Bras�lia – Os produtores baianos come�aram a respirar aliviados com o in�cio das chuvas que caem no estado desde a primeira semana deste m�s. De acordo com a Federa��o da Agricultura e Pecu�ria da Bahia (Faeb), a situa��o j� est� normalizada em dois ter�os do estado, onde est�o concentrados 80% do gado.
A pecu�ria local foi a atividade mais afetada pela estiagem em todo o Semi�rido nordestino. Na Bahia, segundo Jo�o Martins, presidente da Faeb e vice presidente da Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA), ainda n�o � poss�vel estimar as perdas. Segundo ele, em alguns munic�pios da regi�o conhecida como “cora��o da Bahia” os produtores perderam todos os animais.
Jo�o Martins garantiu que as press�es por mais alimentos e �gua j� s�o menores no estado. Mas, ainda que as chuvas permane�am frequentes, os impactos deixados pela seca ainda v�o produtir efeitos por mais alguns meses. Com a debilidade de muitos animais, a expectativa � que a taxa de natalidade do rebanho caia, por exemplo.
Os fruticultores tamb�m calculam perdas significativas. Com a diminui��o dos n�veis das barragens e a redu��o de oferta de �gua dos rios, os sistemas de irriga��o foram suspensos para assegurar o abastecimento de �gua para as pessoas. No Vale do Paragua�u, produtores de lim�o e de outras frutas tiveram que desligar totalmente as bombas de capta��o de �gua.
A popula��o da Bahia foi uma das que mais sofreu os impactos da estiagem deste ano, apontada como a pior das �ltimas tr�s d�cadas. Mais da metade das cidades baianas (259 munic�pios) declararam situa��o de emerg�ncia. A seca causou preju�zos em todos os munic�pios do Semi�rido nordestino, afetando 10 milh�es de pessoas, segundo estimativas do Minist�rio da Integra��o Nacional.
Segundo Mozar de Ara�jo Salvador, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o per�odo chuvoso na regi�o come�a entre janeiro e fevereiro, mas n�o ser� uniforme em todo o Semi�rido. “Para os estados mais afetados n�o h� uma previs�o de chuva boa para este ano. No Cear�, por exemplo, s� vai come�ar chover s� em fevereiro. E mesmo que seja no per�odo de chuva, corre o risco de n�o ser suficiente para resolver o problema. A probabilidade � que chova menos que a m�dia. A situa��o no Rio Grande do Norte � semelhante”, explicou.
Na Bahia, Mozar explica que existem diferentes situa��es. “Na faixa leste, pr�ximo ao litoral, choveu bastante. Na parte sul choveu quase o ano todo. J� no munic�pio de Irec�, regi�o Semi�rida, e em Paulo Afonso, choveu muito pouco.”
Segundo ele, a irregularidade foi resultado de uma mudan�a de temperatura das �guas do Atl�ntico Norte, que estavam muito quentes, e as do Atl�ntico Sul, muito frias, no primeiro semestre de 2012, o que provocou deslocamento da zona de converg�ncia intertropical para o Hemisf�rio Norte, reduzindo o volume de chuvas.