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Estado de Minas

Pol�tica ind�gena brasileira vive momento perigoso, diz antrop�loga da UFRJ


postado em 29/04/2013 13:20

O movimento ind�gena brasileiro vive um momento delicado, ante as press�es de setores econ�micos e pol�ticos que cobi�am as terras e aldeias ind�genas para a explora��o de madeira, agricultura ou recursos naturais e minerais. A avalia��o � da antrop�loga Elsja Lagrou, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que adverte para uma perda de direitos hist�ricos, duramente conquistados pelos �ndios nas �ltimas d�cadas.

Segundo ela, um exemplo disso � a poss�vel aprova��o da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC 215/2000), que inclui nas compet�ncias exclusivas do Congresso Nacional a aprova��o de demarca��o das terras tradicionalmente ocupadas pelos �ndios, a cria��o de unidades de conserva��o ambiental e a ratifica��o das demarca��es j� homologadas. %u201CEstamos vivendo um momento perigoso, com o ressurgimento de uma ideologia desenvolvimentista que n�o sabe avaliar os riscos que os rec�m-conquistados direitos dos �ndios est�o correndo hoje em dia. Isso acontece quando se come�a a recolocar em quest�o os direitos ao territ�rio e os direitos � continua��o a um estilo de vida. Essa euforia desenvolvimentista est� colocando em risco muitas conquistas ind�genas, que s� v�o poder se consolidar se os �ndios ganharem cada vez mais espa�o para se fazer ouvir, nas universidades e nas grandes metr�poles%u201D, disse Elsja. Al�m das press�es sobre as terras ind�genas no interior do pa�s, um exemplo de perda recente, segundo ela, foi a experi�ncia da desocupa��o do antigo Museu do �ndio, no Rio de Janeiro, quando �ndios e integrantes da sociedade civil foram retirados com viol�ncia policial do im�vel, no dia 22 de mar�o. O local onde nasceu o Servi�o de Prote��o ao �ndio, no s�culo passado, vai ser transformado em um museu ol�mpico, por determina��o do governo do estado. %u201CFoi um momento que colocou em relevo uma quest�o que n�o se reduz � dimens�o ind�gena. Qual o pre�o que a cidade vai pagar para receber grandes eventos? Nacionalmente e internacionalmente houve muita divulga��o desse embate e a visibilidade da presen�a ind�gena na cidade � muito importante. A quest�o precisa voltar a receber a aten��o de uma d�cada atr�s, quando havia uma atitude muito mais aberta para as sociedades ind�genas%u201D. A antrop�loga defende a cria��o de um centro de refer�ncia ind�gena que garanta apoio aos �ndios em tr�nsito na cidade, principalmente estudantes, como era a ideia dos manifestantes que ocuparam o antigo Museu do �ndio. %u201C� crucial ter esse centro, onde possa existir uma troca � altura da riqueza dos conhecimentos ind�genas, al�m de garantir a possibilidade de um pouso [para os viajantes de outras aldeias]. O aumento do n�mero de estudantes ind�genas vai fazer com que essa necessidade seja mais sentida. Alguns centros de estudos est�o sendo criados, mas precisam de apoio pol�tico para se desenvolver%u201D. A professora contesta a o conceito daqueles que n�o reconhecem o �ndio urbano, pelo fato de n�o usar indument�ria t�pica ou de utilizar vestimentas t�picas das cidades e equipamentos tecnol�gicos como computadores e telefones celulares. %u201CO que � respons�vel pelo pertencimento a uma identidade, a uma etnia, � a consci�ncia e a autoatribui��o de um pertencimento a um grupo �tnico e o reconhecimento pelos outros que essa pessoa pertence a esse grupo. O lugar n�o determina de jeito nenhum a consci�ncia de pertencimento e as roupas, muito menos ainda%u201D. Para ela, a no��o de que o �ndio verdadeiro � s� o que vive na floresta reflete uma vis�o extremamente preconceituosa. %u201CExiste [este preconceito] e tem sido usado politicamente para diminuir os direitos ind�genas. Existe historicamente muito mais pessoas com heran�a ind�gena do que tem sido reconhecido. Esse argumento de que s� � �ndio quem vive na floresta e que s� � �ndio quem anda nu � hiperpreconceituoso e discriminador, para poder diminuir a chance dos ind�genas exigirem o respeito aos seus direitos. � uma defini��o limitadora do que � identidade ind�gena, por parte de pessoas que competem com os �ndios pela terra%u201D.


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