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Estado de Minas

Vacina contra covid: apenas uma de 7 candidatas brasileiras completou 1� fase de testes at� agora

Imunizantes desenvolvidos no pa�s esbarram na falta de insumos, na estrutura de fabrica��o prec�ria e na necessidade de ajustes em protocolos de pesquisa para aprovar e dar andamento aos estudos.


22/02/2022 08:50 - atualizado 22/02/2022 09:04

Embalagem da nova vacina
ButanVac � a �nica vacina 'brasileira' a concluir a fase 1 dos testes cl�nicos (foto: Governo de SP)

Ao longo de 2020 e 2021, diversos grupos de pesquisa brasileiros divulgaram que tinham desenvolvido prot�tipos de vacinas para barrar a covid-19 alguns chegaram at� a estipular datas para o in�cio e o t�rmino das tr�s etapas de testes cl�nicos necess�rias para comprovar (ou n�o) a efic�cia e a seguran�a das novas formula��es.

Na pr�tica, por�m, nenhuma das candidatas cumpriu o cronograma. Entre as sete vacinas anunciadas, o produto que mais avan�ou foi a ButanVac: o Instituto Butantan, em S�o Paulo, anunciou recentemente que finalizou a primeira fase dos testes cl�nicos.

E, mesmo nesse caso, a conclus�o da fase 1 acontece cerca de oito meses depois da data estipulada para a conclus�o de todas as tr�s etapas exigidas pelas ag�ncias regulat�rias, como a Anvisa do Brasil.

Numa coletiva de imprensa realizada no dia 26 de mar�o de 2021, Dimas Covas, diretor do Butantan, e Jo�o Doria (PSDB), governador de S�o Paulo, chegaram a dizer que, se os testes corressem bem, a ButanVac poderia ser aplicada ainda em julho de 2021.

Nesse meio tempo, os cientistas encontraram uma s�rie de dificuldades, que v�o desde falta de estrutura e insumos para fabricar as primeiras doses at� pedidos de ajustes nos protocolos de pesquisa conforme a campanha de vacina��o progredia.

A BBC News Brasil entrou em contato com as sete institui��es brasileiras que est�o por tr�s das candidatas � vacina anunciadas nos �ltimos meses. Confira o status de todas as pesquisas e quando s�o esperados novos resultados.

ButanVac

Com a tecnologia desenvolvida no Hospital Mount Sinai e na Universidade do Texas em Austin, ambos nos Estados Unidos, essa vacina traz um v�rus modificado da doen�a de Newcastle (que afeta aves, mas � inofensiva para seres humanos) com a prote�na S do coronav�rus.

Esse "S" vem de spike (ou esp�cula, em portugu�s), a estrutura que fica na superf�cie do v�rus e se conecta �s nossas c�lulas para dar in�cio � infec��o.

As doses da ButanVac s�o produzidas em ovos embrionados de galinha, uma tecnologia que o Instituto Butantan domina e utiliza para fabricar cerca de 80 milh�es de unidades da vacina contra a gripe todos os anos.

Al�m da institui��o brasileira, esse produto tamb�m � testado em outros dois lugares: no Instituto de Vacinas e Biologia M�dica do Vietn� e na Organiza��o Farmac�utica Governamental da Tail�ndia.

Como mencionado no in�cio da reportagem, as primeiras not�cias sobre esse produto foram divulgadas em mar�o de 2021 e havia at� uma perspectiva de que ele poderia ficar dispon�vel j� no ano passado.

Fato � que a fase 1 dos testes cl�nicos, em que os cientistas avaliam a dosagem adequada e a seguran�a da formula��o, foi finalizada agora em fevereiro de 2022.

Num texto publicado no site oficial, o Butantan explica que precisou fazer ajustes nessa primeira fase das pesquisas, j� que a campanha de vacina��o estava progredindo bem entre a popula��o brasileira no segundo semestre de 2021.

"Como naquela �poca o avan�o estava muito r�pido e o estudo pedia que os volunt�rios nunca tivessem tomado vacina e n�o tivessem covid, o n�mero de pessoas dispon�veis foi diminuindo", justificou o m�dico e consultor do Butantan, Eduardo Motti.

Sede do instituto Butantan, em São Paulo
Instituto Butantan diz que vai entrar 'em breve' com pedido para come�ar as fases 2 e 3 dos testes com a ButanVac (foto: Butantan)

O instituto precisou ent�o "adaptar a ButanVac para outro momento da pandemia: aquele em que toda a popula��o estaria vacinada, mas no qual o v�rus continuaria circulando e desenvolvendo variantes".

Com a mudan�a nos protocolos, foram recrutados 327 volunt�rios, que receberam a ButanVac ou a CoronaVac durante o segundo semestre de 2021. A meta era comparar como cada uma dessas doses agia no corpo.

