
Levando o amor de Deus a todos, sem preconceitos. Com esse slogan - que deixa impl�cita a aceita��o plena das orienta��es sexuais de seus fi�is, para calafrios de adeptos de pastores e padres conservadores de outros credos -, a Igreja Crist� Contempor�nea chega a S�o Paulo hoje. E com um discurso otimista. Depois de sete unidades em funcionamento (seis no Rio e uma em Minas Gerais), a institui��o pretende abrir dez templos em S�o Paulo no per�odo de tr�s anos. "Temos espa�o para crescer. Nossos cultos s�o sempre muito cheios, fica gente para fora", diz o pastor Marcos Gladstone, de 37 anos, fundador e presidente da igreja. Segundo ele, h� 1,8 mil adeptos da Igreja Crist�o Contempor�nea em todo o Brasil.
Localizado no Tatuap�, na zona leste, o templo paulistano tem 734 m² - o que lhe confere, segundo a pr�pria administra��o da igreja, o t�tulo de "maior templo gay da Am�rica Latina". H� um m�s, o grupo realiza os cultos na capital, mas em um local improvisado: um sal�o de eventos no centro.
Hist�ria
Gladstone fundou e comanda a igreja ao lado de seu companheiro, o tamb�m pastor Fabio Inacio de Souza, de 33 anos - o casal tem dois filhos, frutos de uma ado��o conjunta: Davison, de 10 anos, e Felipe, de 9. Ambos j� eram religiosos antes de se conhecerem. Advogado, integrante da Comiss�o de Direito Homoafetivo da se��o fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil e te�logo, Gladstone era pastor da Igreja Evang�lica Congregacional do Brasil, que frequentava desde os 14 anos. Souza, por sua vez, era pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Os dois viviam relacionamentos heterossexuais - chegaram a ser noivos.
"Acredito que as igrejas costumam seguir tradu��es err�neas e at� mesmo tendenciosas dos textos b�blicos. Por isso, condenam o homossexualidade", diz Gladstone. "Ent�o sempre me preocupei com o que sentia. Porque acreditava que era pecado, que era algo abominado por Deus."
Em 2006, pouco tempo depois de eles se conhecerem e come�arem a namorar, nascia a Igreja Crist� Contempor�nea, com o discurso da toler�ncia. "At� hoje, a maioria dos fi�is s�o homossexuais", comenta Gladstone. "Mas, com o tempo, come�amos a ter um p�blico h�tero tamb�m, principalmente parentes dos gays."
Consequ�ncia
Para o te�logo Wagner Sanchez, professor da PUC, � uma tend�ncia. "H� algum tempo, j� existem igrejas evang�licas que focam determinados grupos, como jovens ou surfistas", analisa. "Uma igreja assim � consequ�ncia do espa�o que os grupos homossexuais v�m ganhando na sociedade brasileira."