O ministro das Comunica��es, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira que os Correios n�o negociar�o com os trabalhadores em greve o pagamento dos dias parados. Segundo o ministro, quase 80% da categoria j� retornaram �s atividades normais. A entidade que representa os funcion�rios em todo o pa�s, contudo, garante que, de acordo com o �ltimo balan�o, pelos menos 75% dos 107.940 trabalhadores aderiram � paralisa��o, iniciada no dia 14.
Segundo o ministro, a dire��o dos Correios pode descontar os dias parados de forma parcelada a fim de amenizar a situa��o dos grevistas. Ele, no entanto, garantiu estar fora de cogita��o anistiar os trabalhadores que aderiram � paralisa��o. “N�o temos condi��es de acatar essa sugest�o. N�o podemos fazer um acordo para pagar os dias parados. At� porque, mais de 80% dos trabalhadores est�o na ativa, fazendo as coisas funcionar normalmente.”
De acordo com Paulo Bernardo, a entrega das correspond�ncias e os servi�os ser�o normalizados rapidamente t�o logo a greve chegue ao fim. “N�o vai demorar muito porque, nos dois �ltimos finais de semana, foi feito um mutir�o. Muita gente trabalhou, de maneira que a triagem e prepara��o para a entrega [das correspond�ncias] est�o prontas. Assim que a situa��o se normalizar, n�s vamos dar conta de resolver bem rapidamente [as entregas]”.
Na �ltima sexta-feira, os Correios rejeitaram a contraproposta apresentada pela Federa��o Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Tel�grafos e Similares (Fentect). A entidade negocia um aumento linear de R$ 200, a reposi��o da infla��o de 7,16% e o aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635. A categoria tamb�m exige a contrata��o imediata de todos os aprovados no �ltimo concurso p�blico dos Correios.
De acordo com Maximiliano Velasquez, da Fentect, o movimento grevista vem ganhando for�a e, somente hoje, ganhou a ades�o de mais de 1,5 mil funcion�rios das regi�es Sul e Sudeste. “At� a sexta-feira [23], n�s est�vamos com cerca de 70% da categoria parada. Hoje, a paralisa��o chega a 75% dos trabalhadores e o movimento � crescente.”
O sindicalista assegurou que os funcion�rios em greve n�o se negam a pagar os dias n�o trabalhados, mas querem faz�-lo na forma de reposi��o das horas paradas. “N�o queremos que a empresa seja prejudicada. Queremos pagar esses dias, mas na forma de horas extras, de mutir�es, trabalhando aos finais de semana. S� n�o queremos que o desconto seja feito em dinheiro, em nossos sal�rios. E isso � vantajoso tamb�m para a empresa que, para normalizar os servi�os, teria que nos pagar horas extras.”