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Estado de Minas

Popula��o de Santa Maria fez passeata pedindo justi�a


postado em 30/01/2013 07:21 / atualizado em 30/01/2013 09:59

(foto: Wilson Dias/ABr)
(foto: Wilson Dias/ABr)

Santa Maria – Na tarde de ontem, a cidade gritou. Eram 17h50 quando o delegado Marcelo Arigony, com uma contund�ncia diferente dos dias anteriores, respondia � �ltima pergunta da coletiva de imprensa. J� havia relatado o festival de irregularidades da Boate Kiss, a irresponsabilidade dos m�sicos da banda Gurizada Fandangueiras, que n�o compraram fogos espec�ficos para locais fechados porque eram mais caros, e confirmado que seguran�as da boate espancaram jovens em 2011. O delegado gesticulava e falava alto. Ao lado, dois promotores de Justi�a. “N�o adianta. Vamos investigar todo mundo. Bombeiros e prefeitura v�o ser investigados sim. Vamos cortar na pr�pria carne. Uma crian�a sabe que aquela casa n�o poderia funcionar.”


Antes mesmo de acabar a frase, o grito ao longe de uma multid�o o assustou. A entrevista foi interrompida. Justi�a, a palavra mais repetida desde domingo, chegou mais perto. O som que vinha de fora fez 30 rep�rteres descerem correndo as escadas para ver o que estava acontecendo l� embaixo. Era Santa Maria berrando no ouvido das autoridades que queria todos os culpados na cadeia. S� deu tempo de o delegado apontar para a janela e falar para os jornalistas. “T� vendo? A cidade est� pedindo justi�a.”

Na rua, a popula��o exibia cartazes e repetia o mantra de uma palavra s�. Com um megafone, um estudante que perdeu v�rios amigos cobrou puni��o aos agentes p�blicos que erraram ao liberar o funcionamento do espa�o. "Aten��o, investigadores, n�o queremos s� a pris�o dos s�cios da boate e dos seguran�as ou dos m�sicos. Quem n�o fiscalizou ou liberou de qualquer jeito tem que pagar." Ap�s cinco minutos de cobran�as p�blicas, Arigony desceu as escadas. Antes tirou o palet�. Entrou no meio da manifesta��o, pegou o megafone do estudante emprestado e pediu para falar. N�o conseguiu dizer tudo. Falou apenas que os culpados seriam responsabilizados. Em seguida, a resposta de que a justi�a seria feita ficou pela metade. Na frente de todos, o investigador chorou. Naquele momento, uma institui��o, a Pol�cia Civil, assinou o recibo na frente de todos de que n�o poderia falhar. O delgado entregou o equipamento de volta e retornou ao pr�dio da Delegacia Regional de Santa Maria.

IRREGULARIDADES

Antes, aos jornalistas, concedeu a entrevista mais forte desde o dia da trag�dia. Informou, com base no depoimento de 44 testemunhas, o que o mundo inteiro j� sabe: a Boate Kiss � o reino das irregularidades. O delegado declarou que, com base em provas testemunhais, existem ind�cios de que os extintores da casa noturna eram falsificados ou estavam vencidos. “Algumas pessoas ouvidas relataram que os equipamentos n�o funcionavam. Outras afirmaram que os extintores foram comprados por um pre�o muito baixo, o que indica falsifica��o.” Arigony informou que os donos da boate realizaram reformas internas sem comunicar aos �rg�os competentes.

A investiga��o at� o momento apontou que, ao contr�rio do que o Corpo de Bombeiros afirmou, a porta de sa�da era muito estreita. "Ela n�o tinha tamanho suficiente para dar vaz�o ao p�blico em situa��o de tumulto", ressaltou o investigador. As provas testemunhais colhidas at� o momento mostram que a espuma utilizada no teto estava irregular. "Essa espuma nem faz isolamento ac�stico, apenas evita eco e � inflam�vel. Pode ter produzido o g�s t�xico", afirmou. O delegado atestou que o alvar� concedido pelos bombeiros estava vencido desde 10 de agosto e o alvar� sanit�rio desde 31 de mar�o. "O inqu�rito policial � uma pe�a informativa. O que garanto � que vamos colocar todas as informa��es. Se houve falha nas fiscaliza��es, os agentes p�blicos ser�o responsabilizados." Ap�s realiza��o de tr�s per�cias t�cnicas, a pol�cia informou que n�o havia sistema de ilumina��o de emerg�ncia. "A boate n�o tinha ilumina��o para crise. As pessoas podem ter corrido para o banheiro ao ver a luz ligada l�, achando que era uma sa�da de emerg�ncia, e acabaram morrendo asfixiadas l� dentro."


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