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Estado de Minas

Redes sociais contribuem para o aumento da viol�ncia contra professores e alunos

Ataques que humilham e amea�am se espalham pela web por motivos banais


postado em 23/04/2012 07:21 / atualizado em 23/04/2012 11:11


Bras�lia
– O acesso f�cil e quase sempre sem o controle dos pais transformou redes sociais como Twitter, Facebook e Orkut em poderosa ferramenta sem filtro para as agress�es e amea�as contra professores. Cada vez mais conectados, crian�as e adolescentes irritados com seus professores usam seus perfis na internet como principal plataforma para xingar e at� amea�ar professores. O cyberbullying, como � conhecido o fen�meno de humilhar e ridicularizar pessoas na rede, j� � considerado uma forma de agress�o que tamb�m preocupa educadores. Por�m, por ser uma pr�tica relativamente nova, especialistas explicam que ainda n�o h� diagn�sticos consistentes para avaliar o problema. Segundo eles, � ainda mais dif�cil coibir e punir os infratores no mundo virtual.

Professores afirmam que j� foram v�timas ou conhecem pessoas que foram alvo de agress�es na internet. O docente Hudson Paiva, de 33 anos, v� as redes sociais como um est�mulo para as agress�es f�sicas na escola. “O alcance � muito grande. Quando a agress�o, a discrimina��o e a falta de respeito come�am na rede, logo geram coment�rios e podem influenciar atitudes reais”, avalia. As motiva��es para o cyberbullying s�o corriqueiras, a exemplo de muitas agress�es f�sicas. Os alunos reclamam de notas baixas, aulas chatas, broncas recebidas em sala de aula.

O professor de hist�ria e geografia William Foga�a, de 51 anos, mant�m alunos como amigos nas redes sociais, mas conta que foi orientado pela dire��o da escola a n�o fazer isso. “Nas redes sociais ficamos mais expostos. E podemos eventualmente dar margem para os alunos fazerem piadas ou ataques”, analisa. Apesar de j� ter sido amea�ado algumas vezes pessoalmente, ele conta que nunca sofreu ataques pela internet. Mas, segundo William, a pr�tica � comum hoje nas escolas. Ele defende que cabe ao professor avaliar a seriedade das amea�as virtuais. “Se fosse comigo, eu levaria em conta o perfil do aluno em sala de aula para mensurar at� onde ele iria de fato. Caso os agressores fossem alunos indisciplinados, como os que j� me amea�aram na escola, eu levaria rapidamente a den�ncia � delegacia.”

UNIVERSAL

Especialista em tecnologias da educa��o e professor da Universidade de Bras�lia (UnB), Gilberto Lacerda afirma que as redes sociais t�m propiciado o aumento da viol�ncia contra educadores e alunos, o que seria um fen�meno mundial. “Associamos esse crescimento � facilidade de acesso e tamb�m porque, assim, os agressores se sentem mais seguros e de certa forma an�nimos”, explica. O fen�meno � ainda mais s�rio na internet, j� que as agress�es se tornam mais e mais pesadas, � medida que ocorre um ac�mulo de vozes por meio das comunidades e p�ginas criadas com agress�es e at� amea�as a professores. “A internet � um palco amplo para manifesta��o de indiv�duos e, por isso, ela amplia as possibilidades de ataques”, avalia.

A solu��o, apontam educadores, � o di�logo entre escola, pais e alunos. Para o professor da UnB, o combate tem que ser feito com a ampla divulga��o do assunto. “A ideia � que as escolas coloquem o tema em pauta para os alunos entenderem a complexidade desses atos. Mas sabemos que n�o h� como impedir”, opina. J� o coordenador de Educa��o da Unesco, Paolo Fontani, aposta em solu��es preventivas. “Precisamos trabalhar mais profundamente as causas e os sintomas. Se o problema � discrimina��o, temos que entender o porqu�”, analisa. Para ele, o Minist�rio da Educa��o (MEC), o Conselho Nacional de Educa��o (CNE) e a Secretaria de Direitos Humanos deveriam ter diretrizes espec�ficas que contemplassem elementos de toler�ncia e conviv�ncia escolar para evitar casos de bullying e cyberbullying.

A pr�tica de agress�o nas redes pode ser enquadrada como crime virtual. A v�tima do cyberbullying pode registrar ocorr�ncia em delegacias e pedir san��es penais. Caso o autor das ofensas tenha menos de 16 anos, os pais ser�o processados por inj�ria, cal�nia e difama��o; se tiver entre 16 e 18 anos, responder� com os pais; e se for maior assumir� a responsabilidade pelos crimes. (Colaboraram Larissa Leite e Grasielle Castro)

Mem�ria
Puni��o exemplar

No fim de mar�o, um estudante de 16 anos do ensino m�dio da rede estadual de Londrina, no Paran�, usou seu perfil no Facebook para fazer um desabafo contra os in�meros trabalhos escolares passados em �poca de vestibular. Em sua conta, o garoto escreveu que gostaria de “atear fogo” na professora de artes, que tinha passado mais uma tarefa. O pai do aluno fez o jovem se retratar nas redes sociais, apagar seu perfil e publicar um pedido de desculpas nos classificados do Jornal de Londrina. Na publica��o, o aluno pediu perd�o � professora Rosana Marques Franco “por ter postado um coment�rio maldoso em um momento impensado”. O post na internet repercutiu e foi encarado, pela dire��o da escola, como cyberbullying. Na ocasi�o, a professora disse ter ficado assustada por se lembrar do caso de Realengo, no Rio de Janeiro, quando um ex-aluno invadiu a Escola Tasso da Silveira, disparou contra professores e alunos e matou 12 crian�as. “Uma palavra, escrita ou dita, � lan�ada, e a� n�o tem retorno. Pode machucar, �s vezes, mais do que uma agress�o f�sica”, afirmou o pai do menino.


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