Pelo menos 600 sem-terra, incluindo mulheres e crian�as, invadiram neste s�bado a Fazenda S�o Domingos, em Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste paulista, para exigir do governo federal rapidez na aquisi��o da �rea para a reforma agr�ria. Ligado ao Movimento dos Sem-Terra (MST), o grupo ergueu barracos na fazenda, considerada terra devoluta desde 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), segundo l�deres do MST. Eles acusam o governo Dilma de ter abandonado o Plano Nacional de Reforma Agr�ria.
Uma boa parte da fazenda foi arrendada pela Usina Umoe Bioenergy para a produ��o de cana, que come�ou a ser plantada na semana passada. Os sem-terra s�o acusados de destruir a planta��o ap�s a invas�o. A propriet�ria da fazenda, Ana L�cia Paes, registrou Boletim de Ocorr�ncia (BO) na delegacia de Sandovalina. Ela tamb�m se reuniu com advogados da usina. Ficou decidido que a a��o de reintegra��o de posse ser� encaminhada � Justi�a nesta segunda-feira. Foi a 18ª invas�o da Fazenda S�o Domingos desde que o MST come�ou a atuar no Pontal do Paranapanema. As invas�es nem sempre foram tranquilas como a de ontem. Em 1997, houve rea��o dos donos e sete sem-terra foram baleados.
Em Mato Grosso do Sul, um grupo de quase 600 homens e mulheres ligado ao MST continua ocupando uma �rea pr�xima � sede da Fazenda Boa Esperan�a, situada em Bataypoor�, na divisa com o Estado de S�o Paulo. Eles invadiram o im�vel no s�bado e n�o t�m data marcada para a desocupa��o.
Segundo os l�deres dos manifestantes, o tempo de perman�ncia no local vai depender das negocia��es sobre as reivindica��es que ser�o entregues nesta segunda-feira ao superintendente regional do Incra (Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria), Celso Cestari Pinheiro. Eles adiantaram que uma das exig�ncias � a retomada da implanta��o de novos assentamentos no Estado, processo paralisado desde agosto de 2010.
Naquela ocasi�o, foi constatada uma s�rie de irregularidades no Projeto de Assentamento da Fazenda Santo Ant�nio, no munic�pio de Itaquira�, extremo leste do MS, motivando a interven��o do Minist�rio P�blico Federal. Foi solicitada para a Justi�a Federal a suspens�o da instala��o de novos assentamentos para sem-terra, at� que as irregularidades na regi�o fossem solucionadas. O pedido foi deferido.
O cumprimento da ordem judicial poder� levar "muito tempo", explica Pinheiro. "S�o casos que exigem pedido de despejo de ocupantes irregulares dos lotes do Incra. Cada infrator tem plena liberdade de esgotar os recursos para a defesa. S�o cerca de 30 mil lotes nos 178 assentamentos do Incra no MS".