O Minist�rio P�blico do Estado de S�o Paulo em Vinhedo e o parque de divers�es Hopi Hari fecharam um acordo e assinaram, na tarde desta quinta-feira um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prev� o fechamento do local por dez dias para a realiza��o de uma ampla per�cia em brinquedos que apresentem riscos aos visitantes.
Nesta temporada o parque funciona de sexta-feira a domingo, mas estar� com as portas fechadas a partir de amanh�. O prazo do acordo � prorrog�vel por mais dez dias. Segundo informou o promotor criminal de Vinhedo Rog�rio Sanches, trata-se de uma a��o preventiva realizada pela Promotoria, na �rea do Consumidor.
A a��o ocorre ap�s a adolescente Gabriella Nichimura, de 14 anos ter morrido na �ltima sexta-feira ap�s cair do "elevador" chamado La Tour Eiffel. Segundo depoimentos, fotografias e uma terceira per�cia realizada no parque na tarde desta quarta-feira a menina teria se sentado em uma cadeira que deveria estar inoperante.
N�o foram definidos n�mero ou quais atra��es passar�o por per�cia, mas segundo informou o advogado do parque, Alberto Zacharias Toron, os brinquedos com sistema eletromec�nico devem ser os mais visados. "A diretoria do parque concordou prontamente porque tem plena consci�ncia da corre��o dos seus procedimentos", afirmou o advogado.
Por meio de nota enviada pela assessoria, o Hopi Hari reafirmou seu interesse na elucida��o do caso e o compromisso com a seguran�a de todos os visitantes.
Depoimento - Nesta quinta-feira, o gerente geral respons�vel pela manuten��o do parque Hopi Hari prestou e, segundo informou o delegado de Vinhedo, �lvaro Santucci Noventa J�nior, recebeu com surpresa a not�cia de que a cadeira inoperante na qual sentou Gabriella teria sido usada. "Ele disse que ficou surpreso como n�s porque sequer sabia que aquela cadeira havia sido utilizada", afirmou Noventa J�nior.
Esta foi a segunda vez que o engenheiro su��o, cujo nome n�o foi divulgado nem pela pol�cia, nem pela Promotoria e nem pelo parque, dep�s. Na ter�a-feira, o funcion�rio disse que seria imposs�vel ter ocorrido uma falha mec�nica no equipamento.
Para a pol�cia e a Promotoria, o depoimento desta quinta-feira refor�ou a tese de falha humana. "O Hopi Hari n�o contesta o que foi descoberto. A investiga��o agora ganha contornos mais complexos, porque faltou vigil�ncia, uma vez que aquela cadeira jamais deveria ter sido usada", completou o promotor Rog�rio Sanches.
O gerente n�o quis dar entrevista. Segundo o promotor, ele explicou em depoimento que a cadeira estava inutilizada havia ao menos dez anos. O motivo seria a localiza��o do assento. Se uma pessoa com complei��o f�sica maior sentasse ali, poderia esbarrar as pernas em estrutura met�lica existente para dar � atra��o os tra�os da Torre Eiffel. A cadeira n�o possu�a, por�m, nenhum aviso.
O advogado Alberto Toron acompanhou o depoimento e disse que o Hopi Hari, diante da revela��o, afirmou que houve um erro. "Agora � preciso descobrir de quem foi a falha na manuten��o, que levou ao desbloqueio da cadeira, e no atendimento ao p�blico por permiss�o para uso daquela cadeira", disse o advogado. "Vamos colaborar com as investiga��es", reafirmou.
Segundo informa��es t�cnicas dadas pelo profissional do parque � pol�cia e � Promotoria, a trava de seguran�a usada pelos visitantes existia tamb�m na cadeira inoperante. Ali, ela permanecia abaixada e ficava fechada permanentemente. Naquela cadeira, um cinto usado como segundo dispositivo de seguran�a inexistia. O cinto foi exig�ncia do fabricante (su��o) em 2003. "Mas ao menos desde 2002 a cadeira n�o funcionava. Acreditando que a cadeira n�o seria utilizada, o parque n�o colocou o cinto naquele assento", disse o promotor.
A Torre Eiffel possui cinco conjuntos com quatro cadeiras em cada um. Dois est�o desativados. A cadeira do setor 3, no qual estava Gabriella, tamb�m estava inoperante. "Ningu�m nesses dez anos se sentou na cadeira porque havia um travamento no colete e isso por si s� impedia que algu�m sentasse", explicou o advogado do parque. "A verdadeira quest�o � saber quem liberou a trava."
Em depoimento dado ao delegado e aos dois promotores, dois funcion�rios de opera��o do brinquedo disseram hoje que sabiam da inoper�ncia do assento. De acordo com o titular da Delegacia de Vinhedo, o operador Vitor Igor Espinucci de Oliveira, de 24 anos, disse ter checado as travas de todas as cadeiras 15 minutos antes do brinquedo come�ar a funcionar. Ao perceber que a trava da cadeira usada por Gabriella estava solta, teria avisado um superior. O advogado Bichir Ale Bichir J�nior, representante dos dois funcion�rios, informou que Vitor n�o recebeu resposta do superior.
Vitor e Marcos Ant�nio Tom�s Leal, de 18, que tamb�m compareceu � delegacia, disseram que a responsabilidade de checar cada setor de cadeiras ficou para outros operadores. "O fato (de Gabriella estar em uma cadeira inoperante) teria passado despercebido pelos operadores", afirmou o delegado.
Em fotografia divulgada pela fam�lia, dois funcion�rios do parque est�o pr�ximos ao conjunto de cadeiras em que os Nichimura est�o sentados. Em depoimento prestado na delegacia hoje, a m�e da menina, Silmara, disse que ouviu de um funcion�rio que n�o havia problema o fato de a cadeira de Gabriella n�o ter o cinto. Os outros tr�s operadores que estavam no brinquedo neste dia ser�o ouvidos pela pol�cia. "Em uma investiga��o de alto padr�o levantamos antes todas as informa��es e deixamos para o final os suspeitos", afirmou o promotor. O advogado do parque disse desconhecer a imagem.