste que os cinco meses que se passaram para a investiga��o do Departamento de Justi�a apresentar as acusa��es s�o um per�odo curto, o que, segundo sua vis�o, sugere desespero do governo para lev�-lo � Justi�a.
O deputado ressaltou que a emissora CNN, uma rede que qualifica como uma advers�ria ideol�gica, publicou o an�ncio do indiciamento na ter�a (9/5), dez minutos antes de seu advogado ser notificado. Para Santos, a informa��o antecipada configura mais um exemplo da natureza pol�tica das acusa��es.
George Santos foi defendido no tribunal apenas por Joe Murray, um advogado que mant�m para outras representa��es, mas afirma que vai precisar refor�ar seu time para enfrentar o governo federal.
Sobre uma poss�vel admiss�o de culpa em algumas das 13 acusa��es para obter algum tipo de benef�cio na pena —se condenado, ele pode pegar at� 20 anos de pris�o—, Santos diz ter deixado claro que est� disposto a conversar.
Ele corrigiu, por�m, a express�o "admitir culpa" e disse que quer apenas ouvir os promotores.
O indiciamento arquivado pelo Departamento de Justi�a cita uma "Pessoa #1" como delatora do deputado. Ele diz n�o ter lido os detalhes e preferiu n�o especular sobre a identidade de quem delatou. Tamb�m s�o an�nimos os tr�s benfeitores que pagaram fian�a de US$ 500 mil para que Santos responda �s acusa��es em liberdade.
Repetindo o que disse na entrevista coletiva ao deixar o tribunal, o deputado disse que n�o est� nervoso porque acredita que tem meios de provar sua inoc�ncia, mas n�o forneceu detalhes sobre o que vai apresentar � Justi�a.