De 2006 a 2010, o governo concluiu os processos demarcat�rios de 35 terras ind�genas no pa�s que limitava a �rea a um total de 8,9 milh�es de hectares. No mesmo per�odo, a Funda��o Nacional do �ndio (Funai) oficializou e p�s em andamento um conjunto de processos fundi�rios que pode acrescentar outros 3 milh�es de hectares, o que elevaria as reservas a 13% do territ�rio nacional. Apesar disso, os conflitos da quest�o fundi�ria ind�gena aumentaram nesses cinco anos, revela um estudo que ser� lan�ado nesta segunda-feira.
Tudo isso � agravado pelo desenvolvimento econ�mico do Pa�s. Grandes projetos de hidrel�tricas, de novas rodovias e no setor do agroneg�cio est�o em andamento na Amaz�nia Legal, onde se concentram 98,6% das terras ind�genas do Pa�s.
Um dos casos mais preocupantes envolve a terra ianom�mi, com 9,5 milh�es de hectares, entre Roraima e Amazonas, na fronteira com a Col�mbia e a Venezuela. A crise internacional provocou a valoriza��o do ouro e, no rastro dela, uma incontrol�vel onda de invas�es do garimpo ilegal na regi�o. "Pelo fato de n�o dispor de estradas nem de muitos rios naveg�veis, � uma terra dif�cil de fiscalizar", explica a antrop�loga Fany Ricardo, coordenadora do estudo da ONG Instituto Socioambiental (ISA).
Ainda segundo Fany, para conquistar apoio dos ianom�mis, garimpeiros distribuem armas de fogo entre os diferentes subgrupos ind�genas da regi�o. "Isso potencializa as tradicionais disputas que existem entre eles. J� se constatou que o n�mero de mortos nesses conflitos aumentou."