Juliana Peres Magalh�es morava na casa de um casal americano em Reston, na Virg�nia, e cuidava da filha deles. No dia do crime, um homem, Joseph Ryan, 39, teria invadido o im�vel e, depois, foi encontrado morto pela pol�cia. Ela � acusada pela morte desse homem.
Al�m de Ryan, Christine Banfield, de 37 anos, a mulher do casal que empregava Magalh�es, tamb�m foi encontrada morta.
O crime ocorreu em 24 de fevereiro, mas o Departamento de Pol�cia do Condado de Fairfax s� concluiu a investiga��o, que levou � pris�o de Magalh�es, na �ltima quinta. A din�mica exata do crime ainda n�o foi tornada p�blica.De acordo com a nota oficial divulgada pela pol�cia, Magalh�es foi presa sob acusa��o de homic�dio doloso de Joseph Ryan. Ela foi levada ao Centro de Deten��o de Adultos do condado e est� sob cust�dia, sem possibilidade de fian�a. N�o h� previs�o de um julgamento at� o momento.
A reportagem tentou contato com o advogado de Magalh�es, Ryan Campbell, mas n�o conseguiu resposta at� a publica��o deste texto.
De acordo com o comunicado oficial, a pol�cia recebeu uma liga��o �s 7h53 do dia 24 de fevereiro, mas a chamada foi desligada abruptamente. Segundo a pol�cia, o telefonema foi feito pelo celular de Magalh�es. Em uma nova liga��o, cerca de 13 minutos depois, Magalh�es informou � atendente de pol�cia que algu�m havia machucado sua amiga. Nesta hora, Brendan Banfield, marido de Christine, pegou o telefone e disse que encontrou sua mulher "no quarto, ap�s levar facadas", e que ele "atirou em Ryan".
A pol�cia foi ao local, uma casa em um bairro de alto padr�o em Reston avaliada em aproximadamente US$ 1 milh�o (cerca de R$ 5,2 mi), e encontrou Ryan j� sem vida. Christine foi levada ao hospital, mas n�o resistiu aos ferimentos e morreu. No local tamb�m estava a filha do casal, de 4 anos, mas ela n�o sofreu nenhuma agress�o.
Ainda segundo a nota oficial da investiga��o, a pol�cia realizou um inqu�rito com dados de per�cia, liga��es telef�nicas e depoimentos, e concluiu que Magalh�es atirou diversas vezes no t�rax de Ryan, mas que ela n�o foi respons�vel pela morte de Christine Banfield. A pol�cia ainda investiga a causa da morte da mulher, mas disse ter "certeza de que a v�tima e Ryan se conheciam", j� que n�o houve sinais de arrombamento na casa. O marido, Brendan, se recusou a prestar depoimento � pol�cia.
A reportagem procurou o Itamaraty e o Minist�rio das Rela��es Exteriores para falar sobre o caso, mas n�o obteve resposta at� o momento.
Marina Peres Souza, m�e de Magalh�es, conversou com a reportagem por telefone e afirmou que a filha mora h� dois anos nos Estados Unidos --ela foi com o objetivo de trabalhar como bab� (au pair) enquanto fazia interc�mbio. A m�e da suspeita disse estar muito abalada e se mostrou bem preocupada com a situa��o da jovem. Disse, tamb�m, que, at� o momento, n�o conseguiu contato com o advogado e n�o foi procurada pelo Itamaraty ou pelo governo brasileiro para prestar apoio.
Ainda segundo a m�e, a filha disse que estava chegando em casa para o trabalho, quando viu o homem entrando. Assustada, ligou para Brendan e informou sobre a invas�o.
Ao entrarem no im�vel, Banfield e Magalh�es teriam encontrado Christine ferida. Foi nessa hora que uma disputa teria acontecido entre Ryan, Magalh�es e Banfield, quando ela teria atirado contra ele para "se defender e defender a fam�lia".
A reportagem falou por telefone com a pol�cia de Fairfax, mas n�o conseguiu confirmar se a hip�tese de leg�tima defesa foi considerada durante a investiga��o. Segundo Souza, a jovem disse � m�e que o caso tinha sido encerrado h� aproximadamente tr�s meses.
"Ela me falou que o caso tinha sido arquivado, e que a pol�cia tinha conclu�do que quem matou a Christine foi o Ryan, porque eles eram ex-companheiros. E a� a gente ficou sabendo uns dois dias antes da pris�o que eles estavam investigando [ela]. Eles emboscaram ela na quinta-feira antes do trabalho", disse a m�e, com a voz embargada. Ela informou que est� desde a �ltima sexta-feira sem ter not�cias da filha.
De acordo com o portal de not�cias NBC Washington, Brendan Banfield � agente do FBI (Escrit�rio de Investiga��o Federal, na sigla em ingl�s) e se recusou a prestar depoimento � pol�cia, apesar de ter confirmado que n�o atirou em Ryan -uma vers�o diferente do que disse na primeira liga��o inicial ao 911.
Ainda segundo Souza, a filha queria voltar ao Brasil. O visto dela venceu h� quinze dias, mas ela tinha acabado de entrar com o pedido de renova��o. "Est�o falando coisas horr�veis da minha filha, que ela s� fez isso para permanecer no pa�s, mas n�o � verdade. Ela n�o faria mal a uma mosca. Espero que essa hist�ria se resolva", disse.