No site, o Butantan informa que "as equipes envolvidas no ensaio cl�nico est�o terminando de computar os dados da fase 1 para encaminhar � Anvisa. A ag�ncia, com as informa��es em m�os, vai analisar e dizer se tem algum questionamento".

"Os dados preliminares s�o bons e ajudaram a definir a dose que ser� utilizada nas pr�ximas etapas todas as dosagens utilizadas nessa etapa apresentaram um bom perfil de seguran�a", continua o instituto.

Se tudo estiver certo, a ButanVac vai progredir para as fases 2 e 3 dos testes, que medir�o a efic�cia da vacina em centenas ou milhares de volunt�rios, que j� estar�o com o esquema vacinal com duas ou tr�s doses.

A meta � comparar se o imunizante consegue aumentar a prote��o contra o coronav�rus, inclusive contra as variantes mais recentes, caso da �micron, e se pode realmente servir como dose de refor�o no futuro.

Essas duas etapas ainda precisam passar pela aprova��o da Anvisa, e o Butantan afirma que vai encaminhar todos os documentos e protocolos "em breve". Os respons�veis pela pesquisa pretendem concluir todo esse trabalho at� o final de 2022.

RNA-MCTI-Cimatec-HDT

Essa candidata � vacina foi desenvolvida pelo Senai Cimatec, centro de ci�ncia, pesquisa e inova��o localizado em Salvador, na Bahia, em parceria com a empresa americana HDT Bio Corp e apoio do Minist�rio de Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es (MCTI).

Ela se vale de uma tecnologia chamada RepRNA, em que uma pequena sequ�ncia de c�digos gen�ticos "ensina" as pr�prias c�lulas do nosso corpo a fabricar a prote�na S do coronav�rus. Na sequ�ncia, esse material � reconhecido pelas c�lulas de defesa, que desenvolvem uma resposta capaz de proteger contra a infec��o de verdade.

O mecanismo � ligeiramente parecido ao que acontece com as vacinas de mRNA, como os produtos de Pfizer/BioNTech e Moderna. A diferen�a � que o RepRNA tem capacidade de se autorreplicar no organismo, o que, ao menos em tese, poderia garantir uma boa resposta imune com uma menor dosagem.

Outro componente da f�rmula � chamado de Lion, uma mol�cula gordurosa que ajuda a proteger o RepRNA e tamb�m serve de "guia" at� as c�lulas-alvo, onde a produ��o da prote�na S vai acontecer de fato.

O teste cl�nico de fase 1 da RNA-MCTI-Cimatec-HDT come�ou em 13 de janeiro e vai incluir 90 volunt�rios saud�veis de 18 a 55 anos. O objetivo � avaliar a seguran�a e j� medir se o produto gera alguma resposta do sistema imunol�gico.

Nessa etapa, ser�o avaliadas alguns esquemas de dosagens e intervalos diferentes entre as aplica��es.

Profissional de saúde aplica vacina RNA-MCTI-Cimatec-HDT no braço de voluntário
Primeiros volunt�rios dos testes cl�nicos da vacina RNA-MCTI-Cimatec-HDT come�aram a receber as doses no in�cio de 2022 (foto: Neila Rocha (ASCOM/SEAPC/MCTI))

Os primeiros resultados s�o esperados para os pr�ximos meses e as fases 2 e 3 est�o planejadas para come�ar ainda em 2022.

A BBC News Brasil entrou em contato com o MCTI para saber mais detalhes sobre o imunizante, mas n�o foram enviadas respostas at� a publica��o desta reportagem.

SpiNTec

A terceira candidata da lista foi criada numa parceria entre o Centro de Tecnologia em Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Funda��o Ezequiel Dias (Funed) e a Funda��o Oswaldo Cruz (FioCruz).

Os testes pr�-cl�nicos, feitos em amostras de c�lulas e cobaias, j� foram conclu�dos em 2021. Os pesquisadores aguardam o ok da Anvisa para iniciar os testes cl�nicos de fase 1, que envolvem seres humanos.

De acordo com a assessoria de imprensa da UFMG, "n�o h� uma previs�o de quando os testes ser�o liberados".

"Segundo os pesquisadores, � natural nessa etapa de desenvolvimento do imunizante que ocorram dilig�ncias com pedidos de mais informa��es por parte da ag�ncia regulat�ria, que podem, inclusive, demandar esclarecimentos emp�ricos", continua a nota.

Em outras palavras, os t�cnicos da Anvisa analisam as propostas e os protocolos e podem fazer questionamentos, que muitas vezes exigem novos estudos na bancada do laborat�rio.

