
O comunicado diz que a pena aconteceu "(...) de modo autom�tico, em virtude da sua contum�cia (obstina��o) num comportamento que viola, gravemente, as obriga��es do sacerd�cio que ele livremente abra�ou". A nota completa: "A excomunh�o foi declarada porque ele se negou, categoricamente, a cumprir o que prometera em sua ordena��o sacerdotal: fidelidade ao Magist�rio da Igreja e obedi�ncia aos seus leg�timos pastores", diz no texto o juiz-instrutor, cuja identifica��o n�o foi divulgada pela Igreja, alegando motivos de seguran�a. O juiz � designado pelo Vaticano e foi nomeado para o caso pelo bispo Caetano.
Padre Beto reagiu � nota com indigna��o: "Ent�o, um padre pode ser ped�filo que ele n�o ser� excomungado s� porque obedece aos seus superiores?", questionou. De acordo com o presb�tero, a nota do instrutor � "uma artimanha para tirar o foco da quest�o, pois hoje, em pleno s�culo 21, a sociedade n�o tolera mais isso, n�o tolera mais inquisi��es", diz. Padre Beto tamb�m negou a vers�o dada pelo juiz-instrutor de que a excomunh�o n�o tem rela��o com as declara��es em defesa dos gays. "Se fosse realmente isso, o bispo n�o teria exigido que eu retirasse os v�deos da internet com minhas reflex�es sobre o assunto e pedisse perd�o."
"Vejo essa carta como um pedido de socorro numa tentativa desesperada da Igreja de tirar foco sobre uma atitude intolerante que eles praticaram contra minha liberdade de reflex�o e pensamento." "Se n�o queria saber das minhas reflex�es, por que a Igreja gastou dinheiro com minha forma��o, enviou-me para estudar e fazer doutorado na Alemanha, na mesma universidade em que estudou o papa Bento XVI e frei Leonardo Boff?", afirma.
'Nem com fogueira'
Segundo o bispado de Bauru, ap�s a puni��o religiosa, o eclesi�stico enfrentar� agora um processo para demiss�o do estado clerical, quando, ent�o, n�o poder� mais ser chamado de padre e ficar� impedido do exerc�cio do minist�rio sacerdotal. Durante o processo, padre Beto ainda poder� ser chamado para dar esclarecimentos a um juiz-not�rio nomeado para reunir provas. Por outro lado, se o cl�rigo demonstrar arrependimento, a Igreja poder� retirar a excomunh�o, mas n�o a demiss�o. No entanto, n�o � esta a inten��o de padre Beto. "N�o me arrependeria dos meus atos nem que ainda existisse fogueira", afirma.