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Estado de Minas THE LANCET

Estudo refor�a ind�cios de que pobres e ind�genas s�o mais vulner�veis � COVID-19

Com dados de testes sorol�gicos de todo o pa�s, pesquisa nacional mostrou que preval�ncia da doen�a entre os 20% mais pobres � de 3,7%, contra 1,7% entre os mais ricos


23/09/2020 19:01 - atualizado 23/09/2020 19:25

Homem do povo yanomami é atendido em Alto Alegre, Roraima(foto: REUTERS/Adriano Machado)
Homem do povo yanomami � atendido em Alto Alegre, Roraima (foto: REUTERS/Adriano Machado)

Um estudo in�dito a n�vel nacional, onde o percentual de pessoas que j� tiveram COVID-19 foi calculado ap�s exames sorol�gicos (que detectam anticorpos contra a doen�a no sangue), refor�ou com resultados publicados nesta quarta-feira (23/9) o que pesquisas anteriores v�m apontando: a maior vulnerabilidade de ind�genas e pobres � doen�a.


O artigo, assinado por pesquisadores de v�rias universidades brasileiras e publicado no peri�dico The Lancet Global Health, revela que a preval�ncia da COVID-19 (indiv�duos j� infectados em algum momento) entre os ind�genas � de 6,4% — mais de quatro vezes maior do que em pessoas brancas (1,4%).

Segundo a equipe, liderada pelo professor da Universidade Federal de Pelotas Cesar Victora, a maior preval�ncia entre os ind�genas pode ser explicada por um conjunto de fatores que afetam esta popula��o n�o s� no atual contexto de pandemia, como alta densidade de pessoas vivendo em um mesmo ambiente, pobreza e dificuldades de acesso � sa�de.

"Nosso resultado mais not�vel foi a concentra��o da alta preval�ncia em 11 cidades ao longo do rio Amazonas, com n�veis que est�o entre os mais altos j� relatados em estudos populacionais. A descoberta desta alta preval�ncia em uma regi�o tropical contradiz o senso comum de que continentes como a �frica podem estar mais protegidos contra a COVID-19 por causa da altas temperaturas", dizem os autores.

Com dados de todos os Estados, os autores conclu�ram tamb�m que o Norte e Nordeste do pa�s tiveram uma escalada particularmente r�pida de infec��es. Em pesquisa sorol�gica de junho, das 34 cidades com preval�ncia da doen�a maior do que 2%, 11 estavam no Norte; 14 no Nordeste; e tr�s no Sudeste — o Rio de Janeiro se destaca, com 7,5%.

A pesquisa tamb�m constatou que, na parcela 20% mais pobre da popula��o, a preval�ncia foi de 3,7%, mais do que o dobro do 1,7% encontrado entre os 20% mais ricos.

Como foi o estudo


Praia lotada no Rio de Janeiro durante pandemia; cidade teve uma prevalência alta da doença: 7,5%(foto: EPA)
Praia lotada no Rio de Janeiro durante pandemia; cidade teve uma preval�ncia alta da doen�a: 7,5% (foto: EPA)

Foram feitas pesquisas em domic�lio com 25 mil participantes em maio; e 32 mil em junho. Eles escolheram aleatoriamente casas e pessoas para serem testadas para COVID-19 em exames sorol�gicos — que mostram que uma pessoa j� teve a infec��o em alguma ocasi�o, mas n�o no momento do teste.

A concentra��o de casos em 11 cidades ao longo do rio Amazonas que chamou a aten��o da equipe foi constatada na primeira pesquisa, incluindo as capitais Bel�m, Manaus e Macap�.

Entre as duas pesquisas, de maio a junho, o estudo constatou, a n�vel nacional, uma preval�ncia aumentada da COVID-19 na parcela de pessoas com 20 a 59 anos; e tamb�m entre aqueles vivendo em casas com muitas pessoas — em geral, quanto mais pessoas morando em uma casa, maior a preval�ncia, chegando a 4,4% em domic�lios com seis ou mais pessoas.

"O Brasil se tornou um foco global na pandemia de COVID-19 em termos de casos relatados e mortes", explicou em comunicado � imprensa Victora, da Universidade Federal de Pelotas.

"Os estudos de soropreval�ncia existentes no Brasil t�m se concentrado nas partes mais desenvolvidas do pa�s, representadas pelas regi�es Sul e Sudeste. Portanto, � vital que tenhamos dados mais precisos sobre a situa��o nacional."

Os autores tamb�m criticam a gest�o pol�tica da crise sanit�ria no pa�s, mencionando a defici�ncia em testagens e rastreamento de doentes; a sa�da de dois ministros da Sa�de; e a postura do presidente Jair Bolsonaro de valorizar o uso da hidroxicloroquina e de desconsiderar a import�ncia do distanciamento social — duas posi��es que v�o de encontro a recomenda��es baseadas em evid�ncias cient�ficas.



(foto: BBC)
(foto: BBC)

(foto: BBC)
(foto: BBC)

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