Com os rostos pintados, um grupo de manifestantes enfrentou a garoa e saiu em passeata, na noite de hoje(9) pela Avenida Paulista, regi�o central da capital, em defesa dos direitos dos �ndios guaranis kaiow�s. Cerca de mil pessoas, segundo a Pol�cia Militar, desceram pela Rua Augusta, acompanhadas de um carro de som, at� o Vale do Anhangabau, local escolhido para encerrar o protesto pelo simbolismo do nome ind�gena do rio canalizado que passa por debaixo da pra�a.
Uma das organizadoras do ato, J�lia Decloedt disse que a carta denunciando a situa��o dos guaranis kaiow�s em Mato Grosso do Sul, motivou a manifesta��o. “� importante que o cidad�o saiba que ele tamb�m � respons�vel pela expropria��o de terras que est� acontecendo l�”, ressaltou. De acordo com ela, um dos organizadores chegou a viajar ao estado para ver de perto a situa��o dos �ndios.
No m�s passado, uma a��o de reintegra��o de posse amea�ou despejar 170 �ndios guaranis kaiow�s que h� quase um ano ocupam parte de uma fazenda da cidade de Iguatemi, em Mato Grosso do Sul. Ame�ados de remo��o do local que consideram suas terras, os �ndios divulgaram uma carta em que falavam da possibilidade de “morte coletiva”. A express�o e o tom do texto foram entendidos equivocadamente como uma amea�a de suic�dio coletivo.
Para a estudante Camilla Passos, participante da manifesta��o, a defesa dos direitos dos povos ind�genas � uma forma de proteger a cultura brasileira. “A gente n�o pode deixar que a cultura deles se perca, porque tamb�m � nossa cultura”, disse.
A fundadora do Movimento Ind�genas em A��o, a �ndia Sany Kalapalo, declarou que a situa��o dos �ndios guaranis kaiow�s e a de grande dos ind�genas brasileiros � muito dif�cil. “No Amazonas, os �ndios est�o sendo expulsos de suas terras, as meninas est�o sendo traficadas para prostitui��o. No Nordeste, os �ndios est�o mendigando”, declarou.