Em seis anos desde a cria��o Disque 180, servi�o telef�nico criado pela Secretaria de Pol�ticas para as Mulheres para que a viol�ncia de g�nero fosse denunciada, foram registrados 329,5 mil relatos de viol�ncia contra a mulher. O Distrito Federal lidera o ranking de den�ncias do pa�s, com 625 den�ncias para cada 100 mil mulheres.
Al�m de denunciar os agressores no Disque 180, as mulheres agredidas recorrem ao governo para receber a assist�ncia necess�ria em institui��es como os centros de refer�ncia da mulher. Eles s�o procurados por mulheres que sofrem viol�ncia f�sica, sexual ou psicol�gica, entre outros tipos. As v�timas buscam o aux�lio espontaneamente ou por telefone, na op��o 6 do portal 156, que identifica quais est�o realmente vivenciando uma situa��o de viol�ncia.
A primeira a��o do centro de refer�ncia � gerar acolhimento: ao chegarem, as mulheres s�o cadastradas e recebem aux�lio de uma psic�loga e uma assistente social (caso seja necess�rio, uma advogada tamb�m � acionada).
Ap�s a identifica��o do problema, elas s�o encaminhadas � Delegacia Especial de Atendimento � Mulher (Deam), que as leva at� uma casa abrigo, caso seja provado que ela corre risco de morte por causa de seu agressor. Ali, as mulheres e seus filhos recebem apoio m�dico, alimentar, educacional e outros requisitos para seu bem-estar f�sico e psicol�gico
A psic�loga Karla Valente, que coordena a Casa Abrigo do Distrito Federal e tamb�m atende no Centro de Refer�ncia da Mulher, afirma que as pacientes geralmente s�o v�timas de viol�ncia psicol�gica. “Nem sempre elas chegam com um olho roxo, com uma facada, alguma coisa nesse sentido, mas normalmente chegam com a autoestima muito baixa, porque j� sofrem com a viol�ncia psicol�gica h� anos”. Segundo Valente, a institui��o busca resgatar a autoestima das mulheres atendidas.
Cada mulher passa cerca de tr�s meses na casa, no m�ximo – exceto em casos especiais, em que a sa�da dela comprometa o resultado de algum tratamento m�dico. Durante esse tempo, os funcion�rios do local trabalham “para que elas saiam da situa��o de viol�ncia”, segundo a psic�loga. As pacientes participam de cursos de capacita��o profissional para voltar ao mercado de trabalho quando deixarem a casa abrigo.
Ao deixar a institui��o, as mulheres s�o acompanhadas por um N�cleo de Atendimento � Fam�lia e aos Autores de Viol�ncia Dom�stica (Nafavd) durante cerca de seis meses. Ao todo s�o dez Nafavads, que funcionam no Minist�rio P�blico ou nos f�runs do Distrito Federal e prestam apoio judicial tanto �s v�timas de viol�ncia quanto aos agressores.