
Uma das primeiras preocupa��es de quem vai comprar um im�vel � a confiabilidade na construtora e a qualidade do empreendimento. Para um investimento de longo prazo, a qualidade de um im�vel � um conceito que vai al�m da localiza��o e dos servi�os. Seguran�a, produtos e t�cnicas de constru��o s�o crit�rios que precisam tamb�m ser avaliados.
Ao completar cinco anos de vig�ncia, as Normas de Desempenho na Constru��o, da Associa��o Brasileira de Normas T�cnicas (ABNT,) passar�o por uma revis�o para adequa��o da legisla��o aos par�metros construtivos, no que se refere aos padr�es m�nimos de qualidade e desempenho da unidade habitacional ou da edifica��o habitacional. Aprovada em fevereiro de 2013, e em vigor desde julho do mesmo ano, a revis�o quinquenal re�ne todas as organiza��es que atuam na normatiza��o. Os grupos t�cnicos, formados por fornecedores, consumidores e outros setores, de forma volunt�ria, analisam e corrigem ou atualizam situa��es e instrumentos complementares, que s�o transformados em textos que facilitem o entendimento e a intera��o das normas com os demais regulamentos.
As normas d�o o norte para se ter um resultado de qualidade ou atingir n�veis estabelecidos em lei, e se baseiam em tr�s itens macro: seguran�a, sustentabilidade e habitabilidade. A seguran�a estrutural refere-se em manter-se est�vel, sem n�veis inadequados de movimenta��o, os cuidados contra inc�ndio, de forma que n�o haja igni��o que possa ser causada inclusive por descargas atmosf�ricas e evitando materiais que gerem fuma�as ou que propaguem chamas, al�m de ambientes de opera��o no dia ao dia, sem objetos cortantes, perfurantes ou queda de materiais que coloquem em risco o usu�rio.
As orienta��es de habitabilidade visam ao conforto do morador: situa��o t�rmica, por exemplo, em que a edifica��o n�o deve permitir condi��es de temperatura que oscilem para mais ou menos em rela��o ao ambiente externo. Os ru�dos de uma unidade para outra, com isolamento ac�stico vertical ou horizontal (de um andar para o outro).
“A norma de desempenho diz que o construtor tem que avaliar todos os meios agressivos onde ser� constru�da a habita��o e, a partir da�, estabelecer os par�metros construtivos, antenado a melhorar o conforto do uso da edifica��o, como por exemplo os cuidados com o telhado, esquadrias, efeito t�rmico e ac�stico. Possibilitar a entada de luz natural. Exig�ncias m�nimas de qualidade do ar, com a instala��o adequada e segura dos aquecedores a g�s, al�m de quest�es t�teis, como ma�anetas de portas e janelas, partes m�veis que requerem intera��o com o usu�rio que sejam compat�veis com o uso humano”, explica o consultor t�cnico do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil (Sinduscon-MG), Roberto Matozinhos.
� um conjunto de recomenda��es para oferecer um produto de qualidade ao consumidor, que vem recebendo cada vez mais aten��o da ind�stria da constru��o. De acordo com o arquiteto Alexandre Nagasawa, da Bloc Arquitetura, a “grande evolu��o � que as construtoras tratam de seguir esses padr�es, desde os preliminares de uma obra, uma vez que quest�es de insola��o, orienta��o solar impactam no conforto t�rmico, bem como a quest�o ac�stica, para que os ru�dos externos ou de outras unidades vizinhas n�o venham a incomodar os moradores das unidades habitacionais”.
ECONOMIA O arquiteto reconhece que a obrigatoriedade dessas normas, al�m de permitir ao consumidor a cobran�a de resultados satisfat�rios junto � construtora, diminui custos ao ser incorporada na concep��o de um projeto e at� mesmo na escolha de um terreno. “Era comum o uso de paliativos na fase executiva e que se deixava para resolver no canteiro de obras, aumentando gastos e tempo de execu��o.”
Alexandre disse que a estrutura das Normas de Desempenho ser� mantida e que, num primeiro momento, ser�o corrigidas e atualizadas algumas situa��es. “O objetivo � fazer com que o desempenho da edifica��o melhore. Quanto mais claro o entendimento, melhor para todos.”
Uma das formas de o consumidor ter informa��es sobre crit�rios de avalia��o � saber se a construtora segue as Normas de Desempenho de Edifica��es. Elas estabelecem uma s�rie de exig�ncias a serem cumpridas pelo construtor e d�o impulso � utiliza��o de ferramentas e tecnologias que resultam em benef�cios ao cliente final. “Ela estabelece regras relacionadas � expectativa de vida �til do im�vel, efici�ncia, sustentabilidade e manuten��o, assim como crit�rios para a estrutura, pisos, veda��es, coberturas e instala��es de uma obra. A norma determina desempenhos m�nimos de conforto e mostra preocupa��o com o futuro morador”, explica a gerente t�cnica da Consultare Laborat�rio, Kamila Nascimento.
Focada no mercado de alto luxo e especialista em im�veis com conceito de “casa saud�vel”, a RKM Engenharia utiliza a norma para verificar itens importantes para seu cliente. Al�m dos itens de seguran�a, a RKM faz, em todos os seus empreendimentos, verifica��o de ru�dos externos, ensaios ac�sticos dentro do im�vel, avalia��o pr�via do terreno etc. “Essas simula��es e verifica��es visam evitar ao m�ximo situa��es de desconforto para os moradores, pois s�o detalhes que acabam impactando a qualidade de vida deles”, explica Adriana Bordalo, diretora da RKM.
“Nosso foco sempre foi o bem-estar do morador. Utilizamos todas as tecnologias dispon�veis para a constru��o dos nossos empreendimentos, para trazer conforto e qualidade de vida para o cliente. Para n�s, ela � uma ferramenta important�ssima, pois traz melhorias para toda a cadeia produtiva da constru��o, j� que exige que os empreendimentos tenham m�todos construtivos de qualidade, melhor resist�ncia e desempenho. As regras medem esses par�metros e trazem todas as informa��es necess�rias ao consumidor”, completa.