A Secretaria de Seguran�a P�blica do Distrito Federal informou que 29 pessoas foram detidas no protesto durante a abertura da Copa das Confedera��es. Do total de pessoas detidas, 19 eram adultos e dez adolescentes. Entre os adultos, 17 continuam detidos na 5ª Delegacia de Pol�cia Civil e dois foram liberados. Eles ir�o responder pelos crimes de desacato � autoridade, ressist�ncia � pris�o e dano ao patrim�nio p�blico.
A secretaria avaliou que a a��o policial foi correta para conter o protesto, mas manifestantes relatam que houve viol�ncia.
Os manifestantes prostetaram contra o uso de dinheiro p�blico na realiza��o do evento esportivo. O ato come�ou de manh� na rodovi�ria de Bras�lia. Depois, os manifestantes seguiram para o Est�dio Nacional Man� Garrincha, que sediou a partida de abertura, onde ficaram concentrados. Por volta das 14h15, houve tumulto e a pol�cia usou bombas de g�s lacrimog�neo, de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha para dispersar o protesto.
Segundo o secret�rio de Seguran�a P�blica, Sandro Avelar, a a��o foi necess�ria porque os manifestantes amea�aram invadir o est�dio e era preciso garantir a ordem no local. "N�o houve falha [na a��o da pol�cia]. Foi um trabalho maravilhoso que garantiu a realiza��o do evento", disse em entrevista � imprensa, ap�s a partida.
Perguntado se houve excesso por parte da pol�cia, Avelar respondeu que "a pol�cia agiu com devido rigor". "� um movimento interessado em prejudicar a imagem de Bras�lia e do pa�s. A PM [Pol�cia Militar] tem uma situa��o de evitar que manifestantes impedissem a realiza��o do evento".
Avelar disse que a geografia onde fica o est�dio facilitou que os manifestantes chegassem at� o local. O Corpo de Bombeiros informou que fez 39 atendimentos de emerg�ncia (infarto, tor��o) durante a partida de futebol, sendo de tr�s pessoas com ferimentos de bala de borracha. Segundo a PM, quatro policiais ficaram feridos durante o protesto.
Os manifestantes relataram que a pol�cia agiu com viol�ncia. Uma das manifestantes, que se identificou como Isadora, mostrou ferimento de bala de borracha na cabe�a e disse que o movimento era pac�fico. Muitos deles carregavam flores na m�os para sinalizar o c�rater pac�fico do ato. "Eu estava acompanhando a manifesta��o, quando, de repente, a pol�cia come�ou a atirar. Fui atingida na cabe�a e quase desmaiei", disse � Ag�ncia Brasil.
A a��o da pol�cia acabou por atingir quem n�o estava participando do ato, como torcedores e volunt�rios da Copa. Um torcedor contou � reportagem que foi atingido com um tiro na barriga, quando estava indo para o est�dio para assistir ao jogo entre as sele��es do Brasil e Jap�o. "Este � o Brasil! Vim para assistir ao evento e o que recebi foi bala".
Ap�s o tumulto, o ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho, foi tentar dialogar com os manifestantes, mas sem sucesso. Eles disseram ao ministro que a a��o policial foi truculenta e mostraram cartuchos das balas de borracha e das bombas de g�s. O funcion�rio p�blico Hamilton Neves entregou a Carvalho um cartucho e disse: "Isso � para o senhor ficar como lembran�a do in�cio da Copa das Confedera��es. Como o governo consegue conceber um est�dio que custou R$ 1,4 bilh�o e foi or�ado em R$ 600 milh�es. Esse � um gasto que poderia ser colocado na sa�de e na educa��o".
Para Carvalho, a pol�cia s� come�ou a agir porque houve provoca��o por parte dos manifestantes. Ele argumentou ainda que o governo tem reduzido a desigualdade social no pa�s.
Depois da partida, os manifestantes seguiram em dire��o � 5ª Delegacia de Pol�cia Civil para pedir a soltura das pessoas presas. De acordo com Gilson Santos, que se apresentou como advogado de defesa dos detidos, ele vai tentar a libera��o ainda hoje ap�s passarem por exame do Instituto M�dico-Legal (IML).
De acordo com a Pol�cia Militar, 800 pessoas participaram do protesto em frente ao est�dio. J� participantes do ato estimaram 2 mil pessoas.