H� dez anos o Brasil adere ao Dia Mundial sem Carro, movimento internacional que conclama a popula��o a deixar os ve�culos em casa e refletir sobre comportamentos no tr�nsito e mobilidade urbana. Al�m do apelo para o uso de formas alternativas de transporte, o Minist�rio da Sa�de alerta que apesar da redu��o de 2% das mortes no tr�nsito de 2009 em rela��o ao ano anterior, o n�mero de mortes ainda preocupa.
As principais v�timas s�o jovens de 20 a 39 anos, faixa et�ria de 45,5% (17.128) do total de �bitos em 2009. Desses, 86% (14.776) eram homens. "O homem � mais vulner�vel porque est� mais exposto, tanto pelo comportamento, em muitas situa��es, mais agressivo ao dirigir, quanto pela associa��o com fatores de risco, como o excesso de velocidade e associa��o entre �lcool e dire��o", analisa Marta Silva, coordenadora de Vigil�ncia e Preven��o de Viol�ncias e Acidentes do Minist�rio da Sa�de. Dados da pesquisa Vigitel 2010, sobre indicadores de sa�de do brasileiro, mostram que 3,0% dos homens entrevistados afirmaram ter dirigido ap�s o consumo abusivo de bebida alco�lica, enquanto entre as mulheres esse percentual foi de 0,2%.
Marta acrescenta que, aliado ao consumo de bebidas alco�licas e � alta velocidade, soma-se o aumento da frota, especialmente de motocicletas, meio de transporte utilizado por 9.268 dos 37.594 mil brasileiros que perderam a vida no tr�nsito em 2009, o que equivale a 24,6% do total de �bitos naquele ano.
Comparando 2009 com 2008 houve um aumento de 4% na mortalidade envolvendo motociclistas. No ano anterior, foram 8.898 v�timas. O Brasil registra uma frota motorizada de 66.116.077 de ve�culos, dos quais 57% s�o autom�veis. As motos, motonetas e ciclomotores representam 26% da frota nacional, segundo dados do Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran), de mar�o de 2011. Entre pedestres houve redu��o de 7% comparando os anos de 2008 com 2009.
No cen�rio mundial, o Brasil ocupa o quinto lugar entre os recordistas em mortes no tr�nsito, atr�s da �ndia, China, Estados Unidos e R�ssia segundo o Informe Mundial sobre a Situa��o de Seguran�a no Tr�nsito, publicado em 2009. A estimativa da OMS � que, em todo o mundo, cerca de 1,3 milh�es de pessoas perdem suas vidas anualmente no tr�nsito e cerca de 50 milh�es sobrevivem feridas. O custo global � estimado em US$ 518 bilh�es por ano; os custos dos acidentes de tr�nsito j� foram estimados em 1% a 2% dos PIB dos pa�ses.
No Brasil, foram realizadas em 2010 146.060 interna��es de v�timas dos acidentes no tr�nsito financiadas pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS), com um custo de aproximadamente R$ 187 milh�es. Os homens representaram 78,3% das v�timas (114.285), enquanto as mulheres, 21,7%. Do total de v�timas, 69.606 estavam em motocicletas e provocaram um impacto de R$ 85,6 milh�es no SUS.
No que se refere ao atendimento �s v�timas de acidentes no tr�nsito, o Minist�rio da Sa�de est� reorganizando a rede de aten��o �s urg�ncias do Sistema �nico de Sa�de, por meio do programa Sa�de Toda Hora. Lan�ado julho deste ano, o programa tem por objetivo fortalecer a comunica��o entre as centrais de regula��o, as UPAs e a Unidade B�sica de Sa�de ou o hospital para tornar o atendimento ainda mais r�pido e eficaz, reduzindo mortes ou sequelas ao paciente. Esse formato de funcionamento integrado entre v�rias unidades de promo��o, preven��o e atendimento � sa�de � uma das principais caracter�sticas da a��o.
Em maio de 2011, os Minist�rios das Cidades e da Sa�de lan�aram o Pacto Nacional pela Redu��o dos Acidentes no Tr�nsito - Pacto pela Vida. A meta � estabilizar e reduzir o n�mero de mortes e les�es em acidentes de transporte terrestre nos pr�ximos dez anos, como ades�o ao Plano de A��o da D�cada de Seguran�a no Tr�nsito 2011-2020, uma recomenda��o da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) a partir da iniciativa da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
O Plano � um conjunto de medidas para contribuir com a redu��o das taxas de mortalidade e les�es por acidentes de tr�nsito no pa�s, atrav�s da implementa��o de a��es de mobilidade urbana, fiscaliza��o, educa��o, sa�de, infraestrutura e seguran�a veicular, a curto, m�dio e longo prazos. "As interven��es no tr�nsito t�m que ser trabalhadas com focos: na mudan�a de comportamento da popula��o, de modo que todos os usu�rios do tr�nsito tenham comportamentos e atitudes mais seguras e saud�veis, assim como a implementa��o de pol�ticas p�blicas voltadas para a mobilidade urbana e sustent�vel, na acessibilidade e na promo��o de ambientes e entornos seguros e saud�veis", adianta Marta. As propostas est�o sendo consoli! dadas.