A terceira testemunha de acusa��o come�ou a ser ouvida por volta das 16h10 desta segunda-feira, 15, no julgamento do massacre do Carandiru. Ap�s depoimento de uma hora do ex-detento Marco Ant�nio de Moura, Luiz Alexandre de Freitas, detento da Penitenci�ria de Mar�lia, relatou o que presenciou durante a invas�o policial na Casa de Deten��o.
No dia do massacre, Freitas disse ter se escondido na cela 307-E do Pavilh�o 9, embaixo de outros cad�veres, "onde podia sentir o sangue dos mortos". De acordo com Freitas, os presos n�o portavam armas e estavam todos com as m�os na cabe�a. A maioria dos mortos que ele avistou nas celas ao seu redor estava nu, “prontos para a blitz dos PMs", afirmou.
Ele identificou entre os r�us o policial que teria “poupado” a sua vida por consider�-lo parecido com o pr�prio filho. “� um policial japon�s. Ele disse: ‘pode ir, porque voc� � a cara do meu filho’”. A advogada de defesa, Ieda Ribeiro de Souza, perguntou se ele tinha certeza sobre a identifica��o do policial. “Tenho certeza absoluta”, afirmou Freitas. “S� para constar que o policial reconhecido � o sargento Wlandekis Ant�nio C�ndido Silva", acrescentou a advogada ao final dos questionamentos.
A testemunha cumpre pena de 23 anos por seis roubos cometidos, atualmente em regime semiaberto. Em 2 de outubro de 1992, data do massacre, ele estava preso no Carandiru. Ao total, 24 testemunhas (14 de acusa��o e 10 de defesa) ser�o ouvidas pelo Tribunal do J�ri.