Procurada pela BBC News Brasil, a Anvisa esclareceu que, no momento, "n�o h� pedidos de autoriza��o de pesquisa de vacinas no Brasil aguardando avalia��o e decis�o".

"Diferentes institui��es t�m feito a apresenta��o de dados em forma de submiss�o cont�nua. Neste fluxo, a Anvisa recebe os documentos � medida em que o trabalho vai sendo feito, como forma de dar mais agilidade ao futuro processo de an�lise", continuam os representantes da ag�ncia.

"Por�m, os documentos enviados n�o representam a totalidade de informa��es necess�rias para avalia��o e autoriza��o de um estudo cl�nico. Em alguns casos, por exemplo, ainda n�o existe um protocolo para ser avaliado", concluem.

Fachada do prédio da Anvisa, em Brasília
Anvisa diz que n�o h� pedidos de testes com vacinas aguardando aprova��o no momento (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)

A SpiNTec � uma vacina de subunidade proteica. Ela traz alguns pedacinhos do pat�geno as prote�nas S e N que s�o reconhecidas pelo sistema imunol�gico.

O "S" vem da esp�cula, como explicado mais acima, e o "N" � a inicial de nucleocaps�deo, outra estrutura que forma o coronav�rus.

Em tese, a vantagem de incluir duas prote�nas diferentes numa �nica formula��o � garantir uma resposta imune mais forte e duradoura mesmo que o v�rus sofra algumas muta��es espec�ficas, as c�lulas de defesa continuariam reconhecendo o agente invasor.

Por ora, a �nica vacina contra a covid-19 aprovada no cen�rio internacional que utiliza a tecnologia da subunidade proteica foi desenvolvida pela farmac�utica Novavax. Ela j� est� em uso em algumas partes do mundo, como a Austr�lia.

Mas essa mesma plataforma tamb�m j� � utilizada em imunizantes para outras doen�as, como aqueles que protegem contra hepatite B e HPV.

Versamune

Ao lado da ButanVac, a Versamune est� entre as primeiras candidatas � vacina brasileira contra a covid. Sua cria��o foi anunciada pelo MCTI em mar�o de 2021 e a meta era concluir os testes cl�nicos ao longo do ano passado.

Desenvolvido numa parceria entre a Faculdade de Medicina de Ribeir�o Preto da Universidade de S�o Paulo (USP), a farmac�utica Farmacore e a empresa americana PDS Biotechnology, esse imunizante tamb�m se baseia na tecnologia da subunidade proteica.

Os testes cl�nicos foram, inclusive, aprovados pela Anvisa no primeiro semestre de 2021. Os respons�veis por essa vacina, por�m, se viram diante do mesmo desafio da ButanVac: com o avan�o da campanha de vacina��o, ficou cada vez mais dif�cil encontrar volunt�rios n�o imunizados.

Em junho, a Farmacore pediu � Anvisa uma altera��o no protocolo de pesquisa, para que a Versamune fosse avaliada n�o mais num esquema prim�rio de vacina��o, mas, sim, como uma dose de refor�o para a CoronaVac ou a AstraZeneca/Oxford. A solicita��o segue em aberto, aguardando esclarecimentos e respostas dos pesquisadores.

Nesse meio tempo, o imunizante passou por um segundo rev�s: a falta de insumos para a fabrica��o das doses-piloto, as unidades que s�o aplicadas nos volunt�rios durante os estudos.

Cientista mexe em equipamentos onde são guardadas as vacinas
Falta de insumos para produzir as doses da Versamune que seriam utilizadas nos testes atrasou o processo (foto: Divulga��o/Farmacore )

Helena Faccioli, CEO da Farmacore, conta que o desenvolvimento da vacina "sofreu um atraso significativo por causa da falta de materiais necess�rios para a produ��o das doses".

"A pandemia afetou consideravelmente a cadeia de suprimentos do setor de sa�de e, consequentemente, afetou o tempo do nosso projeto", explica.

"O novo lote de insumos est� em fase de testes de controle de qualidade para cumprir os requisitos regulat�rios", complementa.

Faccioli acredita que, "t�o logo esses resultados estejam dispon�veis, o cons�rcio voltar� a trabalhar com a Anvisa para a revis�o do protocolo cl�nico e o planejamento para o in�cio dos testes".

Vacina de spray nasal do InCor

Outro projeto que esbarra em dificuldades de fabrica��o dos lotes-piloto � conduzido no Laborat�rio de Imunologia do Instituto do Cora��o (InCor), em S�o Paulo.

O produto desenvolvido nesse local � uma vacina de spray nasal. A grande vantagem do m�todo � barrar a infec��o pelo coronav�rus em sua origem, na regi�o do nariz e das vias a�reas superiores.

