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Estado de Minas

Suspens�o de liminar n�o acaba com conflito entre �ndios e fazendeiros, diz l�der guarani


postado em 31/10/2012 19:18 / atualizado em 31/10/2012 19:31

Amea�ado de morte por sua atua��o como um dos l�deres do povo Guarani Kaiow� em Mato Grosso do Sul, Elizeu Lopes disse nesta quarta-feira que a decis�o do Tribunal Regional Federal da 3ª Regi�o (TRF3), em S�o Paulo, de suspender a liminar judicial que poderia resultar na retirada de um grupo de 170 �ndios de uma fazenda localizada em Iguatemi (MS) n�o resolve o conflito que afeta v�rias outras comunidades ind�genas sul-mato-grossenses.

“A decis�o de ter�a-feira foi positiva, mas, para n�s, ainda n�o � um bom resultado. Para n�s, a justi�a, os governos, est�o deixando nossas comunidades abandonadas”, disse Lopes, durante audi�ncia p�blica promovida pela Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias da C�mara dos Deputados, esta manh�, na sede do Conselho Federal de Psicologia.

Segundo Lopes, ap�s d�cadas esperando que o Estado demarcasse novos territ�rios ind�genas e desse um basta ao grave conflito fundi�rio entre �ndios e produtores rurais que se estabeleceram na regi�o ao longo do s�culo passado, os guaranis kaiow�s de Mato Grosso do Sul decidiram ocupar e lutar pelas terras que afirmam terem pertencido aos seus antepassados.

“Estamos sofrendo h� mais de 30 anos, lutando por nossos territ�rios, pela nossa terra, acampados a margem de estradas, sem condi��es de sustentar nossas fam�lias e ter uma vida tranquila, sem atendimento m�dico e com nossos filhos tomando �gua suja e muitas vezes impedidos de estudar. Somos as maiores v�timas da viol�ncia e n�o aguentamos mais. Por isso, decidimos ocupar nossos territ�rios”, disse Lopes, garantindo que, com a decis�o ind�gena de intensificar a ocupa��o de terras onde hoje est�o instalados grandes produtores de soja, cana-de-a��car e gado, boa parte deles legitimados pelo Estado, aumentaram os conflitos.

“Fazendeiros continuam nos atacando com seus pistoleiros e n�o t�m mais vergonha de dizer na frente das c�meras que v�o derramar ainda mais sangue dos guaranis kaiow�s. Mesmo assim, vamos continuar lutando, ocupando nossas terras. N�o tem como voltarmos atr�s nesta decis�o porque j� aguardamos muitos anos e n�o queremos mais promessas nem discursos. Queremos a demarca��o de nossos territ�rios”, concluiu Lopes, descartando a hip�tese dos 170 membros da Comunidade Pyelito Kue, em Iguatemi, a cerca de 460 quil�metros da capital sul-matogrossense, Campo Grande, se suicidarem, caso fossem obrigados a deixar os dois hectares da fazenda que pleiteiam como sendo um territ�rio tradicional ind�gena.

Presidente em exerc�cio da Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias da C�mara dos Deputados, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), visitou �reas em conflito no final do ano passado. Na �poca, fazendeiros chegaram a tentar impedir a comitiva, da qual tamb�m faziam parte os deputados petistas Domingos Dutra (MA) e Padre Ton (RO) e agentes da Pol�cia Federal, de chegar at� as �reas ocupadas por grupos ind�genas.

“O n�vel de enfrentamento � intenso e, a nosso ver, n�o ser� resolvido sem a participa��o dos entes p�blicos, inclusive com mudan�as legislativas e a eventual possibilidade de os produtores serem indenizados para deixarem a �rea”, disse a deputada, informando que a comiss�o encaminhou � presidenta Dilma Rousseff, uma carta manifestando a preocupa��o com a situa��o e pedindo a ado��o de medidas que ajudem a resolver os conflitos.

“As solu��es e possibilidades s� podem ser concretizadas se houver, por parte do governo, a decis�o pol�tica de resolver o problema. Podemos dizer que h� um processo de etnoc�dio em curso,” disse a deputada.


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