Um menor apreendido na madrugada desta sexta-feira, 26, por suposta participa��o no assassinato da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, afirmou � Pol�cia Civil que um dos principais suspeitos de cometer o crime, Jonatas Cassiano Ara�jo, de 21 anos, lhe ligou confessando o homic�dio. Cinthya morreu ap�s ser queimada viva dentro de seu consult�rio, em S�o Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na tarde dessa quinta-feira.
O menor foi pego em casa, tamb�m em S�o Bernardo, por volta das 2h30 da madrugada, ap�s uma den�ncia an�nima feita � Pol�cia Militar. A corpora��o disse inicialmente em nota que ele pr�prio havia confessado o crime. No entanto, acabou liberado do 2º DP da cidade depois que seu envolvimento foi descartado.
Segundo o delegado seccional de S�o Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, o menor contou que chegou a ser convidado para o roubo, mas n�o p�de ir - o motivo n�o foi esclarecido. Tamb�m afirmou que um dos suspeitos ligou para ele depois do assassinato contanto. "O colega telefonou dizendo que tinha dado m.", afirmou o delegado. A m�e de Ara�jo foi identificada pela PM na noite de quinta e reconheceu o filho em imagens de uma c�mera de seguran�a mostradas na delegacia. Ela foi encontrada porque seu carro, um Audi preto, foi usado na a��o pelos bandidos.
De acordo com as investiga��es, ao menos tr�s homens participaram do crime. Segundo o delegado seccional de S�o Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, a pol�cia acredita que um quarto bandido aguardava na frente do consult�rio, dentro de um Audi preto. Ele desconfia que uma quadrilha especializada em assaltos a consult�rios esteja agindo na regi�o. "Temos investiga��es em andamento, j� temos imagens de um dos bandidos e em pouco espa�o de tempo vamos tir�-los de circula��o", afirmou.
O assalto. Os criminosos invadiram a cl�nica odontol�gica a Cinthya e dois deles roubaram-lhe o cart�o de cr�dito para fazer um saque em um caixa eletr�nico. Ap�s constatarem que a dentista s� tinha R$ 30 na conta, eles retornaram ao consult�rio, atearam fogo na v�tima e fugiram.
Cinthya atendia uma paciente - cujo nome n�o foi divulgado - quando os criminosos apertaram a campainha. Um dos bandidos disse que precisava de atendimento odontol�gico e a dentista abriu o port�o, momento em que mais dois criminosos invadiram a casa. A paciente ficou com os olhos vendados durante todo o assalto e teve a bolsa, o celular e dinheiro roubados. Segundo o delegado seccional, a paciente - que n�o ficou ferida - conseguia ouvir a dentista gritando "n�o faz isso" e pedindo socorro. "Ela tentou apagar o fogo quando os bandidos fugiram, mas n�o foi poss�vel. A dentista morreu em menos de tr�s minutos."
Vizinha de Cinthya, Lindacim de Olivera, de 54 anos, sentiu o cheiro de queimado e ouviu os gritos da dentista. Foi ela quem chamou o Corpo de Bombeiros. "Ouvi algu�m pedindo socorro e fui at� o port�o do consult�rio ver o que estava acontecendo."
O consult�rio de Cinthya funcionava nos fundos de sua casa. Ela morava com os pais e uma irm�, que tem defici�ncia mental. O pai dela, Viriato Gomes de Souza, de 70 anos, afirmou que ela n�o costumava ficar sozinha em casa no hor�rio do almo�o. "Ela ia buscar a irm� na escola, mas, como tinha uma paciente, eu fui com a minha mulher." Quando o pai chegou � rua, viu a movimenta��o na frente de casa. Foi avisado pelos vizinhos da morte da filha. "Quis entrar, tentei reanim�-la, mas j� n�o dava para fazer nada."
Emocionado, ele diz n�o saber o motivo de tamanha brutalidade. "Ela era uma pessoa boa, sem inimigos. Agora, a gente n�o sabe o que vai fazer da vida, se continuar� morando l�. Espero que ningu�m precise passar pela dor que estou passando." O enterro da dentista est� marcado para as 13h no Cemit�rio Vila Euclides, em S�o Bernardo do Campo.