Bras�lia – O governo do Brasil decidiu investir mais nas rela��es econ�micas, pol�ticas e diplom�ticas com a China. Mas identificou duas restri��es: a dificuldade com o idioma e as peculiaridades referentes � cultura chinesa. Para vencer os desafios, h� um projeto piloto em curso. O Minist�rio das Rela��es Exteriores mant�m cinco diplomatas, em in�cio de carreira, em Pequim, h� seis meses, para entender o modo de ser e de viver dos chineses, al�m de se aperfei�oarem no aprendizado do mandarim (idioma oficial da China).
Respons�vel pela organiza��o do projeto piloto, o coordenador de ensino do Instituto Rio Branco (destinado � forma��o de diplomatas), S�rgio Barreiros de Santana Azevedo, disse que o processo de imers�o a que os diplomatas est�o sendo submetidos � fundamental para a compreens�o da cultura, da vida e do modo de ser dos chineses.
“H� uma s�rie de peculiaridades entre os chineses. Por exemplo, �s vezes, eles falam algo com um sorriso, mas n�o � de alegria nem felicidade, � timidez ou vergonha”, disse Azevedo. “Fora isso, o mandarim tem quatro tons distintos que influenciam nas palavras e seus significados. � fundamental entender isso, pois modifica o conte�do de um di�logo, por exemplo. Definitivamente � o outro lado do mundo”.
Os cinco diplomatas escolhidos para o projeto piloto foram selecionados entre as melhores notas – nas provas escrita e oral – do curso de um ano e meio de mandarim no Instituto Rio Branco. Inicialmente, eles ficar�o seis meses em Pequim, onde estudam na Beijing Language and Culture University, que se destina a ensinar o mandarim e a cultura chinesa para estrangeiros.
Depois desse per�odo, o Minist�rio das Rela��es Exteriores examina a possibilidade de ampliar por mais um semestre a estada dos diplomatas na China. Segundo S�rgio Azevedo, os resultados “s�o muito objetivos” por meio de uma s�rie de relatos que o Instituto Rio Branco recebe. A ideia, de acordo com ele, � manter o projeto para que mais diplomatas se aperfei�oem na cultura e na l�ngua chinesas.
“Os chineses t�m a cultura da negocia��o arraigada na sua tradi��o. Entre eles, tudo precisa de tempo. O tempo � a palavra-chave [diferente do que ocorre no Ocidente]. � preciso construir uma rela��o de confian�a, o que s� ocorre com o tempo, a partir da� eles passam a considerar o outro um gon chi, uma esp�cie de parceiro”, contou o coordenador do projeto piloto.