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Estado de Minas

Aumento de infec��es por HIV no carnaval � mito, diz pesquisa


postado em 26/02/2013 09:38

A cren�a de que o n�mero de infec��es por aids aumenta no carnaval � mito - pelo menos em Niter�i e em outros seis munic�pios da regi�o metropolitana da capital fluminense. A constata��o faz parte de uma pesquisa desenvolvida por m�dicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), lan�ada nesta sexta-feira, que analisou durante seis anos a distribui��o temporal de demanda e positividade de testes sorol�gicos anti-HIV no Laborat�rio Central de Sa�de P�blica Miguelote Viana, de Niter�i.

O laborat�rio faz cerca de 1.150 exames por m�s e � refer�ncia no diagn�stico sorol�gico para todas as unidades de sa�de da rede p�blica da cidade e dos munic�pios de S�o Gon�alo, Itabora�, Maric�, Rio Bonito, Tangu� e Silva Jardim.

O estudo avaliou a sazonalidade existente entre o n�mero de pedidos de exames e os resultados positivos encontrados em todos os meses do ano, de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.

“O Minist�rio da Sa�de tem basicamente duas campanhas anti-HIV, uma para o carnaval e outra para o fim de ano. E resolvemos investigar se esse comportamento nessas �pocas festivas realmente era de risco aqui em Niter�i”, contou o m�dico Christ�v�o Dami�o J�nior, autor da pesquisa de mestrado. “Verificamos que n�o h� rela��o entre as �pocas festivas nem com a demanda por testes nem com a positividade dos exames.”

O estudo tamb�m mostrou que, nos dois meses ap�s o carnaval, a incid�ncia de abortos era uma das mais baixas do munic�pio. O n�mero de nascimentos, nove meses ap�s esse per�odo festivo, tamb�m era baixo. “As pessoas abortam mais no fim do ano e os nascimentos ocorrem mais em maio, ou seja, engravidando mais em agosto e setembro”, destacou.

Para o m�dico Mauro Romero, orientador da pesquisa, embora a an�lise n�o possa ser transposta para n�vel nacional, o estudo � um incentivo para que pesquisas similares e de maior abrang�ncia sejam feitas. Com isso, ser� poss�vel um retrato mais fiel da situa��o do HIV no pa�s e, consequentemente, a ado��o de pol�ticas p�blicas mais eficazes. “Esse imagin�rio popular, e mesmo de alguns profissionais m�dicos, de que aumentam os casos de HIV no carnaval n�o � verdadeiro. O mundo n�o pode mais ficar no ‘achismo’. N�o h� n�meros que suportem essa hip�tese. Esse estudo deve ser ampliado para se criar uma estrat�gia de combate ainda mais eficiente”, defendeu Romero.

Dos 64,5 mil exames de aids registrados no per�odo estudado, cerca de 10 mil a 11 mil por ano, foi constatada uma aleatoriedade no n�mero de casos positivos e n�o uma taxa mais acentuada logo ap�s o carnaval, em fevereiro. Nos seis anos estudados, a m�dia mensal de testes HIV positivo em janeiro chegou a 39,3 casos; em fevereiro, 29,3; em mar�o, 40,8; em abril, 31,8; em maio, 31,1; em junho, 34,6; em julho, 33,8; em agosto, 38,6; em setembro, 35; em outubro, 34,8; em novembro, 31,5 e em dezembro, 33,6 casos.

Romero, que h� 30 anos estuda doen�as sexualmente transmiss�veis e aids, acredita que o Brasil n�o tem o h�bito de fazer an�lises estat�sticas de forma sistem�tica. “N�o vou me assustar se na Bahia esse quadro for diferente, mas tamb�m n�o vou me assustar se for igual. Os laborat�rios centrais precisam estudar os seus n�meros para saber qual � a realidade.”

Um dado positivo, segundo ele, � o que mostra queda significativa tanto na demanda quanto na positividade de exames anti-HIV no decorrer dos anos estudados.

“O sistema de sa�de est� fazendo um bom trabalho, mas pode fazer ainda mais”, avaliou Romero. “O ideal � que se mantenham trabalhos educativos robustos e cont�nuos envolvendo escolas, m�dia e toda a sociedade. Educa��o em sa�de n�o pode ser uma vez por ano”, disse ele, defendendo que as campanhas de preven��o � aids sejam feitas n�o s� no carnaval, mas durante todo o ano.

A Ag�ncia Brasil entrou em contato com o Minist�rio da Sa�de, mas at� o fechamento desta mat�ria n�o recebeu posicionamento do governo sobre a pesquisa ou sobre dados que fundamentem as campanhas de preven��o de aids feitas no pa�s.

Desde 1980, ano da detec��o da doen�a, at� junho de 2012, de acordo com o boletim epidemiol�gico do Minist�rio da Sa�de, o Brasil registrou 656.701 casos de aids. Nesse per�odo, 253.706 pessoas morreram de aids no pa�s. O estado do Rio registrou 40.817 mortes, ficando em segundo lugar, atr�s de S�o Paulo. A taxa de incid�ncia no Brasil � de 20,8 casos por 100 mil habitantes.


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