Os representantes de entidades e movimentos sociais solid�rios com a popula��o desalojada no processo de reintegra��o de posse no bairro Pinheirinho, em S�o Jos� dos Campos, no Vale do Para�ba, no interior paulista, pretendem reverter esta a��o solicitando �s autoridades federal, estadual e municipal que seja desapropriado o terreno de l,3 milh�o de metros quadrados, de propriedade particular, de onde foram retiradas cerca de 2 mil pessoas entre o �ltimo domingo e esta quarta-feira.
Essa reivindica��o ser� defendida no encontro previsto para ocorrer na pr�xima sexta-feira em Bras�lia, com representantes das tr�s esferas de governo. Dever�o estar presentes o secret�rio-geral da Presid�ncia da Rep�blica, ministro Gilberto Carvalho, e a secret�ria Nacional de Habita��o do Minist�rio das Cidades, In�s Magalh�es.
“Queremos que esse terreno seja desapropriado e tem um instrumento jur�dico para isso”, disse o advogado que representa os desalojados, Antonio Donizete Ferreira”. "� s� declarar a �rea de bem social, o que depende apenas da vontade pol�tica”, acrescentou ele.
Consultado pelos jornalistas sobre a possibilidade de ser arquitetada uma nova invas�o do terreno desocupado, o advogado reagiu dizendo que “quem faz a ocupa��o n�o s�o os l�deres, mas as necessidades de moradia e falta de habita��es. Segundo sinalizou, no entanto, esta hip�tese n�o est� descartada. “N�o podemos prometer. A necessidade do povo � um teto”.
Neste �ltimo dia de demoli��o das casas de estruturas prec�rias e que foram constru�das, nos �ltimos anos, desde a invas�o ocorrida em fevereiro de 2004, o cen�rio era de um amontoado de concreto, peda�os de madeira e de telhas de amianto em meio a restos de mob�lias.
De acordo com o capit�o da Pol�cia Militar, Antero Alves Baraldo, muitos moradores preferiram deixar para tr�s alguns m�veis e outros pertences pelo desgaste que j� apresentavam. Ele disse que todos os casos neste sentido foram documentados.
Uma das ex-moradores, Ilza Tavares, de 18 anos, natural do estado do Amazonas, declarou que vivia no local h� tr�s anos e que s� retirou as roupas pessoais. “Eu preferi deixar [todo o resto] l� do que ir para o abrigo da Prefeitura”, justificou ela. Ilza fez parte do grupo que resistiu a ser recolhida em um dos abrigos municipais se juntando ao grupo que ficou na igreja Nossa Senhora do Perp�tuo Socorro, no bairro Campos dos Alem�es, ao lado do Pinheirinho, logo ap�s o in�cio da desocupa��o, no �ltimo domingo.
Mas como havia uma determina��o da administra��o da igreja para que esses ex-moradores deixassem as instala��es da igreja, no dia de hoje (25), j� que n�o havia ali infraestrutura para mant�-los, o grupo voltou atr�s e seguiu em marcha para o centro poliesportivo municipal do bairro do Morumbi, vizinho ao local onde estavam.