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Estado de Minas RETRATOS DO HORROR NAS TRIBOS

�ndios brasileiros foram tratados como escravos e castigados em troncos

Em plena segunda metade do s�culo 20, ind�genas foram submetidos a torturas que os negros sofreram 100 anos antes


postado em 28/04/2013 07:00 / atualizado em 28/04/2013 09:55

Um dos mais antigos aparelhos de supl�cio de negros era usado em alguns postos do extinto Servi�o de Prote��o ao �ndio (SPI), que ironicamente tinha como uma das suas principais atribui��es “n�o permitir a viol�ncia contra o �ndio”. Batizado de tronco, ele era uma adapta��o de um aparelho de tortura, usado largamente em toda a Am�rica, inclusive no Brasil, durante o per�odo da escravid�o. Al�m do tronco, era muito comum o uso de palmat�rias pelos chefes dos postos, citadas com frequ�ncia por Jader de Figueiredo em seu relat�rio. Usadas para bater na m�o dos �ndios, elas eram distribu�das pelas inspetorias regionais, como eram batizadas as nove sedes administrativas do SPI, que tinham sob sua subordina��o 130 postos localizados em terras ind�genas. S�o frequentes os relatos de �ndios mutilados pelo tronco, que consistia em duas estacas enterradas em �ngulo agudo, onde os tornozelos eram amarrados. Essas estacas depois eram dobradas e quebravam os tornozelos.


O Relat�rio Figueiredo tamb�m d� conta da exist�ncia de capatazes contratados exclusivamente para bater nos �ndios que tinham “mau comportamento”. Muitos eram amarrados, como nos antigos pelourinhos, e espancados com peda�os de pau ou chicoteados com rabo de tatu, uma esp�cie de chicote com argola no cabo e duas talas na ponta para surrar. Quem se atrevia a discordar dos chefes dos postos tamb�m podia ser preso, j� que eles tinham autonomia para castigar os �ndios.


Em todos os postos havia pris�es ou quartos de castigo. Alguns �ndios eram presos em buracos usados como fossas sanit�rias. Outros em uma estreita caixa de madeira, com cerca de 2,6 metros quadrados, com um buraco apenas para respirar. Em alguns casos, os desobedientes eram obrigados a fazer trabalhos for�ados para os fazendeiros das regi�es. Os �ndios tamb�m eram comercializados. As mulheres eram vendidas ou doadas para trabalhar em “casas de fam�lias de respeito”. No posto ind�gena Couto Magalh�es, hoje no estado do Tocantins, uma �ndia boror� de apenas 11 anos foi dada a um oper�rio em pagamento pela feitura de fog�o de barro. O pai da mo�a reclamou e foi surrado a mando de Fl�vio de Abreu, que chefiava a inspetoria regional, tamb�m acusado de obrigar os �ndios a espancar suas m�es.


Nem mesmo as crian�as eram poupadas das torturas, de acordo com o relat�rio. No posto Fraternidade Ind�gena, localizado na reserva da tribo Umutima, no interior do Mato Grosso, o documento cita que um �ndio de 14 anos, de nome Lalico, foi espancado e pendurado pelos pulsos. Os �ndios soltaram o garoto, que foi recapturado a mando do chefe do posto e novamente preso e espancado. Revoltada com a agress�o, a tribo amea�ou um levante e ele foi solto. No posto Cacique Doble, no Rio Grande do Sul, o �ndio Narcizinho, de apenas 7 anos, foi pendurado pelos polegares e espancado at� a morte pelos capatazes do chefe do posto, �lvaro de Carvalho.

 

SUPL�CIO NO TRONCO
“O tronco consiste em duas estacas enterradas em �ngulo agudo no mesmo buraco, com o v�rtice para baixo. Em cada uma delas existe um pequeno entalhe. A tortura consiste em colocar o tornozelo do �ndio e paulatinamente fechar o �ngulo, aproximando as duas pontas das estacas com o aux�lio de uma corda. Um processo muito doloroso, que se levado ao extremo poder� provocar a fratura do osso”, aponta trecho do Relat�rio Figueiredo.

 

'ANJO' DA DOR
Um relato d� conta de um �ndio pendurado pelos dedos polegares, pr�tica usual durante o per�odo da escravid�o no Brasil. Naquela �poca, era usado um instrumento batizado de “anjinho”, que prendia com an�is de ferro os dedos dos polegares e depois os comprimia usando uma chave ou parafuso. 

 

C�RCERE DESUMANO
Tamb�m s�o frequentes os relatos sobre a exist�ncia de pris�es em postos ind�genas. Um deles revela que os �ndios eram presos em caixotes de madeira, com dimens�o de 2m x 1,30m com um pequeno buraco que servia para respirar. Os �ndios tamb�m eram encarcerados em buracos no ch�o, fossas com fezes e nos chamados “quartos de castigo”

 

ALGOZ PROFISSIONAL
Nos postos de Iva� e Nonoai, no Paran�, e no posto Guarita, no Rio Grande do Sul,  denuncia o relat�rio, o inspetor regional do SPI, Acyr de Barros, tinha um funcion�rio, de nome Miguel Preto, contratado exclusivamente para bater nos �ndios. Eles eram amarrados em postes ou pendurados pelos pulsos. Tamb�m eram surrados com peda�os de pau e castigados com rabo de tatu, uma esp�cie de chicote com argola no cabo e duas talas na ponta.


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