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Estado de Minas

Debate da "cura Gay" acaba em bate-boca

Conselho Federal de Psicologia se negou a participar, nessa quinta-feira, de audi�ncia p�blica que discutiu se a categoria pode tratar a homossexualidade


postado em 29/06/2012 07:25 / atualizado em 29/06/2012 07:40

Gritos, bate-boca e muita confus�o marcaram a audi�ncia p�blica realizada ontem na Comiss�o de Seguridade da C�mara para discutir o Projeto de Decreto Legislativo 234/11, conhecido como Projeto de Cura Gay. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) se recusou a participar da audi�ncia p�blica que discutiu se psic�logos podem ou n�o tratar pacientes gays que queiram mudar sua orienta��o sexual. A audi�ncia p�blica foi marcada para discutir projeto de lei do deputado Jo�o Campos (PSDB-GO), que pretende rever uma resolu��o do CFP que pro�be que psic�logos emitam opini�es p�blicas ou tratem a homossexualidade como um transtorno. O CFP afirmou, em manifesta��o por escrito distribu�da na audi�ncia, que sua aus�ncia se deveu � forma “antidemocr�tica” de condu��o do debate, afirmando que a maioria dos convidados a participar da mesa eram favor�veis � suspens�o da resolu��o.

Jean Wyllys quis saber de psicóloga se ela
Jean Wyllys quis saber de psic�loga se ela "curaria" tamb�m a heterossexualidade (foto: Alexandra Martins/Agencia Camara)
“O CFP se coloca � disposi��o para os debates cr�ticos, reflexivos, construtivos e respeitosos (...) e se nega a colaborar com falsos debates de cunho unilateral como o desta audi�ncia”, afirma o manifesto. A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) tamb�m n�o compareceu � audi�ncia, mas n�o mandou manifesta��o. A organiza��o deixou de considerar a homossexualidade como doen�a em 1993. “O convidado, ao se negar a comparecer, contribui para que n�o se estabele�a o contradit�rio. Quando se estabelece um espa�o democr�tico para a discuss�o, fogem”, afirmou o deputado Jo�o Campos.

Durante a audi�ncia, defensores da proposta argumentaram que a resolu��o � discriminat�ria, j� que n�o permite que uma pessoa que queira tratar a homossexualidade busque ajuda de um profissional. “Um dos princ�pios b�sicos da �tica m�dica � a autonomia do paciente, ele tem direito de buscar o profissional que quiser. A resolu��o veda que o psic�logo atenda o homossexual que queira se tratar – � como se o paciente homossexual fosse um cidad�o menor. Pode ser que ele seja assim em fun��o de viol�ncia na inf�ncia, confus�es... mas ele n�o pode buscar tratamento”, afirmou Campos.

J� os parlamentares e manifestantes pr�-resolu��o afirmaram que oferecer tratamento para orienta��o sexual � uma atitude preconceituosa. “No limiar da quest�o do que � tratar de alguma coisa, temos que tomar muito cuidado para n�o virar uma a��o de discrimina��o. � uma quest�o de direitos humanos e de escolha democr�tica”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

TUMULTO A audi�ncia foi marcada por intensos debates e tumulto entre os parlamentares, a psic�loga Marisa Lobo – que � alvo de processo no CFP por, segundo o conselho, manifestar ideologias religiosas e homof�bicas nas redes sociais – e manifestantes pr� e contra a proposta. A psic�loga, que � evang�lica, afirmou ser v�tima de persegui��o ideol�gica e “cristofobia”. “Ser crist�o n�o significa que somos alienados, ignorantes.” Ela se manifestou depois de os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Erika Kokay (PT-DF) deixarem a sala por considerarem que o assunto n�o poderia ser debatido pela C�mara. “Eles n�o querem debate. Chegam, d�o show e v�o embora”, afirmou Lobo.

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que foi chamado por presentes de “idiota”, chegou a convidar Wyllys, em tom de brincadeira, para “tomar um chopinhoo”. Bolsonaro, aos gritos, criticou o governo federal por projetos como a “cartilha gay” do Minist�rio da Educa��o. “S�o covardes que emboscam crian�as nas escolas. Por que o Haddad n�o decola em S�o Paulo? Porque � o pai do kit gay”, afirmou. Ele n�o chegou a comentar a resolu��o.

Outro momento cr�tico ocorreu quando o presidente da mesa, deputado Roberto de Lucena (PV-SP), que � pastor, mandou que fossem retirados da sala cartazes com os dizeres “Marisa Lobo, cure minha heterossexualidade”. Parte do p�blico tamb�m foi retirada quando o manifesto do CFP come�ou a ser lido em coro.


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