Desde 3 de janeiro circula nas redes sociais a alega��o de que uma cabo do Ex�rcito argentino faleceu ap�s receber a vacina russa Sputnik V, que come�ou a ser administrada � popula��o do pa�s sul-americano no �ltimo dia 29 de dezembro. Embora a militar realmente tenha falecido por insufici�ncia card�aca em 1º de janeiro, ela n�o havia recebido a vacina contra a covid-19, segundo fontes do Ex�rcito e autoridades locais.
“No dia de ontem, 01-01-2021, �s 21:00 horas, faleceu a cabo enfermeira Dominguez Victoria nos quart�is de Zapala, Neuqu�n, Argentina, depois de 28 horas de aplicada a vacina russa”, garantem publica��es compartilhadas dezenas de vezes no Facebook (1, 2, 3) e Twitter (1, 2, 3), junto a uma imagem de uma mulher com um uniforme militar.
“Vacina contra a covid-19 mata o vacinado”, comentou um usu�rio ao replicar a hist�ria, que tamb�m circula amplamente em espanhol.
Em um comunicado de 2 de janeiro de 2021, o Ex�rcito argentino confirmou a morte da cabo Victoria Dom�nguez no Hospital de Zapala, na prov�ncia de Neuqu�n, por “uma taquiarritmia por insufici�ncia card�aca como resultado de um tromboembolismo pulmonar”, mas rejeitou as alega��es de que a morte estaria relacionada � vacina��o contra a covid-19.
“Da mesma forma, e diante dos rumores infundados que circulam nas redes sociais, queremos esclarecer que a suboficial integrante do Ex�rcito argentino n�o foi vacinada contra a covid-19 em nenhuma de suas variantes”, indica o documento.
O plano de vacina��o previsto pelas autoridades nacionais prioriza os profissionais de sa�de, seguidos pelos maiores de 70 anos e aqueles que vivem em estabelecimentos geri�tricos, e posteriormente os maiores de 60. Em uma quarta etapa s�o inclu�dos os membros das for�as de seguran�a.
O n�mero de trabalhadores de centros de sa�de p�blicos e privados estimado pelo governo argentino � de 763.000 pessoas. Em 2 de janeiro de 2020, o ministro da Sa�de, Gin�s Gonz�lez Garc�a, detalhou que 32.103 doses da vacina Sputnik V haviam sido administradas a profissionais de sa�de por todo o pa�s.
O primeiro relat�rio oficial de monitoramento da seguran�a dessa campanha de vacina��o foi publicado pelo governo em 31 de dezembro de 2020 e detalha que haviam sido registrados 317 “eventos supostamente atribu�dos � vacina��o e imuniza��o”, ou seja, o equivalente a cerca de 0,9% das doses administradas. Desses eventos, 94% correspondiam a sintomas como febre, dor de cabe�a, mialgia e rea��o no local da inje��o. Nenhuma morte foi reportada.
Em resumo, a cabo do Ex�rcito argentino que faleceu em 1º de janeiro na prov�ncia de Neuqu�n n�o havia recebido a vacina contra a covid-19, como afirmam incorretamente nas redes sociais.