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Estado de Minas CHECAMOS

O celular de Ad�lio Bispo, autor da facada contra Bolsonaro, foi, sim, periciado

Diferentes vers�es da alega��o sobre o celular de Ad�lio circulam nas redes sociais ao menos desde meados de 2019


19/04/2021 20:32 - atualizado 19/04/2021 20:32


 

Captura de tela feita em 14 de abril de 2021 de uma publicação no Facebook
Captura de tela feita em 14 de abril de 2021 de uma publica��o no Facebook
Publica��es que asseguram que o celular de Ad�lio Bispo, respons�vel pelo atentado a faca em setembro de 2018 contra o ent�o candidato � Presid�ncia Jair Bolsonaro, nunca foi periciado, foram compartilhadas mais de 15 mil vezes em redes sociais desde meados de abril. Isso � falso. A Pol�cia Federal periciou os quatro aparelhos telef�nicos encontrados sob a posse de Ad�lio. O que n�o foi periciado foi o celular de seu advogado, pois a Justi�a ainda decide se isso infringiria o sigilo profissional.


“Se a per�cia conseguiu extrair as conversas apagadas da bab� do Henry, porque at� hoje n�o foi periciado o celular do Ad�lio?”, dizem as publica��es amplamente compartilhadas no Facebook (1, 2, 3), Instagram (1, 2, 3) e Twitter (1, 2, 3) desde o �ltimo dia 13 de abril.

As postagens se referem � investiga��o da morte do menino Henry Borel, de quatro anos, que tomou um novo rumo ap�s a pol�cia utilizar um programa israelense para resgatar mensagens de texto que haviam sido apagadas dos celulares de sua m�e e de seu padrasto. 

Diferentes vers�es da alega��o sobre o celular de Ad�lio circulam nas redes sociais ao menos desde meados de 2019, alguns meses ap�s Bolsonaro sofrer um golpe de faca durante um evento pol�tico em Juiz de Fora, Minas Gerais, em meio � campanha presidencial de 2018.

Ad�lio Bispo foi detido no mesmo dia do atentado e submetido a dois inqu�ritos policiais, que conclu�ram que ele agiu sozinho e sem mandantes - vers�o questionada por partid�rios de Bolsonaro e pelo pr�prio presidente. Em maio de 2019, a Justi�a Federal em Juiz de Fora considerou que o agressor era inimput�vel por transtorno mental.

N�o � verdade, contudo, que a Pol�cia Federal n�o tenha periciado os celulares de Ad�lio ao longo dessas investiga��es.

Quebra de sigilo


Dois dias ap�s a deten��o de Ad�lio, a ju�za Patr�cia Alencar Teixeira de Carvalho, da 2ª Vara Federal de Juiz de Fora, autorizou a quebra de seu sigilo telef�nico, permitindo que a Pol�cia Federal rastreasse liga��es, mensagens e contatos feitos pelo agressor antes do ataque.

No mesmo m�s, a PF confirmou que iria analisar telefones apreendidos durante a opera��o para “identificar todas as poss�veis conex�es e motiva��es do crime”.

E assim foi feito j� no primeiro inqu�rito policial sobre o caso, como detalhado em relat�rio do juiz federal Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, que julgou a a��o penal referente ao atentado.

Segundo registrado no documento de 14 de junho de 2019, a per�cia do celular apreendido em poder de Ad�lio no momento de sua pris�o permitiu a identifica��o de “imagens e v�deos” que “comprovam que o r�u n�o somente esteve acompanhando a v�tima durante todo o dia 06/09/2018, como tamb�m premeditou o crime, tendo fotografado e filmado previamente alguns locais que seriam visitados por Jair Messias Bolsonaro”.

Abaixo, a lista de arquivos identificados pela Pol�cia Federal no celular de Ad�lio Bispo, segundo registrado pela 3ª Vara Federal de Juiz de Fora:  

Como reportado pela AFP, a PF concluiu que Ad�lio deveria ser enquadrado na Lei de Seguran�a Nacional - que pune aqueles que praticam atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo pol�tico - e descartou, a partir das evid�ncias colhidas, o envolvimento de terceiros no ataque.

No entanto, determinou tamb�m a abertura de um segundo inqu�rito policial para avaliar mais detalhadamente a exist�ncia de mandantes, idealizadores, instigadores, ou financiadores do crime.

Quatro celulares


Em relat�rio parcial desse segundo inqu�rito, divulgado em maio de 2020 pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Pol�cia Federal forneceu mais detalhes sobre as dilig�ncias realizadas ao longo da investiga��o - incluindo a per�cia dos celulares encontrados em posse de Ad�lio.

De acordo com autos de apreens�o presentes no documento, foram confiscados dois aparelhos telef�nicos com Ad�lio no momento da pris�o em flagrante e mais dois outros no quarto de aluguel em que ele residia temporariamente em Juiz de Fora.

“O material relacionado nos autos de apreens�o acima foi integralmente analisado, servindo como ponto de partida para a busca de novos elementos comprobat�rios da poss�vel participa��o de terceiros”, aponta o relat�rio.

 

Captura de tela feita em 19 de abril de 2020 de documento da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora; marcação em verde é da AFP
Captura de tela feita em 19 de abril de 2020 de documento da 3� Vara Federal de Juiz de Fora; marca��o em verde � da AFP

Segundo o documento, al�m da an�lise de fotos e v�deos citada no relat�rio da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, a Pol�cia Federal tamb�m periciou as mensagens enviadas por meio de aplicativos como WhatsApp, os registros de liga��es realizadas e recebidas, assim como os contatos salvos nas agendas telef�nicas dos aparelhos de Ad�lio.

Al�m disso, identificou e afastou judicialmente os sigilos dos IMEIs dos telefones (n�mero de identifica��o global de cada celular) e averiguou as p�ginas visitadas por Ad�lio na Internet. Nenhuma dessas an�lises revelou, contudo, elementos que indicassem a participa��o de outras pessoas no atentado.

Procurada no �ltimo dia 14 de abril, a Superintend�ncia Regional da Pol�cia Federal em Minas Gerais confirmou, ao AFP Checamos, que “efetuou per�cia em quatro celulares e um chip” apreendidos com Ad�lio Bispo.

Da mesma maneira, a 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, que julgou o caso do atentado, informou que “todos os bens e documentos encontrados em poder de Ad�lio Bispo de Oliveira foram periciados no �mbito das investiga��es realizadas pela Pol�cia Federal”.

Celular de advogado


As publica��es viralizadas parecem confundir o celular de Ad�lio com o aparelho telef�nico de seu principal advogado, Zanone Manuel de Oliveira J�nior.

Em dezembro de 2018, a Pol�cia Federal apreendeu o aparelho do advogado em uma opera��o que visava identificar quem estaria financiando a defesa do agressor de Jair Bolsonaro, para determinar se houve algum mandante do crime.

A quebra do sigilo do celular de Zanone J�nior foi, no entanto, suspensa em uma a��o impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que alegou que a medida violaria o estatuto da advocacia, que garante o sigilo de informa��es trocadas entre cliente e defensor. O julgamento foi posteriormente enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda continua em tr�mite.

O AFP Checamos j� verificou outras publica��es (1, 2, 3) que envolvem Ad�lio Bispo e o atentado contra Jair Bolsonaro.


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