Durante audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, a coordenadora-geral de Aten��o Hospitalar do Minist�rio da Sa�de, Ana Paula Cavalcante, admitiu que a pasta registra d�ficit de leitos em quase todos os estados.
Segundo ela, a defini��o utilizada pelo minist�rio atualmente – de destinar 4% do total de leitos para urg�ncias e emerg�ncias – representa o “c�lculo m�nimo” do que � necess�rio para o funcionamento de uma UTI.
Para o representante do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz Ribeiro, uma das “faces mais perversas” da crise que atinge o SUS trata exatamente do atendimento na urg�ncia e emerg�ncia e, portanto, se reflete nos pacientes que mais precisam do suporte do Estado.
“Pacientes graves, hoje, est�o ficando nas salas de atendimento das emerg�ncias, entubados”, alertou. “Estamos aceitando isso como uma coisa normal. Esses pacientes morrem a granel. Essas salas n�o s�o leitos de UTI, est�o muito longe disso”, completou.
Para Ribeiro, al�m de mais leitos, o pa�s precisa de capacita��o para os profissionais que atendem nas urg�ncias e emerg�ncias. De acordo com o representante da Associa��o M�dica Brasileira, Fernando Dias, dos 20 mil m�dicos que trabalham em UTI atualmente, apenas 4 mil s�o especializados nesse tipo de atendimento.
“Para se tornar especialista, s�o necess�rios dois anos em cl�nica m�dica e mais dois em terapia intensiva”, explicou. “Levar especialistas para �reas mais distantes tem um custo. � preciso suporte e implementa��o de pol�ticas p�blicas”, completou. O representante da Associa��o de Medicina Intensivista Brasileira, Ederlon Rezende Alves, avaliou que h� um consenso entre m�dicos brasileiros em rela��o � escassez de leitos no SUS, mas lembrou que foram feitos progressos nos �ltimos seis anos.