A Pol�cia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira opera��o para desarticular uma quadrilha que trazia para o Brasil, ilegalmente, imigrantes que eram submetidos a trabalho em condi��es an�logas � escravid�o. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreens�o no Distrito Federal. Ningu�m foi preso, mas a PF informou ter identificado os integrantes do esquema, entre eles, quatro “coiotes”, como s�o chamados os respons�veis por ingressar em territ�rio brasileiro com as v�timas.
Segundo o delegado federal Dennis Cali, os envolvidos com o esquema vinham de Bangladesh, pequeno pa�s asi�tico onde o grupo aliciava seus conterr�neos com a promessa de sal�rios que, de acordo com a PF, variavam entre US$ 1 mil e US$ 1,5 mil. Ainda conforme a pol�cia, cada interessado em uma das prometidas vagas de emprego pagava ao grupo quantias que podiam chegar a US$ 10 mil, valores gastos inclusive com a viagem ao Brasil.
Cerca de 80 v�timas do golpe foram encontradas vivendo em oito casas em Samambaia, cidade que faz parte da �rea de Bras�lia. De acordo com o delegado, inicialmente os trabalhadores eram contratados por frigor�ficos. Em um segundo momento, passaram a trabalhar tamb�m na constru��o civil e em outros servi�os terceirizados, como lava-r�pido.
Como s�o v�timas de tr�fico de pessoas para explora��o econ�mica, Cali entende que todos os trabalhadores nessa situa��o podem ser beneficiados por uma resolu��o do Conselho Nacional de Migra��o que garante o direito de perman�ncia deles no pa�s.
Durante entrevista � imprensa, o delegado informou que, ao contr�rio do que chegou a ser noticiado por alguns ve�culos de imprensa, a PF n�o encontrou, at� o momento, v�nculos entre as empreiteiras que contratavam a m�o de obra e qualquer programa do governo federal, como o Minha Casa, Minha Vida.
Ap�s participar de audi�ncia p�blica na Comiss�o de Constitui��o, Justi�a e Cidadania (CCJ) do Senado, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, a quem est� submetida a PF, destacou a import�ncia da Opera��o Liberdade e do combate ao tr�fico de pessoas.
“Este tipo de crime � um crime de dif�cil percep��o na medida em que as pessoas t�m medo de denunciar. Estamos come�ando a agir agora porque a sociedade est� se levantando, a sociedade est� informando, a sociedade est� criando as condi��es para que a Pol�cia Federal possa agir. E isso � muito bom”, disse o ministro. “O tr�fico de pessoas, infelizmente, existe e faz tempo. E se voc�s observarem o n�mero de inqu�ritos abertos ao longo do tempo, � muito pequeno perto do volume que temos a percep��o de que esse crime ocorre, mas as pessoas est�o se sentido mais animadas a informar”, concluiu o ministro.