Os crescentes �ndices de viol�ncia no Rio Grande do Norte e as dificuldades estruturais e de efetivo enfrentadas pela Pol�cia Civil do estado foram debatidas durante audi�ncia p�blica, na tarde de hoje (07), na Assembleia Legislativa. Na ocasi�o, representantes da institui��o apresentaram dados alarmantes do setor de seguran�a p�blica e solicitaram ao Governo do Estado que nomeie os concursados. Segundo o deputado Fernando Mineiro (PT), propositor da audi�ncia, os convocados recentemente est�o apenas ocupando as vagas dos policiais aposentados e falecidos. Governo garante que, em 2013, ir� convocar aqueles que passaram pela academia.
O representante da Comiss�o dos Concursados da Pol�cia Civil, Carlos Alberto Gon�alves apresentou dados sobre a situa��o da criminalidade no Rio Grande do Norte e disse, com base em pesquisas, que nos �ltimos 10 anos, a taxa de homic�dios triplicou no estado. “No caso do assassinato de crian�as e adolescentes, o aumento foi de 400%, colocando o RN como recordistas de homic�dios desse p�blico, ficando atr�s apenas na Bahia”, declarou.
Segundo Carlos Alberto, dos 5.150 cargos para a Pol�cia Civil, criados por Lei, apenas 25% est�o ocupados. Al�m disso, a atual estrutura da institui��o � a mesma desde 1996. “Temos a mesma quantidade de delegacias, de policiais, n�o houve evolu��es significativas. Este ano, foram mais de mil inqu�ritos sem resposta, ou seja, mais de mil fam�lias continuam sem saber quem foram os respons�veis pelo seu sofrimento. Na Grande Natal, as delegacias acumulam cerca de 700 procedimentos por delegacia. Com rela��o ao roubo de carros, s� em maio foram mais de 200 ve�culos furtados no estado. E uma delegacia, com um delegado, um substituto e 12 escrev�es n�o d� conta de solucionar estes crimes”, disse Carlos Alberto.
Outro aspecto preocupante, segundo Roberto Moura, � a quest�o de sa�de desses profissionais. “A carga de trabalho � t�o elevada que muitos colegas est�o necessitando de tratamento de sa�de. N�o aguentam a carga e ainda t�m a licen�a pr�mio negada, porque n�o tem outra pessoa para substitu�-lo. Os gestores precisam entender a necessidade e partir para a��o. O povo precisa de uma pol�tica efetiva, que d� respostas � sociedade”, afirmou Roberto.
Cr�ticas
Para a presidente da Associa��o dos Delegados de Pol�cia Civil, Ana Claudia Saraiva, as cr�ticas feitas � atua��o da Pol�cia �, muitas vezes, injusta, tendo em vista a situa��o de dificuldades estruturais que a categoria enfrenta. “Nos apontam como ineficientes, mas n�o temos efetivo suficiente para atender uma demanda t�o alta. O crime � uma torneira aberta e n�s n�o temos como dar respostas � popula��o, por falta de uma estrutura adequada”, declarou.
A representante do Sindicato da Pol�cia Civil, Renata Pimenta afirmou que a situa��o � de destrui��o. “H� algumas d�cadas era comum vermos policiais nas ruas trabalhando, investigando. Hoje em dia somos menos de 1.500 em todo o estado. Quando fazemos um paralelo com a Pol�cia Militar, que possui cerca de 12 mil policiais, vemos o quanto estamos defasados. � como se o Governo quisesse jogar a �ltima p� de areia. Mas n�o vamos permitir. Com rela��o a estrutura, tivemos que ir desocupando pr�dios, perdemos 8 unidades e o efetivo � o mesmo de 1996”, afirmou Renata.
Governo
O representante do Governo do Estado, o diretor da Pol�cia Civil no interior, Jos� Carlos de Oliveira afirmou que as reclama��es s�o justas e disse que em 2013, ap�s ter solucionado as quest�es dos limites prudenciais, o Governo ir� convocar os policiais que passaram pelo curso de forma��o. “No pr�ximo ano, o Governo dever� sair desse limite prudencial e a inten��o � chamar todos que fizeram a academia. No total, s�o 308 agentes e 122 escriv�es”, afirmou. Jos� Carlos declarou, ainda, que o Governo est� sens�vel a esta situa��o e disse que o delegado geral, F�bio Rog�rio da Silva est� fazendo um trabalho, dentro do poss�vel, para reduzir tais problemas.