Em dois v�deos gravados supostamente dias antes de assassinar 12 crian�as na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Wellington Menezes de Oliveira, respons�vel pelo massacre, fala sobre as raz�es para atacar os estudantes. As imagens, divulgadas na ter�a-feira pelo Jornal Nacional, da TV Globo, foram gravadas em dois arquivos de v�deo. O assassino aparece sem barba, na frente do que parece ser um muro.
Nos v�deos, Wellington fala de modo calmo e confuso. Ele diz que gravou os v�deos na ter�a-feira da semana passada, dois dias antes do ataque. Disse ainda que decidiu raspar a barba para n�o chamar a aten��o.
“A luta pela qual muitos irm�os no passado morreram e eu morrerei n�o � exclusivamente pelo que � conhecido como bullying. A nossa luta � contra pessoas cru�is, covardes, que se aproveitam da bondade e da inoc�ncia de pessoas que s�o incapazes de se defender”, disse em uma das mensagens.
Wellington tamb�m afirmou que fez o planejamento do crime e estudou o local, tendo visitado a escola na semana do ataque. “Eu j� tinha ido (� escola) antes, h� muitos meses atr�s. Eu ainda n�o usava barba, fui para dar uma analisada. Hoje � ter�a-feira (dia 5), eu fui ontem, segunda. E essa foi uma t�tica para n�o despertar aten��o”, afirmou no v�deo.
V�deo vazou sem autoriza��o
A assessoria de imprensa da Pol�cia Civil do Rio informou que vai abrir uma sindic�ncia interna para apurar quem foi o respons�vel pelo vazamento de v�deos gravados pelo assassino. “A ordem dada era que se mantivesse os v�deos em sigilo, porque fazem parte do inqu�rito. Provid�ncias ser�o tomadas”, informou em nota divulgada na noite de ter�a-feira.
A ju�za Alessandra de Ara�jo Bilac de Moreira Pinto, da 42ª Vara Criminal do Rio, autorizou na ter�a a quebra do sigilo eletr�nico de Wellington. O pedido partiu da Delegacia de Repress�o aos Crimes de Inform�tica, e pretende esclarecer se houve participa��o direta ou indireta de outras pessoas no ataque. A pol�cia j� iniciou a an�lise dos e-mails recebidos e enviados pelo atirador, al�m de suas conversas por meio do MSN – servi�o de mensagens instant�neas da Microsoft. A decis�o atinge tamb�m os registros do atirador no Google. Segundo a ju�za, a �nica forma de prosseguir com as investiga��es � vasculhar os vest�gios virtuais armazenados pela empresa.
Suic�dio ainda n�o comprovado
Na ter�a-feira, o diretor-geral da Pol�cia T�cnico Cient�fica do Rio, S�rgio da Costa Henriques, divulgou o laudo cadav�rico de Wellington, que apontou caracter�sticas de suic�dio. Entretanto, apenas o resultado do confronto bal�stico, que j� est� sendo realizado pela Pol�cia Civil, vai confirmar se o atirador se matou. “Ele foi atingido por um tiro no t�rax que transfixou e tem um tiro na cabe�a, encostado na t�mpora direita, que � um dos sinais t�picos de suic�dio. Mas isso n�o garante o ato. A gente vai confirmar se foi suic�dio fazendo um confronto bal�stico do proj�til na cabe�a dele com a arma dele”, disse Henriques.