Ap�s o presidente argentino, Alberto Fern�ndez, anunciar, em 14 de abril, um endurecimento nas medidas de combate � covid-19 no pa�s, come�ou a circular nas redes e em meios de comunica��o que a Argentina havia ordenado que as For�as Armadas fizessem cumprir essa decis�o.
“Ex�rcito Argentino nas ruas para manter o povo em casa. Toque de recolher entre 20h e 08h”, tuitou Bolsonaro, compartilhando uma publica��o feita no Instagram pelo portal argentino Infobae, que diz, em espanhol: “Toque de recolher. Pela primeira vez o Ex�rcito sair� �s ruas para controlar o cumprimento das medidas dr�sticas anunciadas pelo presidente”.
Mas, Bolsonaro n�o foi o �nico a compartilhar isso. A alega��o de que o presidente argentino colocou militares nas ruas para “obrigar a popula��o a ficar em casa” circula amplamente no Facebook (1, 2, 3), Instagram e Twitter.
No entanto, as For�as Armadas j� exerciam tarefas de apoio � situa��o sanit�ria na Argentina (1, 2) a pedido do presidente.
Al�m disso, a legisla��o argentina s� prev� a atua��o das For�as Armadas em quest�es de seguran�a interna em circunst�ncias excepcionais, “de gravidade extrema”, sob responsabilidade direta do presidente e com a declara��o de estado de s�tio.
O que o governo argentino anunciou?
Ap�s um recorde de casos de covid-19 no pa�s, considerada como uma “segunda onda” de cont�gios, Fern�ndez anunciou novas restri��es para a capital argentina e sua periferia. As medidas incluem a proibi��o da circula��o noturna entre as 20h e 6h, a limita��o do hor�rio comercial, s� permitido entre as 9h e 19h, e a suspens�o das aulas presenciais nas escolas da �rea metropolitana de Buenos Aires por um per�odo de duas semanas a partir de 16 de abril.
Portanto, a restri��o de circula��o n�o dura at� �s 8h da manh�, como dito nas publica��es viralizadas, mas at� �s 6h, segundo anunciou o mandat�rio argentino.
Fern�ndez disse: “Essa decis�o que acabo de tomar, vou faz�-la ser cumprida com as For�as Federais, a Pol�cia Federal, a Gendarmeria Nacional, a Prefeitura Nacional e a Pol�cia Aeroportu�ria s�o afetadas pelo controle das medidas sanit�rias que acabo de ordenar”.
E acrescentou: “Por sua vez, pedi �s For�as Armadas que colaborem com o cuidado sanit�rio do nosso povo. A equipe das For�as Armadas, oficiais e suboficiais do Ex�rcito ficar�o localizados em diferentes pontos da Cidade de Buenos Aires ajudando a prestar assist�ncia sanit�ria, com o controle de exames com �lcool e com o cuidado que o momento sanit�rio nos exige”.
Explica��o oficial
No dia seguinte ao an�ncio e ap�s a publica��o de Bolsonaro, o governo argentino confirmou a meios de comunica��o que n�o havia ordenado a participa��o dos militares em quest�es de seguran�a.
“Agora pedi que me ajudassem a montar postos sanit�rios para que possamos fazer testes com mais rapidez”, disse Fern�ndez em uma entrevista � Radio 10. “Eu nem declarei estado de s�tio, nem penso em faz�-lo, e as For�as Armadas n�o existem para fazer seguran�a interna, existem para fazer o que fazem muito bem que � apoiar as pessoas em situa��es de cat�strofes”.
Por sua vez, o ministro da Defesa, Agust�n Rossi, respondeu ao tu�te de Bolsonaro:
Las FFAA argentinas No realizan seguridad interior. Desde el principio de la pandemia la Sanidad Militar viene trabajando en la lucha contra el COVID.Solo prevenci�n sanitaria, durante el d�a, concurriendo desarmados como en todas las acciones que hemos hecho en la pandemia https://t.co/1esLwlEkPT
— Agust�n Rossi (@RossiAgustinOk) April 15, 2021
Minutos depois, em uma coletiva de imprensa, disse: “As declara��es do presidente Bolsonaro foram feitas a partir de um meio de comunica��o argentino que n�o interpretou adequadamente as palavras do presidente no dia de ontem”.
Al�m disso, reiterou que na Argentina “as For�as Armadas n�o realizam tarefas de seguran�a interna, nem de controle cidad�o, isso � taxativamente proibido pelas leis” e acrescentou que os militares realizar�o tarefas de preven��o sanit�ria “durante o dia, como tem sido durante todo este per�odo de pandemia, e desarmados”.
Em uma entrevista � r�dio Urbana Play, o ministro explicou: “N�o fazemos nenhuma tarefa que tenha a ver com quest�es de seguran�a interna. Da mesma forma que, no in�cio da pandemia, fomos preparar e distribuir comida em alguns lugares da periferia [da capital] e que continuamos a faz�-lo em alguns lugares, vamos faz�-lo [agora]. � uma tarefa de apoio � comunidade que est� prevista nas leis que regulam o funcionamento das FFAA [For�as Armadas]. N�o � preciso nenhuma legisla��o especial”.
Como reportado pela AFP, desde o in�cio da pandemia as For�as Armadas t�m realizado tarefas de assist�ncia sanit�ria em todo o pa�s, como parte da opera��o de assist�ncia humanit�ria General Belgrano.
Em mar�o de 2020, o presidente solicitou sua colabora��o com tarefas de preven��o e de apoio � comunidade durante a pandemia. Desde ent�o, essas a��es inclu�ram: apoio a hospitais, traslados a�reos (de pessoas e de insumos sanit�rios), distribui��o de alimentos, entre outras e, em 2021, foi acrescentado o apoio � campanha de vacina��o.
Bolsonaro e a pandemia na Argentina
Desde a elei��o de Alberto Fern�ndez, o presidente Jair Bolsonaro tem criticado as pol�ticas argentinas e chegou a afirmar que a popula��o do pa�s vizinho “escolheu mal”, descartando parabenizar o peronista pela vit�ria eleitoral.
Ao longo da pandemia de covid-19, afirmou repetidas vezes que a economia argentina atravessava grandes dificuldades, o que atribuiu a uma suposta guinada para o “comunismo”.
“Vejam. � o que acontece votando nos partidos comunistas”, afirmou em outubro de 2020. No mesmo ano, um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, publicou no Twitter um v�deo de testemunhos de empres�rios argentinos que tiveram os seus neg�cios comprometidos devido � quarentena adotada no pa�s. “Cada dia mais vemos que @JairBolsonaro acertou quando previa que a situa��o na Argentina viraria uma calamidade”, escreveu.
Defensor de medidas menos r�gidas para combater a covid-19, Bolsonaro tem se posicionado frequentemente contra a implementa��o de toques de recolher e o fechamento de estabelecimentos comerciais no Brasil, afirmando que a “liberdade � sagrada”. Em mar�o deste ano chegou a entrar com uma a��o no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a ado��o destas medidas em alguns estados, mas o pedido foi rejeitado pela corte.
No �ltimo m�s, a Argentina enfrenta uma acelera��o de cont�gios, com cerca de 25 mil novos casos em 14 de abril, e especialistas advertem que o sistema de cuidado hospitalar est� perto do limite.
Com 45 milh�es de habitantes, a Argentina acumulava, at� a publica��o deste artigo, 2,6 milh�es de casos confirmados e 58.925 �bitos por covid-19.
O que � um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.
Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.
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