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O Brasil e seus vizinhos da Am�rica Latina comp�em o mais recente epicentro da pandemia de coronav�rus, que matou mais de 400 mil pessoas no mundo. Na semana passada, morreram em m�dia 4.319 pessoas por dia, sendo 2.028 no subcontinente latino-americano.
Outros lugares do globo j� ocuparam esse lugar: primeiro a China, onde o surto come�ou em dezembro, seguida da Europa e depois dos Estados Unidos.
Atualmente, pa�ses e territ�rios se dividem basicamente em tr�s fases: n�mero de infectados em alta, pandemia estabilizada e casos novos em queda.
Hoje, segundo os dados dispon�veis de 160 localidades no mundo, o primeiro grupo tem 75 pa�ses e territ�rios, sendo a maioria do hemisf�rio Sul, principal de regi�es como Am�rica Latina, �frica e Oriente M�dio.
O segundo grupo, com 52, inclui lugares como os Estados Unidos, que t�m o maior n�mero de mortos e infectados, mas superaram o primeiro pico de casos de covid-19, e o terceiro, 43. Mas esse cen�rio muda todos os dias.
Veja neste gr�fico a situa��o de cada pa�s. Se as barras ficam mais claras, significa que a pandemia perde for�a. Se est�o escurecendo, ela est� se agravando.
A BBC News Brasil selecionou abaixo cinco indicadores para mostrar como o Brasil figura entre os pa�ses e territ�rios mais afetados atualmente pela pandemia.
1. Brasil � o 9� em casos por 1 milh�o de habitantes
O Brasil tem o maior n�mero de novos casos por dia, mas quando se mede o total a cada 1 milh�o de habitantes est� em nono (150 casos por milh�o), segundo dados do Centro Europeu de Controle e Preven��o de Doen�as (ECDC). Vale lembrar que esses dados variam bastante conforme a capacidade de cada pa�s de realizar testes.
Na �ltima sexta-feira (12), o Catar tinha a maior taxa de novos casos por dia (568) quando se considera o tamanho da popula��o e o n�mero m�dio dos registros em tr�s dias (a fim de evitar distor��es com as quedas de notifica��es em fins de semana, por exemplo). Os nove seguintes s�o: Bahrein, Chile, S�o Tom� e Pr�ncipe, Om�, Peru, Arm�nia, Kuwait, Brasil e Panam�.
Em 12 de junho, essa taxa era zero em pa�ses como Nova Zel�ndia, Isl�ndia e Taiwan.
2. Brasil tem a s�tima maior taxa de mortes por 100 mil habitantes
Entre os pa�ses mais afetados pela pandemia, o Reino Unido � aquele que tem o maior n�mero de pessoas mortas quando se considera a taxa por 100 mil habitantes: 62,79. O Brasil aparece em s�timo, com 20,39 mortos a cada 100 mil habitantes. Os dados s�o da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
Ambos os pa�ses est�o em processo de retomada das atividades n�o essenciais e reabertura do com�rcio. Mas o pico de casos no Reino Unido foi h� dois meses, e no Brasil ele n�o deve ser atingido antes de agosto.
3. Distanciamento social no Brasil � menor que o de vizinhos latino-americanos
O total de pessoas que est�o respeitando o distanciamento social no Brasil atingiu o n�vel mais baixo desde 20 de mar�o, segundo �ndice divulgado pela empresa de tecnologia InLoco com base na localiza��o de 60 milh�es de telefones celulares (com dados an�nimos).
Levantamento do Google tamb�m com base em dados de aparelhos aponta que o pa�s registrou em 6 de junho uma queda de 44% na circula��o de pessoas em espa�os p�blicos (em rela��o ao per�odo antes da pandemia). O �ndice � menor que o de outros pa�ses latino-americanos, como M�xico (45%), Chile (62%) e Argentina (85%).
4. Em queda, velocidade de espalhamento da doen�a no Brasil est� entre as 50 maiores
Atualmente, o n�mero de mortes dobra mais r�pido na Eti�pia. Isso acontece a cada 5 dias. O pa�s africano s� havia confirmado 55 mortes at� o dia 14 de junho. Em segundo surge o Chile, com 7 dias para duplica��o e 3.101 mortes.
O Brasil aparece em 42� nesta lista do Centro Europeu de Controle e Preven��o de Doen�as. O n�mero de mortes no Brasil dobra atualmente a cada 22 dias. Ao menos 43 mil pessoas morreram de covid-19 no pa�s.
Em geral, morre 1 a cada 100 pessoas infectadas pela doen�a, cerca de tr�s semanas depois do aparecimento dos sintomas. Isso significa, portanto, que os dados sobre mortes refletem uma realidade de quase um m�s antes.
Se compararmos a varia��o do n�mero de casos nas �ltimas duas semanas, em rela��o aos 14 dias anteriores, o Brasil registrou alta de 33%. O �ndice tem ca�do: era 96% em 1� de junho, por exemplo.
Se n�o houver nenhuma mudan�a significativa no avan�o da pandemia no pa�s, o Brasil pode superar os Estados Unidos em n�mero de mortes de covid-19 no dia 29 de julho, aponta a proje��o de um dos principais modelos matem�ticos usados pela Casa Branca para definir suas estrat�gias. Nesse dia, o Brasil teria 137,5 mil mortos e os EUA, 137 mil.
5. Entre os pa�ses mais ricos, queda do PIB brasileiro deve ficar atr�s apenas da Europa
O Brasil deve ser um dos pa�ses que mais sofrer�o o impacto econ�mico decorrente da pandemia de covid-19. As previs�es variam bastante entre si e tentam mostrar um retrato futuro com base nos dados dispon�veis no momento.
A perspectiva de queda da economia brasileira tem se deteriorado rapidamente.
Em abril, analistas do mercado financeiro falavam em retra��o do PIB (soma de todas as riquezas produzidas no pa�s num per�odo) em 2020 de 0,48%.
No in�cio de junho, o mesmo grupo de especialistas fala em queda de 6,48% do PIB, segundo o Boletim Focus, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central com base em proje��es feitas principalmente por institui��es que atuam no mercado financeiro (bancos, gestoras de recursos e consultorias).
Em sua �ltima revis�o, o governo federal previu recuo de 4,7% neste ano. O Banco Mundial projetou queda de 8%, mais baixa apenas que a da zona do euro (9,1%).
A OCDE (Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico), conhecida como clube dos pa�ses ricos, tra�ou dois cen�rios para o Brasil, um considerando que o pa�s ser� atingido uma vez pela pandemia em 2020 e o outro que o Brasil sofrer� com uma segunda onda de casos no fim do ano.
Para a OCDE, no cen�rio mais otimista, a economia brasileira vai cair 7,4% em 2020, com uma recupera��o de 4,2% em 2021. No segundo cen�rio, a queda seria de 9,1% neste ano, e recupera��o de 2,4% no seguinte.
Segundo a entidade, na qual o Brasil tenta ingressar, a Espanha deve ser o membro da OCDE com maior recuo econ�mico: 11,1% na previs�o que considera apenas uma onda de casos e 14,4%, naquela que fala em uma segunda onda ainda neste ano. Fran�a, It�lia e Reino Unido aparecem no mesmo patamar.
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