Se os resultados forem bons, o novo imunizante evitaria a transmiss�o do pat�geno as vacinas dispon�veis hoje em dia t�m grande capacidade de prevenir os casos mais graves da doen�a, mas a efic�cia delas contra a infec��o pelo v�rus � um pouco mais baixa.

Segundo o imunologista Jorge Kalil, que lidera as pesquisas no InCor, "os protocolos dos estudos de fase 1 e 2 permanecem em tramita��o na Anvisa".

Em paralelo, a coordena��o do projeto procura algum parceiro internacional para o desenvolvimento industrial da vacina.

"No momento, o Brasil n�o possui um ambiente industrial com boas pr�ticas de fabrica��o desse imunizante", avalia o especialista.

2H120 Defense

Esse imunizante, da Universidade Estadual do Cear� (UECE), precisou dar um passo para tr�s e voltar aos testes pr�-cl�nicos, feitos em laborat�rio.

Os pesquisadores haviam utilizado camundongos nas investiga��es preliminares. Os t�cnicos da Anvisa, por�m, pediram que fossem realizadas uma nova rodada de pesquisas b�sicas utilizando uma outra esp�cie de roedor: os hamsters.

"Em atendimento a essa solicita��o, a UECE est� realizando, em parceria com a FioCruz, novos testes pr�-cl�nicos", informa a assessoria de comunica��o da universidade.

Segundo a entidade, at� agora os resultados em hamsters s�o semelhantes ao que foi observado previamente com camundongos.

"H� previs�o de uma nova reuni�o com a FioCruz at� o final de fevereiro, para discuss�o dos resultados e novos encaminhamentos", complementa a universidade, em nota enviada � BBC News Brasil.

A 2H120 Defense � feita a partir de um outro tipo de coronav�rus atenuado, que infecta esp�cies de aves. A proposta � que o sistema imunol�gico reconhe�a o pat�geno e gere uma rea��o capaz de proteger contra o Sars-CoV-2, o causador da covid-19.

S-UFRJVac

As �ltimas not�cias sobre a candidata � vacina desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) s�o de agosto de 2021.

� �poca, a expectativa era a de que os testes cl�nicos de fase 1 fossem iniciados em novembro do ano passado.

De acordo com as informa��es dispon�veis no site da Anvisa, o protocolo de pesquisa cl�nica, necess�rio para a aprova��o do estudo, ainda n�o foi submetido para an�lise.

A BBC News Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do Instituto Alberto Luiz Coimbra de P�s-Gradua��o e Pesquisa de Engenharia da UFRJ, local onde o produto est� sendo desenvolvido, mas n�o recebemos resposta at� a publica��o desta reportagem.

A S-UFRJVac tamb�m se baseia na tecnologia da subunidade proteica.

Numa publica��o no site oficial, a universidade diz j� ter "os parceiros que devem produzir os lotes da vacina que ser�o usados nos estudos cl�nicos".

Mulher é vacinada contra a covid
Nova gera��o de vacinas ser� avaliada de acordo com sua capacidade de ampliar a prote��o e servir como dose de refor�o no futuro (foto: Getty Images)

Vacina UFPR

A �ltima candidata � vacina brasileira contra a covid-19 da lista � avaliada na Universidade Federal do Paran� (UFPR).

Ela foi constru�da a partir de um pol�mero que � biocompat�vel e biodegrad�vel. Ou seja: n�o causa rejei��o no nosso corpo e � eliminado depois de algum tempo.

Na superf�cie dessa estrutura, os cientistas inseriram a tal prote�na S do coronav�rus. � justamente esse material que gera uma resposta do sistema imunol�gico.

Segundo o site da universidade, a pesquisa encontra-se agora na fase pr�-cl�nica, com testes em camundongos. A ideia � conferir se a formula��o neutraliza o v�rus, protege os animais contra a doen�a e n�o provoca efeitos colaterais.

"No momento, a equipe verifica se a adi��o de outro adjuvante ao pol�mero (no caso, alumina) poder� estimular ainda mais o sistema imune e, dessa forma, reduzir a quantidade de ant�geno (prote�na) nas doses. Esses testes ir�o determinar em que condi��es se dar�o os ensaios de neutraliza��o de maneira mais eficiente", informa a superintend�ncia de comunica��o da UFPR.

S� depois de completar toda essa etapa na bancada do laborat�rio � que o candidato a imunizante poder� ser testado em seres humanos (desde que tenha a aprova��o da Anvisa para os estudos de fase 1, 2 e 3).

"Com a conclus�o destes ensaios, ser� poss�vel solicitar � Anvisa a autoriza��o para testes em humanos. A previs�o � que isso ocorra no final do primeiro semestre de 2022", conclui a universidade, em nota enviada � BBC News Brasil.


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