S�o Paulo - A “bolsa anticrack” de R$ 1.350 mensais, destinada pelo governo paulista a fam�lias interessadas em internar parentes viciados, excluiu em sua primeira fase dependentes da cracol�ndia, no centro da capital. O governo afirmou que os usu�rios da regi�o s�mbolo da degrada��o causada pelo crack j� recebem atendimento em uma rede especializada. O programa Cart�o Recome�o vai come�ar por 11 cidades - Diadema, Sorocaba, Campinas, Bauru, S�o Jos� do Rio Preto, Ribeir�o Preto, Presidente Prudente, S�o Jos� dos Campos, Osasco, Santos e Mogi das Cruzes. De acordo com as diretrizes do plano, caber� � rede de sa�de de cada munic�pio fazer a triagem e escolher os pacientes que se encaixam nos crit�rios para receber tratamento.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social informou que a cracol�ndia ficou de fora do programa porque os usu�rios da regi�o j� t�m uma rede de atendimento que inclui a estadia de pacientes - a proposta da bolsa anticrack � de interna��o por at� seis meses.
As pol�ticas desenvolvidas na cracol�ndia, no entanto, s�o alvo de cr�ticas. No m�s passado, o Minist�rio P�blico Estadual entrou com uma a��o civil p�blica para evitar que dependentes oriundos da cracol�ndia sejam levados a entidades destinadas a pacientes psiqui�tricos com surto. Al�m disso, os promotores apuram se pacientes da capital est�o sendo encaminhados para unidades de tratamento no interior do Estado, limitando a cota de vagas para atendimento nas cidades menores.
O promotor de Justi�a Artur Pinto Filho afirmou estar “preocupado com as pol�ticas p�blicas que ser�o desenvolvidas nessas cl�nicas”. Ele disse n�o saber se os programas ter�o supervis�o do Estado e afirmou achar exagerado o valor de repasse prometido pelo Estado �s entidades. Pinto Filho disse, por�m, que vai analisar a nova proposta antes de tomar qualquer medida.
O secret�rio estadual de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, afirmou, por meio de nota distribu�da por sua assessoria de imprensa, que “para se habilitar para o servi�o, (as cl�nicas) dever�o apresentar regularidade de funcionamento e plano de atividades dentro do modelo social de recupera��o”.
Crit�rios
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) falou ontem pela primeira vez sobre o programa, durante evento da Secretaria de Estado da Educa��o, na zona sul da capital. Alckmin disse que as institui��es v�o ser escolhidas com base em crit�rios de qualidade, ainda n�o definidos. Tamb�m ser� levada em conta a localiza��o geogr�fica no Estado. A distribui��o dos cart�es vai come�ar em, no m�ximo, 70 dias. “Vamos ter uma rede credenciada e a pessoa, com o cart�o, paga a entidade. N�o � para interna��o. Queremos tirar o dependente da rua, (levando-o) para a casa transit�ria ou para comunidade terap�utica”, disse o governador.
O alvo do cart�o s�o pessoas que j� passaram por interna��o, por at� 30 dias, e precisam continuar o tratamento para se livrar da droga. A previs�o � de que 3 mil dependentes sejam atendidos nesta primeira fase. Garcia afirmou que o n�mero deve crescer � medida que mais cidades sejam inclu�das no programa - a estimativa � de que o total possa chegar a 10 mil interna��es.