Cerca de 50 alunos, entre meninos e meninas, vestiram saia hoje (10) para assistir �s aulas no col�gio particular Bandeirantes, uma institui��o tradicional da zona sul da capital paulista. A a��o foi em protesto contra preconceito de que teriam sido v�timas dois estudantes, na semana passada. Na quinta-feira, o aluno Jo�o Fraga, 16 anos, vestiu-se com roupas femininas para a festa junina do col�gio. Segundo os estudantes, por�m, Jo�o teria sido repreendido pelo professor de biologia Juvenal Shalch, que teria pedido ao aluno para que se retirasse da sala e trocasse de roupa. Posteriormente, Shalch teria comentado com outros colegas da turma que Jo�o confundiu a festa caipira da escola com a Parada Gay, que ocorreu no domingo em S�o Paulo. O professor confirmou ter feito o coment�rio, mas informou que n�o teve a inten��o de parecer preconceituoso. "Eu falei para o Jo�o: assim voc� n�o vai entrar. O Bandeirantes n�o � uma escola de bairro. N�s temos alunos que s�o budistas, desde o judeu ortodoxo ao liberal, adventistas e muitos n�o admitem%u201D, disse. O professor declarou tamb�m que n�o esperava tamanha repercuss�o na imprensa. "N�s estamos, hoje, presos a ditadura do politicamente correto. Qualquer coisa que voc� fala sem querer � motivo de falsas interpreta��es", acrescentou.
O col�gio Bandeirantes n�o imp�e uso de uniformes e, de acordo com Emerson Bento Pereira, coordenador de rela��es institucionais, tamb�m n�o h� qualquer tipo de restri��o quanto �s roupas que os alunos usam para assistir �s aulas. Por�m, quando, na sexta-feira, outro aluno, Pedro Brener, de 17 anos, chegou � escola usando uma saia longa em solidariedade ao colega que teria sido discriminado um dia antes, foi levado � sala do diretor da escola. "Fui para a sala do diretor pedag�gico e ele falou que eu podia ofender algu�m, mas disse que poderia ficar no Bandeirantes naquele dia. Mas, na quinta aula, eu fui mandado para casa e eles n�o me deram raz�es". Segundo o coordenador de rela��es institucionais, a escola pediu para que o pai do aluno fosse busc�-lo por quest�es de seguran�a. "Ele estava trajando uma vestimenta que, para regi�o que a gente vive, a gente tem visto a todo momento, na imprensa, agress�es morais ou f�sicas por quest�o de g�nero. O Bandeirantes n�o tem nenhum problema com quest�o de g�nero, mas havia uma preocupa��o com a integridade do aluno%u201D, explicou. Pedro disse que n�o concordou com a atitude da escola. "Eu n�o entendi muito bem, por que eu estaria mais seguro fora do col�gio do que dentro? Eu achei [a atitude] desnecess�ria. Acho que ela [escola] podia ter abra�ado a discuss�o, mas preferiu agir dessa maneira. Espero que agora eles mudem de postura e incluam a discuss�o no col�gio", disse.