O desemprego nos Estados Unidos caiu para 8,4% em agosto, uma melhora que ficou acima das expectativas, depois que a economia criou 1,4 milh�o de vagas - apontam os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (4).
O desemprego volta � taxa de um d�gito ap�s quatro meses acima de 10%, mas a economia - duramente atingida pela pandemia no pa�s com mais casos de coronav�rus no mundo todo - ainda tem um longo caminho at� sua recupera��o.
Esses n�meros s�o acompanhados e vistos com lupa a dois meses da elei��o presidencial no pa�s. Em busca de um novo mandato, por enquanto, o presidente Donald Trump vai ficando para tr�s nas pesquisas contra seu rival, o democrata Joe Biden.
Considerando-se que as elei��es ser�o apertadas, a evolu��o desse indicador marca a pauta pol�tica, at� porque Trump sempre se vangloriou de sua gest�o da economia. Antes da pandemia da covid-19, ele se gabava de ter levado o desemprego no pa�s ao menor �ndice em meio s�culo.
Trump logo celebrou o an�ncio no Twitter. "Excelentes n�meros de emprego!", exclamou.
"Muito melhor do que o esperado, perfurou o n�vel de 10% r�pido e mais profundamente do que se achava que fosse poss�vel", insistiu.
Com o in�cio do confinamento em meados de mar�o, o mercado de trabalho foi atingido pela pandemia, e o �ndice de desemprego disparou para 14,7% em abril.
Os n�meros come�aram a cair gradativamente, mas ainda est�o longe dos n�veis pr�-pand�micos, quando o desemprego chegou a 3,5% em fevereiro - um n�vel que n�o se via h� d�cadas.
- Risco permanece
Seis meses ap�s a retra��o causada pela pandemia, em agosto o pa�s tem 11,5 milh�es de empregos a menos do que em fevereiro, e a crise de sa�de que causou 186.806 mortes - mais mortes do que qualquer outro pa�s do mundo - continua descontrolada.
"A recupera��o est� se desacelerando e ainda h� metade dos empregos perdidos para se recuperar. Isso n�o deveria estar acontecendo", disse Adam Ozimek, economista-chefe da plataforma Upwork, tamb�m pelo Twitter.
O relat�rio de agosto incorpora as contrata��es tempor�rias para o censo, assim como uma recupera��o no setor de varejo e de servi�os. Tamb�m houve bons n�meros no setor de lazer e hotelaria.
Embora o n�mero de pessoas que trabalham em tempo parcial seja inferior ao de julho, s�o 3,3 milh�es a mais do que em fevereiro.
A reabertura parcial em muitos estados ajudou a melhorar os n�meros, mas a pandemia continua descontrolada em v�rias regi�es do pa�s.
O dano causado por esta crise tamb�m vai provocar sequelas permanentes em empresas que decretaram fal�ncia, ou que precisam se reestruturar e, nesse sentido, devem anunciar milhares de demiss�es.
Ainda de acordo com o documento, parte das vagas � de m� qualidade, com muitos empregos prec�rios.
Para a consultoria Oxford Economics, este relat�rio confirma que o mercado de trabalho entrou em uma "segunda fase de recupera��o que � frustrantemente mais lenta", j� que o aumento da folha de pagamento foi o menor em quatro meses, e o das contrata��es do setor privado (exclui-se os contratados para o censo) era de apenas um milh�o de pessoas.
"Quando uma em cada duas pessoas que foram demitidas permanece desempregada, e enquanto o Congresso n�o consegue aprovar um (novo) plano de assist�ncia fiscal que � urgente, um crescimento mais lento e vol�til do emprego representa um risco significativo para a economia", conclui o grupo de especialistas.