S�o Paulo - O quinto dia de julgamento do massacre do Carandiru come�ou com o interrogat�rio dos r�us �s 11h57 desta sexta-feira, 19, no F�rum da Barra Funda, em S�o Paulo. Os policiais militares interrogados preferiram se manter calados e n�o responder a nenhuma pergunta.
Os promotores Fernando Pereira da Silva e Marcio Friggi insistiram com questionamentos, ao que os r�us respondiam: “Me reservo ao direito de permanecer calado”. Friggi chegou a suplicar a um dos r�us: “Pelo amor de Deus, o senhor poderia nos contar o que aconteceu?”. A advogada de defesa solicitou que Friggi n�o usasse a “emo��o” durante os questionamentos. Os jurados tamb�m fizeram perguntas, que ficaram sem resposta. O sil�ncio foi mantido pelos primeiros 20 r�us.
Depoimento
Ronaldo Ribeiro dos Santos, capit�o da 2ª companhia da Rota � �poca do massacre do Carandiru, foi o primeiro r�u a responder �s perguntas do juiz Jos� Augusto Marzag�o. “Recebi a informa��o que a situa��o era insustent�vel”, disse.
Segundo Santos, o coronel Ubiratan Guimar�es deu ordem para ocupar o segundo pavimento do Pavilh�o 9 da Casa de Deten��o, em 2 de outubro de 1992. O coronel teria dito que os policiais deveriam “reagir no mesmo n�vel” que os presos. Ao ingressar no edif�cio, Santos portava um rev�lver e uma metralhadora, mas afirmou n�o ter usado a metralhadora.
Os que vieram em dire��o � tropa foram alvejados, confirmou o capit�o. Ele disse ter visto clar�es, mas n�o p�de afirmar se os presos portavam armas de fogo. “Eu gritava: volta para a cela! Alguns (detentos) obedeceram e outros se voltaram contra n�s.” Santos afirmou ter atirado tr�s vezes, sem saber se atingiu algu�m. “Eu atirei em raz�o dos estampidos que vinham em nossa dire��o”. Santos estava acompanhado do soldado Osvaldo Papa e do cabo Paulo Estev�o de Melo, os quais faziam a sua seguran�a.
Os policiais encontraram armas com os presos, de acordo com Santos. “Quando estava retornando para a entrada da gaiola, o tenente Dornelas (A�rcio Dornelas Santos) me apresentou tr�s armas.” Antes de os presos serem levados ao p�tio, o capit�o e sua tropa sa�ram da penitenci�ria. “Nossa tropa � de embate. Acabou o embate, a gente se retira.”
