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Estado de Minas FACT-CHECKING

Checamos: Primeiro debate presidencial de 2020 nos Estados Unidos verificado

Fraude no voto por correio, economia norte-americana e coronav�rus foram temas do confronto entre Trump e Biden


30/09/2020 19:36 - atualizado 02/10/2020 08:31

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu advers�rio democrata, Joe Biden, se enfrentaram em 29 de setembro no primeiro debate presidencial de 2020 diante das elei��es de 3 de novembro. A seguir, a AFP verificou os temas-chave que foram abordados.

Pode haver fraude no voto por correio?


Trump afirmou que o voto por correio pode implicar na exist�ncia de um n�vel de fraude “como nunca se viu”, ao que Biden respondeu: “Ningu�m estabeleceu que h� fraude em votos por correio”.

Em maio, Ellen Weintraub, da Comiss�o Federal Eleitoral (FEC, na sigla em ingl�s), disse no Twitter que “n�o h� base para a teoria da conspira��o de que o voto por correio pode levar � fraude”.

Em setembro, o diretor do FBI, Christopher Wray, testemunhou diante de uma comiss�o do Senado afirmando que todas as amea�as relacionadas � elei��o s�o levadas “a s�rio”.

“N�o vimos, historicamente, qualquer tipo de esfor�o nacional coordenado para cometer fraude em uma grande elei��o, seja por correio, ou de outra forma”, indicou Wray.

Max Feldman, especialista eleitoral do Brennan Center for Justice, disse � AFP: “o voto pelo correio tem sido um componente seguro do nosso sistema eleitoral por muitos anos”.

Essa n�o � a primeira vez que Trump questiona o voto por correio. Nos �ltimos meses, o presidente tem publicado pol�micos tu�tes, como este: “N�o h� forma (zero!) de que os votos por correio sejam menos do que substancialmente fraudulentos”.

Estima-se que milhares de norte-americanos recorrer�o ao voto por correio nas elei��es de 3 de novembro para evitar deslocamentos aos centros de vota��o, em meio � pandemia de covid-19, que at� 29 de setembro havia deixado mais de 205 mil mortos nos Estados Unidos, o registro mais elevado do mundo.
Caixas com envelopes de votação no escritório eleitoral do condado de Mecklenburg, em Charlotte, na Carolina do Norte, em 4 de setembro de 2020
Caixas com envelopes de vota��o no escrit�rio eleitoral do condado de Mecklenburg, em Charlotte, na Carolina do Norte, em 4 de setembro de 2020

O balan�o econ�mico do governo Trump


Trump afirmou que seu governo “construiu a melhor economia da hist�ria”, uma afirma��o que repetiu em reiteradas ocasi�es desde que est� na Casa Branca. Mas isto � enganoso.

O balan�o econ�mico do governo de Trump tem sido afetado pela crise gerada pela pandemia de covid-19. As pesquisas, no entanto, seguem devolvendo uma imagem positiva do chefe de Estado, quando perguntam aos eleitores em quem mais confiam para criar emprego e gerar crescimento.

Isto se deve, entre outros pontos, a uma redu��o de impostos e uma alta nos mercados de a��es, o que impulsionou os fundos de aposentadoria. O discurso de Trump sobre a economia tende � hip�rbole.

O Produto Interno Bruto (PIB) e as cifras de empregos s�o os principais indicadores sobre a sa�de da economia.

A favor de Trump est� o fato do desemprego ter chegado ao m�nimo em 50 anos em dezembro de 2019, quando estava em 3,5%.

N�o obstante, entre 2017 e 2019, a economia somou 6,5 milh�es de empregos, diante dos mais de oito milh�es de postos de trabalho criados durante os tr�s primeiros anos de governo de Barack Obama.

A crise pela pandemia pulverizou o mercado de trabalho: em abril, a taxa de desemprego chegou a 14,7%, em agosto, foi de 8,4%.

O ano da Presid�ncia de Trump em que a economia alcan�ou maior dinamismo foi 2018, quando se expandiu 3%. Em 2015, o governo de Obama havia conseguido um crescimento da economia de 3,1%.

Em 2004 e 2005, durante o governo do presidente republicano George W. Bush, a economia cresceu 3,8% e 3,5%, respectivamente.

Nenhum dos tr�s presidentes, entretanto, se aproximou dos n�veis hist�ricos das d�cadas de 1950 e 1960, que tiveram anos com um crescimento superior a 5% anual.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o primeiro debate presidencial em Cleveland, Ohio, em 29 de setembro de 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o primeiro debate presidencial em Cleveland, Ohio, em 29 de setembro de 2020

A resposta de Trump ao novo coronav�rus


Biden acusou Trump de esconder o perigo do novo coronav�rus. Isto � verdade.

Em fevereiro de 2020, Trump disse ao jornalista investigativo Bob Woodward que o v�rus era uma “coisa mortal”.

O presidente sabia que o v�rus era perigoso, mas n�o admitiu em suas declara��es p�blicas, nas quais, ao contr�rio, minimizou os riscos.

Em 27 de fevereiro, Trump afirmou que o risco para os norte-americanos era “muito baixo” e que o n�mero de casos seria pr�ximo de zero. Depois, em 9 de mar�o, comparou-o com uma gripe comum.

Dez dias depois disse a Woodward: “Sempre quis minimizar a sua import�ncia. Ainda gosto de minimiz�-lo, porque n�o quero criar p�nico”.

Embora Trump destaque os avan�os para obter uma vacina, o calend�rio de “semanas” que maneja � question�vel.

O epidemiologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doen�as Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID) e consultor da Casa Branca, assegurou: “Esperamos, � medida que avan�amos para o fim deste ano, ou para o in�cio de 2021, termos ao menos uma resposta se a vacina, ou vacinas, no plural, s�o seguras e eficazes”.

Trump tamb�m promoveu tratamentos ineficazes (1, 2), se n�o potencialmente danosas, e atrasou o uso generalizado de m�scaras (1, 2), apesar da exist�ncia de estudos sobre a sua efic�cia para frear a propaga��o do v�rus.

O plano para fazer frente ao novo coronav�rus de Joe Biden, por sua vez, prop�e a amplia��o do acesso aos testes gratuitos, algo que foi realizado, apesar dos atrasos na entrega de resultados em algumas regi�es, e que Trump tenha responsabilizado esta iniciativa pelo aumento do n�mero de contaminados.

Entre outras medidas, o ex-vice-presidente tamb�m defende a acelera��o do desenvolvimento de tratamentos e vacinas, o que est� sendo feito, e que seja promulgada uma “resposta econ�mica decisiva” para ajudar as pessoas e as pequenas empresas afetadas pela crise.


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