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Estado de Minas

Padre n�o foi excomungado por defender gays, diz Igreja


postado em 30/04/2013 15:22 / atualizado em 30/04/2013 15:31

O padre Beto durante entrevista coletiva em sua residencia em Bauru (foto: Denise Guimaraes/Futura Press/Folhapress )
O padre Beto durante entrevista coletiva em sua residencia em Bauru (foto: Denise Guimaraes/Futura Press/Folhapress )
Um dia depois de excomungar o padre Roberto Francisco Daniel, mais conhecido como padre Beto, a Igreja Cat�lica tenta desvincular a rela��o da pena eclesi�stica da defesa que ele fazia dos direitos dos homossexuais pela internet, em declara��es, nas aulas e nos serm�es das missas. Em nota distribu�da pela assessoria do bispado de Bauru (SP), o juiz-instrutor da excomunh�o diz que o ato se deu porque padre Beto n�o obedeceu aos superiores e insistiu em manter um comportamento em desacordo com as regras do sacerd�cio. Embora o bispo de Bauru, d. frei Caetano Ferrari, tenha exigido que o padre retirasse da internet os v�deos em que critica a postura da Igreja em rela��o aos temas sexuais, a nota afirma que o sacerdote n�o foi excomungado por defender os interesses dos homossexuais porque "isso n�o � mat�ria para excomunh�o na Igreja".

O comunicado diz que a pena aconteceu "(...) de modo autom�tico, em virtude da sua contum�cia (obstina��o) num comportamento que viola, gravemente, as obriga��es do sacerd�cio que ele livremente abra�ou". A nota completa: "A excomunh�o foi declarada porque ele se negou, categoricamente, a cumprir o que prometera em sua ordena��o sacerdotal: fidelidade ao Magist�rio da Igreja e obedi�ncia aos seus leg�timos pastores", diz no texto o juiz-instrutor, cuja identifica��o n�o foi divulgada pela Igreja, alegando motivos de seguran�a. O juiz � designado pelo Vaticano e foi nomeado para o caso pelo bispo Caetano.

Padre Beto reagiu � nota com indigna��o: "Ent�o, um padre pode ser ped�filo que ele n�o ser� excomungado s� porque obedece aos seus superiores?", questionou. De acordo com o presb�tero, a nota do instrutor � "uma artimanha para tirar o foco da quest�o, pois hoje, em pleno s�culo 21, a sociedade n�o tolera mais isso, n�o tolera mais inquisi��es", diz. Padre Beto tamb�m negou a vers�o dada pelo juiz-instrutor de que a excomunh�o n�o tem rela��o com as declara��es em defesa dos gays. "Se fosse realmente isso, o bispo n�o teria exigido que eu retirasse os v�deos da internet com minhas reflex�es sobre o assunto e pedisse perd�o."

"Vejo essa carta como um pedido de socorro numa tentativa desesperada da Igreja de tirar foco sobre uma atitude intolerante que eles praticaram contra minha liberdade de reflex�o e pensamento." "Se n�o queria saber das minhas reflex�es, por que a Igreja gastou dinheiro com minha forma��o, enviou-me para estudar e fazer doutorado na Alemanha, na mesma universidade em que estudou o papa Bento XVI e frei Leonardo Boff?", afirma.

'Nem com fogueira'

Segundo o bispado de Bauru, ap�s a puni��o religiosa, o eclesi�stico enfrentar� agora um processo para demiss�o do estado clerical, quando, ent�o, n�o poder� mais ser chamado de padre e ficar� impedido do exerc�cio do minist�rio sacerdotal. Durante o processo, padre Beto ainda poder� ser chamado para dar esclarecimentos a um juiz-not�rio nomeado para reunir provas. Por outro lado, se o cl�rigo demonstrar arrependimento, a Igreja poder� retirar a excomunh�o, mas n�o a demiss�o. No entanto, n�o � esta a inten��o de padre Beto. "N�o me arrependeria dos meus atos nem que ainda existisse fogueira", afirma.


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