Os protestos realizados na noite desta segunda-feira, 17, nas principais capitais do Brasil abriram os olhos da imprensa internacional para a insatisfa��o popular no Pa�s. O tema foi capa do jornal franc�s "Le Monde" e destaque nas principais p�ginas de informa��o na internet de pa�ses como Fran�a, Inglaterra e Espanha. Entre as explica��es para a revolta, dois temas ganharam destaque: o alto custo de vida e os gastos excessivos do governo para realizar a Copa do Mundo de 2014.
O texto chama aten��o para a presen�a em massa de brasileiros nas ruas - "200 mil". "O movimento de contesta��o, lan�ado nas redes sociais, denuncia a alta do custo dos transportes p�blicos e a fatura do Mundial 2014", explica a reportagem. "Trata-se das mais importantes manifesta��es sociais desde as realizadas em 1992 contra a corrup��o no governo de Fernando Collor de Mello." Ainda em Paris, os jornais "Lib�ration", de esquerda, e Le Figaro, de direita, foram no mesmo tom. O primeiro usou como t�tulo "O Brasil se inflama", "para denunciar a alta do custo dos servi�os p�blicos, as despesas fara�nicas para a organiza��o do Mundial 2014 e a corrup��o das autoridades locais".
Em Londres, o jornal "The Guardian" - que tamb�m colheu depoimentos de brasileiros e ingleses - levou o tema � manchete de capa do portal ao longo do dia, chamando: "Brasil se levanta em protestos contra servi�os e custos da Copa do Mundo". Em outro texto, o jornal questiona: "O Brasil vai contar os custos de sediar a Copa do Mundo e as Olimp�adas?". "A opini�o divide-se sobre se o dinheiro gasto poderia ser melhor usado na sa�de e educa��o", escreve o di�rio. "O custo para o er�rio p�blico e as comunidades afetadas podem ser enormes, gerando cr�ticas de que o dinheiro poderia ser melhor gasto, em lugar de premiar projetos de prest�gio para as empreiteiras."
Na Espanha, o jornal "El Pa�s" manteve o assunto nos principais t�picos do dia. O escritor e jornalista Juan Arias enumerou quest�es para tentar entender os protestos, arriscando respostas e sugerindo uma postura aos jovens manifestantes: "Que o fa�am sem viol�ncia porque viol�ncia j� existe de sobra neste Pa�s maravilhoso que sempre preferiu a paz � guerra".