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Estado de Minas

Exporta��o de m�dicos � crucial para a economia de Cuba


postado em 09/06/2013 14:50

Bras�lia - A not�cia de que o governo brasileiro estuda trazer m�dicos cubanos ao pa�s gerou pol�mica no �ltimo m�s. Se concretizados, tais planos incluir�o o Brasil em uma longa lista de pa�ses que j� recebem m�dicos da ilha caribenha. Mas como, afinal, Cuba chegou a ter tantos m�dicos? E por que tem tanto interesse em "exportar" seus servi�os para outros pa�ses?

Em Cuba, os profissionais da �rea de sa�de t�m uma fun��o bem mais ampla do que simplesmente atender � popula��o local. J� h� algum tempo, a exporta��o de servi�os m�dicos tornou-se crucial para a economia da ilha.

Segundo informa��es repassadas pela chancelaria do pa�s � BBC, o contingente de profissionais de sa�de cubanos trabalhando fora da ilha atualmente alcan�a mais de 20 mil especialistas, que trabalham em 60 pa�ses e geram lucros milion�rios ao regime - as cifras mais otimistas falam em at� US$ 5 bilh�es (R$ 10,6 bilh�es) por ano.

O servi�o que os m�dicos cubanos prestam � Venezuela, por exemplo, permite que Cuba receba 100 mil barris di�rios de petr�leo. H� profissionais da ilha em outros pa�ses da regi�o, assim como cerca de 4 mil na �frica, mais de 500 na �sia e na Oceania e 40 na Europa. Segundo fontes oficiais, a Venezuela pagaria esses servi�os por consulta - e a mais barata custaria US$ 8 (R$ 17) em 2008. J� a �frica do Sul pagaria mensalmente US$ 7 mil (R$ 14,9 mil) por m�dico da ilha.

Para muitos pa�ses em desenvolvimento, o atrativo dos m�dicos cubanos � que eles est�o dispostos a trabalhar em lugares que os profissionais locais evitam - como em bairros nas periferias ou em zonas rurais de dif�cil acesso - onde moram pessoas de baixo poder aquisitivo. Al�m disso, em geral, eles tamb�m aceitariam receber remunera��es mais baixas.

Em 1959, ano da Revolu��o Cubana, o pa�s tinha apenas 6 mil m�dicos, sendo que a metade deles emigrou ap�s o movimento. A crise sanit�ria que se seguiu a essa emigra��o alertou o governo para a necessidade de formar profissionais de sa�de em ritmo acelerado. Agora, mais de meio s�culo depois, o pa�s tem 75 mil m�dicos - um para cada 160 habitantes, a taxa mais alta da Am�rica Latina.

Boa parte dos m�dicos que ficaram na ilha ap�s a Revolu��o viraram professores, foram abertas faculdades de medicina em todo o pa�s e se priorizou o acesso de estudantes ao setor. Tudo facilitado pelo fato de o ensino ser gratuito.

Entre os moradores da ilha, a exporta��o de m�dicos gera pol�mica. A forma��o de tantos profissionais de sa�de permitiu que Cuba criasse a figura do m�dico de fam�lia, profissional que atende nos bairros e encaminha os pacientes para especialistas ou hospitais. Esse � justamente o programa mais afetado pela sa�da dos m�dicos ao exterior. O fechamento de algumas das casas de sa�de gera insatisfa��o entre os cubanos, aumenta a concentra��o de pacientes por m�dico e o tempo de espera.

No exterior, no entanto, esses profissionais de sa�de recebem sal�rios muito mais altos do que os que trabalham em Cuba. Alicia (nome fict�cio) disse ter trabalhado na Venezuela durante sete anos e garante que, apesar de j� estar aposentada, "se me pedissem para voltar, aceitaria sem pestanejar".

"O que me motivou foi a possibilidade de trabalhar com o apoio a diab�ticos, porque pade�o da doen�a. Comecei atendendo gente que perdia a vis�o por causa disso", disse. Segundo ela, outro atrativo foi a possibilidade de ganhar mais dinheiro, j� que o sal�rio em Cuba n�o era suficiente.

"Cheguei � Venezuela ganhando 400 bol�vares [R$ 135], mas o sal�rio foi aumentando e, antes de voltar [a Cuba], ganhava 1,4 mil bol�vares [R$ 474]".

Juana (nome fict�cio), 35 anos, � m�dica em Cuba. Quando rec�m-formada, deixou marido e a filha de 4 anos na ilha para trabalhar na Venezuela, com o objetivo de se desenvolver profissionalmente, conhecer o mundo e melhorar sua situa��o econ�mica. "N�o tinha absolutamente nada. Gra�as � miss�o, mobiliei toda a minha casa".

Agora, ela tem a chance de voltar a viajar. "O governo me chamou para trabalhar no Brasil, em condi��es muito melhores do que na Venezuela", disse � BBC.

No caso do Brasil, segundo o projeto inicial, anunciado no in�cio de maio, o governo estudava contratar 6 mil m�dicos cubanos para trabalhar principalmente em �reas remotas do pa�s. O Conselho Federal de Medicina (CFM), por�m, expressou "preocupa��o" com a possibilidade de m�dicos estrangeiros atuarem no Brasil sem passar por exames de avalia��o, alegando que isso poderia expor a popula��o a "situa��es de risco".


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