A surpreendente decis�o da China de cortar os juros em 0,25 ponto porcentual para 6,31% ao ano ter� um impacto positivo na economia brasileira, estagnada desde o in�cio do segundo semestre de 2011. Na avalia��o de economistas ouvidos pela reportagem em Nova York, o est�mulo monet�rio na China permitir� um avan�o nas exporta��es brasileiras, com a melhora dos termos de troca, al�m de refor�ar investimentos estrangeiros diretos (IED) e reanimar as expectativas de empres�rios.
"Esta a��o inesperada vai ajudar o Brasil na venda de seus produtos para aquele pa�s asi�tico, no ingresso de d�lares via IED", disse Tony Volpon, diretor de pesquisa para mercados emergentes na Am�rica Latina da corretora Nomura Securities. "Al�m disso, vai incrementar a percep��o de que este parceiro comercial extremamente importante n�o vai apresentar um pouso for�ado neste ano".
Segundo Volpon, a "China salvou o mundo" em 2008 e 2009 quando adotou um robusto programa de investimentos pr�ximo a US$ 500 bilh�es com o objetivo de sustentar seu patamar de crescimento num momento em que a economia global ingressava na pior recess�o desde a Grande Depress�o de 1929. "Muito da expans�o de 7,5% do PIB registrada pelo Brasil em 2010 foi motivada pela rea��o vigorosa da China com aquele pacote fiscal", disse. Ele ressaltou que a vincula��o da economia brasileira em rela��o � chinesa � t�o forte que uma parcela da avalia��o negativa de investidores em rela��o ao Pa�s surgida recentemente vinha da avalia��o generalizada de que as autoridades em Pequim n�o agiriam com rapidez para sustentar seu padr�o de expans�o como fez h� tr�s anos.
Na opini�o de Alberto Ramos, co-diretor de pesquisas para a Am�rica Latina da Goldman Sachs, a redu��o dos juros na China "reduz as chances de revisar para baixo" sua previs�o de crescimento de 2,9% para o Brasil neste ano. A sua proje��o se tornou otimista em rela��o a uma s�rie de revis�es de estimativas do PIB nacional em 2012, ocorrida nesta semana depois da economia ter registrado um fraco incremento de 0,2% no primeiro trimestre ante o anterior. A Nomura e a consultoria Tend�ncias esperam que a economia brasileira ter� uma expans�o de 1,9% neste ano, enquanto os economistas do Ita� Unibanco projetam 2%. Para as consultorias MCM e LCA, essa taxa ser� de 2 2%. Na pesquisa Focus do Banco Central, divulgada na segunda-feira passada, a mediana das previs�es para o PIB deste ano caiu de 2,99% para 2,72%.