
“Quebrar, quebrar � melhor pra se manifestar”. O grito de guerra do grupo que tentou invadir a Prefeitura de S�o Paulo na noite de ontem, ferindo dois guardas-civis municipais, marcou o sexto ato contra a tarifa de �nibus, que come�ou de forma pac�fica e terminou com o retorno da Tropa de Choque � cena e pelo menos 47 presos.
Veja imagens do tumulto durante o �ltimo protesto em S�o Paulo
Cinco dias depois do protesto mais violento at� agora, uma nova manifesta��o terminou, pela primeira vez, com lojas saqueadas no centro (pelo menos 20) e o Teatro Municipal pichado. Depois da concentra��o na Pra�a da S�, os manifestantes se dividiram em dois grupos. O primeiro seguiu para a Avenida Paulista, novamente interditada. At� a meia-noite, o clima era de tranquilidade. Depois, um grupo de mascarados vindo do centro ateou fogo a um painel da Copa e atirou pedras na pol�cia.
J� no grupo que seguiu para o Viaduto do Ch� a tens�o era total: houve tentativa de arrombamento do Edif�cio Matarazzo (sede do governo municipal), vidra�as foram quebradas e a fachada, pichada, sob gritos de “sem moralismo”. Na sequ�ncia, o grupo colocou fogo em uma cabine da PM e em um furg�o da Rede Record, por volta das 20h. Tudo isso a cerca de 150 metros da sede da Secretaria da Seguran�a P�blica do Estado. S� ap�s o vandalismo os bombeiros seguiram para o ponto atacado. N�o havia PMs na �rea.
Uma das justificativas para a mudan�a de cen�rio � a atua��o dos chamados Black Blocks, a “Tropa de Choque anarquista” do movimento. Irritado com a face “classe m�dia” que o protesto come�ou a tomar, o grupo partiu para invas�o, vandalismo e depreda��o. J� a demora de tr�s horas para a rea��o policial foi considerada estrat�gica - a a��o s� ocorreu ap�s determina��o do governador Geraldo Alckmin, e quando havia certeza de a��o criminosa.
Duas horas antes, enquanto o grupo de manifestantes atacava a sede de governo - com secret�rios municipais fechados em uma sala de situa��o -, o prefeito estava reunido com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula, como revelou o Broadcast Pol�tico, primeiro servi�o em tempo real dedicado exclusivamente � cobertura pol�tica. A ideia era buscar uma sa�da pol�tica. � noite, um grupo de manifestantes do Passe Livre decidiu protestar na frente da casa do prefeito, no Para�so, zona sul.
Durante o dia, mais seis capitais do Pa�s anunciaram redu��es no valor das tarifas, usando os benef�cios da medida provis�ria do governo federal assinada no dia 31, que desonerou o setor. Ontem voltaram a ocorrer atos em solidariedade aos paulistanos no Brasil e no exterior - em Londres, Barcelona, Copenhague, Sydney Hamburgo, Berlim e Nova York.